(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Gustavo Nolasco: confiar no manto sagrado vale mil gols

Dentro de campo, fora dele e nos bastidores, precisamos voltar a ser Cruzeiro


postado em 28/08/2019 04:00 / atualizado em 28/08/2019 13:51

O empate contra o CSA, em Maceió, frustrou a retomada de confiança que os cruzeirenses começavam a trilhar(foto: Thiago Parmalat/Light Press/Cruzeiro)
O empate contra o CSA, em Macei�, frustrou a retomada de confian�a que os cruzeirenses come�avam a trilhar (foto: Thiago Parmalat/Light Press/Cruzeiro)


“O Le�o”, como Nigel Mansell era conhecido no mundo do esporte, foi um dos grandes pilotos da F�rmula 1. Competia alucinadamente, sem tirar o p� do acelerador. Numa corrida em 1984, nos Estados Unidos, entrou para a �ltima volta liderando com folga, j� acenando para o p�blico antes mesmo de complet�-la. Na reta final, seu combust�vel acabou. Desceu do carro, passou a empurrar o carro, mas, sem f�lego, caiu desmaiado na pista, sem conseguir cruzar a linha de chegada. Se por um lado protagonizou uma das cenas mais emocionantes do automobilismo, para especialistas e equipes, ele plantou a desconfian�a quanto � sua compet�ncia.

Na noite do �ltimo domingo, enquanto voltava com meu velho pai do bar, cabisbaixo, ainda tentando entender a cabeceada de Ed�lson como se fosse um ornitorrinco mergulhando num lago e o p� do exausto Fabr�cio Bruno desviando a bola para o fundo do gol, no �ltimo minuto daquela que seria a vit�ria do fim de um jejum fora de casa, lembrei da falta de combust�vel de Nigel Mansell na reta final e suspirei: “Mais do que f�lego, o que falta ao meu Cruzeiro � confian�a”.

Dos quatro 45 minutos de Rog�rio Ceni � frente do Cruzeiro, em tr�s deles o time mostrou o dedo do treinador. Ao contr�rio do Manobol, que obtinha seus m�ritos, t�tulos e xingos da torcida com um futebol em que priorizava a defesa para s� depois atacar, o novo comandante azul fez os advers�rios – Santos e CSA – se preocuparem conosco. Marcou um tento em cada um desses tr�s primeiros 45 minutos e se manteve no ataque. Por�m, no �ltimo deles, surgiu algo novo: a falta de preparo f�sico do time para suportar um esquema agudo, de sufoco ao oponente, algo parecido com o verdadeiro DNA da Academia Celeste. O pior do empate em Macei� n�o foi ter deixado o triunfo escapar pelas m�os, mas, sim, ter evitado a retomada da confian�a que jogadores, comiss�o t�cnica, funcion�rios do clube e torcedores come�avam a trilhar.

Rog�rio Ceni j� provou que colocar� o time para atacar. A quest�o do preparo f�sico caber� aos seus auxiliares resolver, mas seu maior desafio a partir de domingo ser� criar uma sequ�ncia de resultados capaz devolver ao Cruzeiro a confian�a, a tranquilidade para ousar. Em outra situa��o, por exemplo, ele talvez n�o lan�aria Ed�lson na reta final contra o CSA. Teria acreditado num pulm�o jovem como Weverton.

Dentro do elenco, essa sequ�ncia tamb�m traria confian�a. Muitos jogadores ainda precisam dela para mostrar futebol (ou ter um momento tranquilo para tentar mostrar). Ajudaria tamb�m se medalh�es, como Fred, ao contr�rio de xingar por um passe errado, como fez algumas vezes no domingo passado, incentivasse. Estrelismo de lado, atleta consagrado e com rendimentos milion�rios como ele, nesse momento delicado, no m�nimo, deveria usar sua experi�ncia para saber que os companheiros precisam mesmo � de confian�a.

Aos que bateram palma para os xingamentos dele, ao “v�o ter de engolir” de seu empres�rio e � nebulosa multa de R$ 10 milh�es, tor�o para que n�o se arrependam se, no in�cio de 2020, assistirem a “v�tima do mimimi” se declarar pelo Fluminense e para l� seguir, deixando aqui a tal multa que “empres�rios amigos iriam pagar”.

No campo, fora dele e nos bastidores do clube, a meta � uma s�: ter confian�a para ser Cruzeiro. A implanta��o da transpar�ncia para investidores e s�cios-torcedores voltarem a confiar. A “vergonha na cara” do Conselho Deliberativo para que excelentes profissionais da retaguarda do clube, que tanto fazem pelo Cruzeiro, possam trabalhar sem medo, confiantes de que n�o ser�o substitu�dos ou censurados por apadrinhados pol�ticos.

Quanto � retomada da confian�a por parte de n�s torcedores, essa vir� naturalmente, pois no seu caminho existe um ingrediente m�gico: a paix�o por esse clube centen�rio e multicampe�o.

Temos total confian�a na for�a dessa camisa, que se honrada por quem a veste, nenhum advers�rio ter� f�lego para suportar seu peso.


*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)