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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Todas as honras a S�bis, um dos maiores do s�culo 21 no Brasil

Jogador honrou como poucos a camisa do Cruzeiro e merece uma festa gigantesca em sua despedida


24/11/2021 04:00

Lucidez com a bola nos pés e sem ela: Rafael Sóbis escreveu seu nome na história do Cruzeiro e vai deixar saudades
Lucidez com a bola nos p�s e sem ela: Rafael S�bis escreveu seu nome na hist�ria do Cruzeiro e vai deixar saudades (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)

Marcar tr�s tentos com atua��o de gala contra seu clube do cora��o, quando o Cruzeiro estava � beira da trag�dia. Anotar quatro gols em apenas 30 minutos num jogo de mata-mata. Ser artilheiro da Copa do Brasil aos 32 anos de idade. Expor, com classe e em rede nacional, a pequenez da Turma do Sapat�nis, para contragosto da cr�nica esportiva mineira. Conquistar tr�s t�tulos em dois anos, sendo um guia dentro do elenco. Voltar a vestir o manto sagrado no pior momento da nossa trajet�ria. Fazer um gol de placa de onde nem o Rei Pel� conseguiu. Ser o l�der uma greve de jogadores do Cruzeiro para defender funcion�rios do clube. Sentir gratid�o por ter entrado na hist�ria do Time do Povo Mineiro, ao ponto de levar cerca de 50 mil pessoas �s arquibancadas para aplaudirem a sua �ltima atua��o como profissional, numa carreira consagrada mundialmente.

Essa ser� a minha mem�ria afetiva do gigantesco legado de Rafael Augusto S�bis como atleta do maior clube de Minas Gerais, o meu amado Cruzeiro/Palestra. Por tudo isso, estarei no Gigante da Pampulha na quinta-feira, na partida contra o N�utico, para lhe aplaudir e desejar que siga respeitando a institui��o Cruzeiro Esporte Clube.

A noite de 4 de agosto de 2016 jamais sair� da minha cabe�a. Na porta do Bar do Carl�o, em Mariana, � espera de um suculento prato de dobradinha, vi o Cruzeiro entrar em campo, no Gin�sio do Horto, para enfrentar o Internacional pelo Brasileir�o. Est�vamos no Z-4; o t�cnico Paulo Bento havia ca�do e uma nova dupla de ataque se formava para tentar salvar o time de um desastre. Eram Ramon �bila e Rafael S�bis.

Perder significaria afundar de vez numa crise sem precedentes. O Cruzeiro n�o s� venceu por 4 a 2, como S�bis marcou tr�s gols e fez uma das mais perfeitas partidas de toda a sua carreira. Ele comandou o escrete no jogo do alento, da arrancada que viria na sequ�ncia do campeonato. Pinguei o molho de pimenta no caldo, misturei a farinha, sorri com o canto da boca e antes de abocanhar um naco da buchada, solfejei o samba Z� do Caro�o, de Leci Brand�o: “Est� nascendo um novo l�der.”

No ano seguinte, foi a primeira pr�-temporada de S�bis na Toca da Raposa II. O elenco estava reformulado e, com ele, veio a esperan�a de deixar para tr�s os desempenhos p�fios de 2015 e 2016. O in�cio deu sinal de que era poss�vel. O time n�o perdia! Na Copa do Brasil, em fevereiro, j� avan�ava para a segunda fase. Numa quarta-feira pr�-Carnaval, o S�o Francisco, do Par�. Em apenas 32 minutos de partida, venc�amos por 4 a 0. Todos os gols marcados por S�bis. Um cap�tulo quase esquecido em meio � hist�ria que terminaria com o penta e a artilharia da competi��o.

Tio S�bis ainda conquistaria mais uma Copa do Brasil com o manto sagrado, em 2018, meses depois de ser campe�o da Country Cup em cima do Atl�tico de Lourdes. Essa, por sinal, n�o foi apenas mais uma ta�a, mas uma tarde em que S�bis deu uma li��o – com palavras – contra o �dio, a arrog�ncia e a prepot�ncia do time dos bilion�rios de Belo Horizonte.

Ele retornou em 2020, quando absolutamente ningu�m queria defender um Cruzeiro endividado e em vias de um desastre maior do que a S�rie B. Seu desprendimento foi coroado com um gol antol�gico, do meio campo, contra o Brasil de Pelotas.

Agora, em 2021, no extracampo, S�bis se colocou onde poucos teriam coragem de estar. Liderou a greve dos profissionais, quando funcion�rios administrativos e atletas da base n�o recebiam seus sal�rios h� meses. Teria ele feito algo parecido se estivesse no clube em 2019, durante o crime cometido pela organiza��o criminosa formada por dirigentes, conselheiros, empres�rios e sim, JOGADORES? Acredito que n�o, mas ele n�o estava aqui, portanto, essa mancha n�o lhe cabe.

Por isso tudo, amanh�, quinta-feira, n�o teremos s� um jogo. Faremos uma festa de despedida para um dos maiores jogadores do futebol brasileiro do s�culo 21. A camisa do Cruzeiro lhe vestiu muito bem, Rafael S�bis. Obrigado e bom descanso. Seu nome estar� na traseira do �nibus.

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