(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Cruzeiro tem uma d�vida para cobrar do Vasco no domingo

"Armando Marques conseguiu ver impedimento na bola vinda quase da linha final do gramado. Seu apito deu o t�tulo brasileiro de 1974 ao time carioca"


08/06/2022 04:00 - atualizado 15/06/2022 11:19

Cruzeiro x Vasco
Cruzeiro e Vasco tiveram duelos importes na historia, como o de 1974, no Maracan�, jogo muito contestado pelos torcedores. Em 2021, pela S�rie B, o time celeste levou a melhor, ao vencer por 2 a 1 (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


O nosso p�o voltou a cair com a manteiga para cima. A express�o popular para exaltar o fim de uma sequ�ncia de desventuras resume bem o momento vivido por n�s, cruzeirenses. Sinaliza a real possibilidade de caminharmos firmemente para mais uma supera��o na hist�ria centen�ria do Palestra/Cruzeiro. E se na noite de hoje voltaremos a transformar o Mineir�o num c�u azul estrelado, em busca da vit�ria sobre o CRB, para o pr�ximo domingo, quando enfrentaremos o Vasco no Maracan�, teremos uma miss�o hist�rica. Colocar fim a um miolo de p�o – sem manteiga – engasgado h� 48 anos.

No dia 10 de agosto de 1974, a partir de um dos maiores assaltos da hist�ria do futebol brasileiro, fomos derrotados pelo mesmo Vasco, por 2 a 1, e o t�tulo do Campeonato Brasileiro nos foi roubado. Desde ent�o, ainda n�o conseguimos nos vingar (esportivamente) do time da Cruz de Malta no mesmo Maracan�.

J� nos enfrentamos (e vencemos a maioria dos confrontos) em diversos est�dios. De S�o Janu�rio ao Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Do Man� Garrincha, em Bras�lia, ao Moren�o, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Aplicamos sonoras goleadas, como o 6 a 2 da Copa do Brasil de 1996, em pleno S�o Janu�rio. Mas tamb�m tivemos amargos momentos, como a desclassifica��o nas semifinais do Brasileiro de 2000, dentro do Mineir�o.

Mas certo � que, nesse quase meio s�culo ap�s o roubo de 1974, foram apenas tr�s confrontos no Maracan�, todos empatados: 0 a 0, pelos Brasileiros de 1983 e 1986, e 1 a 1, pela Copa do Brasil, em 1993.

Algu�m dir�: “Ah, na verdade, n�o perdemos para eles no Maracan� h� 48 anos.” Pois tente usar esse argumento para acalmar a raiva represada dos cruzeirenses que vivenciaram intensamente aquele assalto “a apito armado” de 1974.

O Cruzeiro havia chegado ao quadrangular em crise financeira, com sal�rios atrasados e jogadores com contratos vencidos. Mas, em campo, se superava e mostrava o quanto estava tecnicamente muito � frente de seus advers�rios, no caso, Santos, Internacional e Vasco.

Na pen�ltima rodada, no Mineir�o, bastava uma vit�ria contra o time carioca para chegar � partida derradeira contra o Santos podendo ser campe�o com apenas um empate. Jogo truncado, 1 a 1 at� o p�nalti cometido por Joel em Palhinha. Por�m, o �rbitro Sebasti�o Rufino simplesmente ignorou o �bvio. N�o anotou a irregularidade.

Briga, revolta, confiss�o do zagueiro vasca�no. Nada adiantou.

Vencemos o Santos, mas como os cariocas tamb�m marcaram pontos na �ltima rodada, foi preciso uma partida extra entre Cruzeiro e Vasco. Nova pol�mica: jogo em Belo Horizonte ou no Rio de Janeiro? Passividade da diretoria cruzeirense e um general da ditadura militar vasca�no � frente da CBD.

Nas arquibancadas do Maracan�, 112.933 torcedores. Em campo, t�nhamos uma m�quina de jogar futebol: Vitor; Nelinho, Perfumo, Darci e Vanderlei; Piazza, Z� Carlos, Dirceu Lopes; Roberto Batata, Palhinha e Eduardo “Rabo de Vaca”, com Jo�ozinho ainda no banco.

O �rbitro era o carioca Armando Marques. Desastre anunciado. Ademir abriu o placar para o Vasco. Nelinho nos deu o empate. Jorginho Carvoeiro voltou a colocar o Vasco � frente. Foi quando veio o assalto. Cruzamento da linha de fundo e Z� Carlos cabeceia para empatar. Armando Marques conseguiu ver impedimento na bola vinda quase da linha final do gramado. Seu apito deu o t�tulo brasileiro de 1974 ao time carioca (como ele).

Domingo, voltaremos ao Maracan� para enfrentar o mesmo Vasco. N�o valer� t�tulo algum. Mas uma vit�ria pode ser o pagamento moral de uma d�vida de 48 anos. Tr�s pontos no maior est�dio do mundo, lotado, como j� se sabe, que ser� mais um passo na dire��o da maior supera��o de nossa centen�ria hist�ria, entoada em c�ntico pela TFC, a torcida que mais canta no Brasil: “Vamos, Vamos Cruzeiro! Vamos lutar! Vamos jogar com ra�a, sair dessa desgra�a e voltar para a S�rie A.”


*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)