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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

O lugar da hist�ria guardado para o Cruzeiro de Pezzolano

Se para montar o "time de todos os tempos" sempre me arvorei nos campe�es, agora tamb�m respeitarei e reverenciarei os dedicados e esfor�ados


07/09/2022 04:00

Técnico do Cruzeiro, Paulo Pezzolano, como o filho Manu, após o empate contra o Criciúma, pela Série B do Campeonato Brasileiro
T�cnico do Cruzeiro, Paulo Pezzolano, como o filho Manu, ap�s o empate contra o Crici�ma, pela S�rie B do Campeonato Brasileiro (foto: Staff Images / Cruzeiro)


Paulo C�sar Borges, Paulo Roberto, C�lio L�cio, Luizinho e Nonato; Douglas, Boiadeiro, Lu�s Fernando Flores e Betinho; Renato Ga�cho e Roberto Ga�cho. O time bicampe�o da Supercopa Libertadores da Am�rica de 1992. Escalamos como num recital sincronizado, eu e o amigo Marcelo Otoni, quando nos encontramos para a resenha da p�s-peleja hist�rica contra o Crici�ma, ainda na Esplanada do Mineir�o. Cravamos: esse foi o maior time do Cruzeiro que vimos jogar. Lamentamos apenas o fato de esse escrete ter atuado junto por t�o pouco tempo, menos de seis meses, tamanha era sua eleg�ncia em jogar futebol e para gerar goleadas avassaladoras de 6, 7, 8 a 0.

Euf�rico com “o dia de gl�ria”, me despedi da fam�lia Otoni com um abra�o. Foi quando me dediquei a uma nova reflex�o provocada por minha prosa com Marcelo, mas principalmente por cena inesquec�vel que presenciei minutos antes, ainda dentro do Gigante da Pampulha.

Logo ap�s os jogadores deixarem o gramado e entrar pelo t�nel e a Na��o Azul iniciar a sua sa�da para derramar a festa pela cidade, o comandante Paulo Pezzolano caminhou at� pr�ximo da arquibancada j� quase totalmente vazia. Pegou seu filho Manu, o levou at� o colo e, calmamente, seguiu at� o meio do gramado. 

Sorriso de pai orgulhoso da hist�ria que est� construindo, ele apontou para a arquibancada e disse algo ao p� do ouvido do garotinho. Imediatamente, lembrei-me de quando olhei para o mesmo ponto do est�dio, num domingo de 2019, e vi outros torcedores indo embora, chorando, na partida contra o Palmeiras.

Enxuguei as l�grimas que havia derramado. Aliviado, perguntei a mim mesmo: “E esse Cruzeiro de Pezzolano e do acesso, em qual parte do ‘maior time que eu vi jogar’ ele estar�?”

Matturio Fabbi, primeiro treinador de of�cio da nossa hist�ria e tricampe�o pelo Palestra Italia. Os irm�os Moreira – Airton e Zez� – levando o Cruzeiro a apresentar o futebol mineiro para o Brasil e para o mundo. Luxemburgo, da Tr�plice Coroa. O mago estrategista seu �nio Andrade. Estaria o uruguaio nesse grupo?

Ou neste? �talo Fratezzi “Bengala”, �dolo e artilheiro aposentado que tomou para si o posto de treinador, em meio � primeira grande crise do clube, para nos fazer superar – vivos – a d�cada de 1930. Souza, ex-jogador que aceitou assumir o comando quando nem dinheiro o clube tinha para despesas b�sicas. Carlos Alberto Silva, “Tio” Orlando Fantoni e todos os demais treinadores dos duros e longos anos de pen�ria na d�cada de 1980.

Qual oportunidade a gera��o de Eduardo Brock, Z� Ivaldo, Felipe Machado e Luvannor ter� de ser lembrada para al�m da compara��o pejorativa com os tempos idos de Jacinto, Toby e Bendelack? Alguma chance de estarem pr�ximos do meu “Cruzeiro de todos os tempos” (Geraldo II, Nelinho, Perfumo, Luizinho e Nonato; Piazza, Douglas, Tost�o; Dirceu Lopes, Niginho e Jo�ozinho) ou daquele “melhor Cruzeiro” que eu e Marcelo vimos jogar?

Essa d�vida se dissipou no meu testemunho do instante do orgulho de Pezzolano ao lado de seu filho. Foi um gatilho. Mudou, para sempre, a forma de eleger os escretes mais importantes da hist�ria. Se para montar o “time de todos os tempos” ou o “melhor Cruzeiro que vi jogar” sempre me arvorei nos campe�es, agora tamb�m respeitarei e reverenciarei os dedicados e esfor�ados. 

Pois, se de um lado, a hist�ria reservou ao Cruzeiro – o Time do Povo Mineiro – a sina de ser multicampe�o, de outro, ofereceu a supera��o das dores e dificuldades para forjar o car�ter do palestrino/cruzeirense.

Ainda n�o escalei o “meu melhor Cruzeiro das supera��es”. Talvez o fa�a numa nova resenha com meu amigo Marcelo Otoni, logo que se confirmar matematicamente a nossa volta, contra o Vasco (ser�?). Mas, certamente, o comandante desse meu novo escrete j� est� eleito: o pai do garotinho Manu, que num domingo � noite o levou para admirar um povo feliz apelidado de China Azul.

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