Artes marciais prestam tributo a Marte, o deus do m�s de mar�o

Adeus, fevereiro. Bem-vindo, mar�o. O nome do m�s tem origem pra l� de especial. O pai dele � nada mais, nada menos que Marte. O deus da guerra � forte, valente e mau. Est� sempre preparado pra luta. Onde h� confrontos, l� est� ele. Aparece de surpresa, num carro puxado por quatro cavalos. No campo de batalha, fica no meio dos soldados e luta com vontade. Todos morrem de medo dele.

Em homenagem ao temido senhor, o planeta Marte se chama Marte. O homem verdinho que nasce l� � marciano. O terceiro m�s do ano se denomina mar�o. Jud�, carat� e aiquid� s�o lutas marciais. M�rcio e M�rcia pertencem � fam�lia. S�o guerreiros.

Luta marcial

Por que jud�, carat� e aiquid� s�o lutas marciais? Eis a raz�o: h� muiiiiiiiiitos anos, os guerreiros japoneses e chineses n�o tinham armas. Para o ataque ou a defesa, usavam o pr�prio corpo. Aprendiam, ent�o, as lutas de guerra. Elas mesmas – as marciais.

Cr�nica da chuva anunciada

Chove de norte a sul do Brasil. Mas o litoral de S�o Paulo foi especialmente castigado. Alagamentos, enxurradas, enchentes, deslizamentos, perda de vidas s�o constantes no quadro dram�tico. Duas palavras ganharam manchete – enxurrada e enchente. Por que uma se grafa com x e a outra com ch?

Trata-se de uma das poucas regras de grafia. Depois de en, o x pede passagem. Assim: enxoval, enxame, enxada, enxergar, enxaqueca, enxaguar, enxerto, enxugar, enxofre, enxurrada.

N�o. O que existe � a regra que deixa pra tr�s todas as outras. Ei-la: a fam�lia acima de tudo. Diante dela, cessa tudo o que a musa antiga canta. A palavra derivada mant�m-se fiel � primitiva, sem choro nem vela: cheio (encher, enchente), charco (encharcado), chap�u (enchapelar).

A d�vida pintou na reda��o do jornal. A mat�ria falava da forte chuva que despencou em S�o Sebasti�o. A quest�o: a cidade emergiu ou imergiu? Uma letra faz a diferen�a:

emergir = vir � tona

imergir = mergulhar

Ora, a cidade imergiu no caos. Depois, emergiu.

A pessoa que mergulha imerge. Da� banho de imers�o. Quando p�e a cabecinha fora d´ï¿½gua, emerge.

Sabia? O Brasil � um dos pa�ses campe�es de raios. Da� a prolifera��o de para-raios. 

A palavra � formada por para, terceira pessoa do singular do verbo parar (eu paro, ele para), que tem generosa fam�lia (para-choque, para-brisa, para-raios, para-lama, para-chispas). Todos se escrevem com h�fen.

Por descuido da reforma ortogr�fica, paraquedas e derivados (paraquedismo, paraquedista, paraquedismo) se grafam sem o tracinho.

Singular? Plural? Com h�fen? Sem h�fen? Chega de perguntas. Eis a resposta: a duplinha raios X se escreve assim.

Wilhelm Rontgen, o descobridor dos raios X, era filho de tecel�o. Estudou na escola t�cnica de Utrecht (Holanda), de onde foi expulso por supostamente fazer caricatura de um de seus professores.

Em 1865, foi reprovado por um dos professores que haviam participado de sua expuls�o e n�o entrou na Universidade de Utrecht. Mas terminou doutor pela Universidade de Zurique. A primeira radiografia que ele fez foi a da m�o da mulher dele, em 8 de novembro de 1895. Rontgen levou ao p� da letra o pedido “d� uma m�ozinha aqui!”

A frase “O mundo sem ningu�m” est� correta? A forma n�o seria “O mundo sem algu�m”?

• Samantha Adci, Porto Alegre

O portugu�s � l�ngua pra l� de brincalhona. Quer um exemplo? Pois sim quer dizer n�o. E pois n�o quer dizer sim. Nossa linguinha aceita a dupla nega��o. Por isso a gente diz “n�o vi nada”, “n�o vi ningu�m”. Diz com a mesma desenvoltura “mundo sem ningu�m”.