
Precisamos melhorar a rela��o m�dico paciente. Os profissionais que j� possuem uma boa habilidade devem sempre buscar melhorias e aqueles que ainda n�o t�m precisam treinar, estudar e aprender. Muitas habilidades s�o apresentadas como dons, como inerentes, quase uma estrela que, quando o m�dico nasceu, brilhou no c�u, tornando-o predestinado a viver essa miss�o.
O que o m�dico mais deve oferecer a seus pacientes � a seguran�a, essa � a principal troca que deve ocorrer no ambiente do consult�rio. N�o podemos vender cura, vender tratamentos milagrosos ou certezas, n�s profissionais m�dicos devemos dominar a arte da incerteza precisa. Muitas palavras n�o s�o minhas, mas sim de ensinamentos que recebi de meus grandes mestres.
A avalia��o m�dica � composta por um momento de anamnese - a entrevista, o bate papo com o paciente - e o exame f�sico, o momento em que o m�dico ir� tocar o paciente e tentar sanar as d�vidas e hip�teses da entrevista. Para concluir esse atendimento, ser�o prescritas orienta��es e condutas de acordo com as necessidades e objetivos do paciente.
O ambiente o qual o m�dico atende seus pacientes � chamado de consult�rio, ou seja, o paciente adentra naquele recinto para se consultar, para receber orienta��es, por�m, o que deveria ser um momento de avan�os e metas, � transformado em ambiente questionador e de diversas inseguran�as e deturpa��es.
Essa semana vamos falar um pouco sobre um diagn�stico super comum, o de cistite. Voc� sabe o que � cistite?
Cistite � o termo em mediqu�s que denomina a infec��o urin�ria n�o complicada. Voc� sabia que, para indicar o tratamento, n�o � necess�rio, inicialmente, nenhum exame laboratorial? O que se faz necess�rio � apenas uma boa hist�ria m�dica e uma indica��o adequada de antibioticoterapia.
Ou seja, em caso de mulheres com sintomas n�o graves que n�o estejam gr�vidas, h� indica��o bem definida para realizar o tratamento empiricamente, sem necessidade de exames. Essas conclus�es n�o s�o tomadas de acordo com os astros do dia de infec��o e nem do signo da Escheria Coli, respons�vel por quase 80% das infec��es de urina atualmente.
Situa��es at�picas ou que demandam condutas diferentes podem acontecer, contudo o conjunto diagn�stico e prescri��o m�dica � restrito a profissionais m�dicos e, se for necess�rio, ser�o solicitados exames, extens�o diagn�stica, interna��o ou diversas outras a��es com responsabilidade e decis�o do m�dico.
Precisamos lembrar: � necess�rio ter um m�dico de refer�ncia para cuidar da nossa sa�de. A medicina n�o se resume e n�o depende diretamente de resultado de testes e exames. � poss�vel fazer um bom tratamento baseado num bom atendimento.