S� pacto e humildade far�o o Cruzeiro sair de sua grave crise

N�o resta � institui��o Cruzeiro Esporte Clube outro caminho que n�o a resili�ncia. N�o h� cura milagrosa, vinda de um �nico benzedor, para um gigante com feridas t�o expostas, ainda mais em meio a uma horda �vida por sua morte. � preciso muito cuidado a cada movimento para n�o lhe causar ainda mais danos � sa�de. Ao mesmo tempo, � preciso humildade para entender essa miss�o como uma tarefa coletiva, desprendida de vaidades ou ran�os. Se eu pudesse fazer um pedido a cada cruzeirense, principalmente aos de grande influ�ncia, seria: “que tal voc�s se darem as m�os para o que realmente interessa?”.

Deixando de lado (dentro da cadeia, se poss�vel) os sabidamente criminosos e seus c�mplices de 2019, o instante clama por um c�rculo em torno das cinco estrelas. Mesmo porque, esta –diretoria, a anterior – tempor�ria – ou nenhuma outra ser� capaz de gerir tamanho quadro de destrui��o se n�o aceitar a necessidade de capitanear um movimento gigante de prote��o � institui��o. N�o h� aqui ju�zo de valor, mas, sim, a leitura de uma realidade muitas vezes esquecida a cada 90 minutos de jogo. Para mim, dane-se o resultado da peleja contra o Oeste!

O quadro atual do Cruzeiro vai muito al�m de medir compet�ncia, experi�ncia ou inova��o. Ele passa por compreender o tamanho do desafio de reerguer o �nico gigante de Minas Gerais. Adv�m de recordar sobre como s� foi poss�vel extirpar o c�ncer da gest�o Wagner Nonato Pires Machado de S� ao final de 2019 porque houve o enlace entre pontas antes opostas, tanto de atores da pol�tica do clube quanto das arquibancadas.

� preciso lembrar sempre, torcida e diretoria... Estamos vivendo o auge dos efeitos pand�micos daquela gest�o criminosa e organizada, que, infelizmente, n�o foi esmagada na raiz at� hoje. O corpo j� vinha doente h� d�cadas, � bem verdade, mas nenhum grande clube nacional, em quase 150 anos de futebol no Brasil, teve um epis�dio de lapida��o dos patrim�nios financeiro e moral t�o r�pido como o vivido pelo Cruzeiro entre 2018 e 2019.

Esperar dos �rg�os do poder p�blico uma atitude capaz de devolver ao clube a tranquilidade e o dinheiro roubado � deitar-se em ber�o espl�ndido. Se internamente, dentro do Conselho Paquiderme Deliberativo, n�o houve for�a (nem ao menos vontade) para limpar definitivamente o clube dessa esc�ria, n�o sejamos inocentes de imaginar que isso vir� de institui��es p�blicas, sendo a maioria delas comandada pela mesma oligarquia que alimenta �dio contra a nossa institui��o desde os tempos do Palestra Italia.

Temos na Prefeitura de Belo Horizonte um indiv�duo que j� declarou publicamente ser seu objetivo “destruir o Cruzeiro”. Existem chefes de importantes institui��es mineiras que infantilmente se negam a segurar objetos da cor azul. S�o traumas claros nos mostrando como devemos seguir a nossa hist�ria multicampe�, escrita com supera��o de preconceitos e desigualdades, sem delegar a terceiros responsabilidade pelos problemas ou a solu��o deles.

Dito isso, restam dois caminhos aos grandes cruzeirenses: digladiarem at� o fim ou humildemente tomarem a iniciativa de formar o c�rculo de prote��o ao bem maior chamado Cruzeiro. N�o h� mais tempo para o meio-termo. A encruzilhada est� � nossa frente.

O momento de barb�rie pede, novamente, o encontro de todos que se juntaram ao final de 2019. O futuro do time amado por todos n�s est� a�, � espera de m�os cruzeirenses estendidas mutuamente: umas pedindo ajuda, e outras, oferecendo. Assim nasceu o Palestra. Desse modo deve ser reerguido o Cruzeiro.