
O segundo atingiu Greta Thunberg. Ele a chamou de “pirralha que faz um showzinho na COP 25”. No dia seguinte, a adolescente sueca foi eleita pela revista Time Personalidade do Ano. Ganhou lugar ao lado de Albert Einstein, Mahatma Gandhi e Bill Gates.
"Escritores fazem bem ou fazem mal. Depende de quem os leia."
Daniel Piza
Consequ�ncia
A gracinha teve consequ�ncias. Uma delas: popularizou o portugu�s. A jovem escreveu “Pirralha” no perfil de m�dias sociais dela. A outra: provocou uma corrida ao dicion�rio. A palavra, feij�o de festa d�cadas passadas, estava esquecida. O que quer dizer? Nada mais, nada menos que isto: crian�a, pessoa de baixa estatura.
Rea��o
Na resposta, a pirralha mostrou que tem senso de humor. � bem-humorada. Viu? Bem-humorada se op�e a mal-humorada. Mas ambas jogam no mesmo time. Escrevem-se com h�fen.
Sem querer
“A boca dela � esquisita”, comentou algu�m que estava ao lado do presidente. Soou esquisito. A raz�o: o bajulador formou baita cac�fato. A �ltima s�laba de boca se juntou � palavra seguinte – dela. Ouviu-se, ent�o, cadela.
Por falar em cac�fato...
Eis exemplos de penetras indesejados: N�o me preocupei, j� que tinha (jaquetinha) terminado o trabalho. Uma m�o (mam�o) estava na mesa; a outra, no bolso. Ela tinha (latinha) bons amigos. Paguei R$ 50 por cada (porcada) livro. Vou-me j� (mijar). O fiscal confisca gado (cagado). Essa fada (safada) � conhecida das crian�as.
Oposto
O cac�fato soa mal. O contr�rio? � euf�nico.
Abgar Renaultescreveu
“Sou sens�vel a um cac�fato ainda quando leio em sil�ncio: ou�o-o com os olhos.”
Colabora��o
O leitor Roger Chadel escreveu: “Li na coluna Dicas de Portugu�s as observa��es sobre a reg�ncia do verbo preferir. N�o h� d�vida de que se prefere algo a outro. Prefiro cinema a teatro (n�o do que teatro). E preferir que? Posso dizer “Prefiro que voc� n�o v�”? “Ela prefere que eu compre outro carro”?
Trata-se de outra constru��o. Nota mil. Eu prefiro que voc� continue colaborando com a coluna. Observa��es de leitores s�o pra l� de bem-vindas.
Leitor pergunta
Li no jornal esta passagem: “O presidente Bolsonaro passou por um procedimento dermatol�gico. Foi realizada uma cauteriza��o de sinais na regi�o pr�xima � orelha. Os sinais estariam trazendo preocupa��o, mas, segundo avalia��o m�dica, n�o seriam “nada demais”. Demais ou de mais?
Bia Silva, Bel�m
Demais = muito, em excesso: Comi demais. Trabalhou demais antes de viajar.
De mais = a mais, op�e-se a “de menos”: N�o seriam nada de mais (nada a mais). N�o seriam nada de menos.