
Julho no calend�rio
Julho n�o era julho nem era o s�timo m�s do ano. Era o quinto. Por isso chamava-se quintilis. Em 44 a.C., mudou de nome por causa de J�lio C�sar. O grande l�der romano foi assassinado por gente de casa, Brutus, o pr�prio filho. Mas n�o caiu no esquecimento. Ganhou lugar cativo na hist�ria e no calend�rio.
Ciumeira
Agosto, que rima com desgosto, � prova de ciumeira. Por ser o sexto m�s do ano, chamava-se sextilis. Mas, como julho balan�ou o calend�rio, o primeiro imperador de Roma, sucessor de J�lio C�sar, n�o ficou atr�s. “Eu tamb�m quero”, disse ele. Levou. Agosto se chama agosto em homenagem a Augustus. Mais: ganhou 31 dias pra se igualar ao antecessor.
Sem pedigree
Nome de m�s � vira-lata. Grafa-se com a letra inicial min�scula (janeiro, fevereiro, mar�o, abril). Mas, nas datas comemorativas, ganha pedigree. Vira substantivo pr�prio: Embaixadas do Brasil comemoram o Sete de Setembro. Poucos trabalham no Primeiro de Maio.
Eufemismo na pra�a
O que d� o tom aos tempos modernos? Muitas modas. Uma delas: a cria��o de eufemismos. Adocica-se o nome feio ou assustador. O recurso vem de longe. O povo recorre a ele desde sempre. Em vez de diabo, diz c�o. Em lugar de morte, viagem, partida, ida pro outro mundo. Prostituta? Valha-nos, Deus. Melhor garota de programa. Muitos n�o gostam de velhice. Dizem terceira idade, melhor idade.
A indica��o do ministro da Educa��o deu panos pra manga. No curr�culo, Carlos Decotelli diz ser doutor e p�s-doutor. As universidades citadas contestaram. Jornalistas foram atr�s. Comprovaram: o documento omite a verdade. Mentira? N�oooooooooo! Falam em inconsist�ncias.
Dizem por a�
O recesso do Congresso traz velha hist�ria � tona. Tradicional senador estava no fim da vida. Ele tinha um grande amor. Apesar das c�meras indiscretas e de dela��es a torto e a direito, dele n�o abriu m�o. Volta e meia encontrava a amada �s escondidas num hotel de Bras�lia.
L�nguas indiscretas contaram as aventuras � mulher do parlamentar. Ela duvidou. Mas ficou com a pulga atr�s da orelha. Um dia, decidiu p�r tudo em pratos limpos. Informada do local e hora da nova fugidinha, mandou-se pra l�. Bateu � porta do quarto. Ele abriu. Ela, diante do quadro devasso, perguntou indignada:
— O que � isso?
— � azar, respondeu o homem do alto dos seus 80 anos.
Etc. e tal
Etc. tem ponto no final? Tem. Coincide com o ponto no fim da frase? Sem problema. Fique com um s�: Comprei laranja, ma��, p�ssego, abacaxi etc. (A v�rgula antes do etc. � facultativa.)
X�, pregui�a
Vamos combinar? Etc. � coisa de pregui�oso. Pode-se muito bem viver sem ele. Basta conhecer o segredo da conjun��o e. Na enumera��o, a presen�a da pequenina diz que a rela��o chegou ao fim. A aus�ncia d� recado contr�rio. Significa etc.
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Leitor pergunta
“As 30 milh�es de vacinas”, repetiram rep�rteres e t�cnicos do Minist�rio da Sa�de em entrevista coletiva. Pisaram o g�nero, n�o?
Arlete Sobreira, Boa Vista
Sim, sem piedade. Milh�o � masculino: os 30 milh�es de vacinas, os milh�es de crian�as, muitos milh�es de pessoas.
Na d�vida, apele para o troca-troca. Substitua o numeral por um: um milh�o de vacinas, o milh�o de vacinas, o milh�o de crian�as, um milh�o de pessoas.