Hoje � a festa do cinema. Oscar tem plural?

Oba! Hoje � a festa do cinema. Atores, atrizes, diretores & cia. disputam a estatueta oferecida pela academia de Hollywood. Ganh�-la � a gl�ria. O Oscar na m�o abre portas, multiplica os convites, engorda a conta banc�ria. Explica-se, assim, a curiosidade pela origem do nome.

Em 1931, a Academia de Artes e Ci�ncias Cinematogr�ficas de Hollywood instituiu pr�mio para filmes e profissionais da s�tima arte. Como cham�-lo? Enquanto os organizadores buscavam um nome popular, a bibliotec�ria da institui��o olhou pra estatueta e comentou: “Puxa! Como se parece com meu tio Oscar”. Foi assim que o fazendeiro da Calif�rnia Oscar Pierce virou o objeto de desejo de astros e estrelas da telona.

 

H� quem ambicione receber a estatueta mais de uma vez. Vale, pois, a quest�o: Oscar tem plural? Tem. � Oscars.

 

Que tal um cineminha? Pra l� de legal, n�o? A fim de tornar o programa perfeito, uma condi��o se imp�e: tratar o verbo assistir com engenho e arte. O triss�labo tem manhas. Pode ou n�o ser acompanhado de preposi��o:

Assistir, soltinho, sem preposi��o, significa prestar assist�ncia, ajudar, socorrer: O m�dico assiste os doentes. O governo assistiu os desabrigados de Petr�polis. A ONG assistir� crian�as vulner�veis.

Assistir a quer dizer comparecer ou presenciar: Duzentas pessoas assistiram � posse do novo ministro. Os alunos assistiram ao document�rio em sil�ncio. Voc� vai assistir � estreia da pe�a? Assisto a tudo.

Na acep��o de presenciar ou comparecer, assistir rejeita o lhe. Se precisar empregar o pronome, use a ele, a ela: Fui ao cinema ver o filme M�es paralelas. Os presentes assistiram a ele com interesse.

O filo- de cin�filo � o mesmo filo que aparece em bibli�filo e fil�sofo. O primeiro morre de paix�o pelos livros. O segundo, pela sabedoria. O cin�filo � amante do cinema. Uma coisa � certa. Uns e outros s�o criaturas de extremo bom gosto.

Cinema j� foi cinemat�grafo. Imagine a cena:

– Maria, vamos ao cinemat�grafo?

Valha-nos, Deus! N�o h� romantismo que suporte. Melhor apelar para a lei do menor esfor�o. Ela � t�o forte que, ao contr�rio de muitas leis que n�o pegam, pegou. A grandona virou cinema, que virou cine. Viva!

O verbo que n�o sai da boca de astros, estrelas e cin�filos? � premiar. Natural que pinte a d�vida – como flexion�-lo? Ele se conjuga como sediar: eu sedio (premio), ele sedia (premia), n�s sediamos (premiamos), eles sediam (premiam); eu sediei (premiei), ele sediou (premiou), n�s sediamos (premiamos), eles sediaram (premiaram); eu sediava (premiava), ele sediava (premiava), n�s sedi�vamos (premi�vamos), eles sediavam (premiavam); sediando (premiando); sediado (premiado). E por a� vai.

 

Quando preciso citar a grande cidade norte-americana, sempre escrevo New York ou Nova Iorque, jamais Nova York. Ou escrevo em ingl�s ou em portugu�s. Acho errado misturar. Pe�o sua opini�o.

N�o h� uma regra que obrigue a grafar o nome de cidade estrangeira desta ou daquela maneira. As ag�ncias internacionais costumam ser seguidas pela imprensa. Quando h� v�rias op��es, os manuais de reda��o orientam os jornais a forma a ser usada.