Sete vezes campe�o da Copa Cruzeiro do Brasil. Existe um grande clube nesta cidade acostumado a papar copas pelo pa�s afora. Coube � garotada do Sub-20 nos lembrar disso na manh� do �ltimo domingo, no Mineir�o. Um baile no mesmo palco onde conquistamos as edi��es principais do torneio de 1993, 2000, 2003 e 2017.
Os dois gols do t�tulo dos “Crias da Toca” foram anotados na mesma meta onde Cleisson fez o gol da primeira Copa do Brasil conquistada por n�s. Onde Cleb�o tirou a bola em cima da linha, impedindo o S�o Paulo de nos roubar o t�tulo mais �pico da hist�ria do Mineir�o. Ali tamb�m F�bio defendeu a cobran�a de Diego Ribas, garantindo o nosso penta.
J� a Na��o Azul, como de costume ao longo de sua hist�ria – seja na Copa do Brasil ou qualquer outro campeonato que nosso escrete celeste for jogar –, deu um espet�culo na arquibancada. Ah, como � bom gritar “� multicampe�o”!
Ver o escrete dos “Crias” determinados a conquistarem o t�tulo sobre o Gr�mio fez lembrar como as nossas outras seis conquistas da Copa do Brasil est�o umbilicalmente ligadas � hist�ria de jogadores vindos da base. � o caso de Cleisson em 1993; da idolatria conquistada por Ricardinho, o “Mosquitinho Azul”, em 1996; da consagra��o de Geovanni e de F�bio J�nior com os gols da final do ano 2000; do zagueiro Gladstone e o folcl�rico caso da fralda em 2003; de Murilo em 2017 e de Leo e Lucas Silva em 2018.
Domingo, na conquista da s�tima Copa do Brasil, fomos apresentados a um escrete repleto de talentos prontos para explodirem prematuramente no profissional, como � o caso do goleador Fernando. Hoje, certamente, ele � o atacante mais escalado pela torcida para tentar resolver a nossa seca de tentos no Brasileir�o.
Alguns desses do time Sub-20 j� sentiram o gostinho de serem relacionados para algumas partidas da equipe principal, como Jo�o Pedro e Ruan �ndio. Outros at� j� estiveram em campo por alguns minutos ou partidas inteiras, como o atacante Robert e os zagueiros Pedr�o e Weverton.
De quebra, essa molecada conta ainda com l�deres natos, prontos para encararem o maior degrau da carreira de um jogador de futebol, o de se firmar como profissional. Para o meu orgulho gigante, o exemplo vem exatamente da minha querida cidade, Mariana: o boa pra�a Jhosefer. Moleque que transmite energia positiva, tranquilidade e uma alegria contagiante.
O comandante Z� Ricardo j� deu o primeiro passo ao integrar metade do time campe�o da Copa Cruzeiro Brasil Sub-20 ao elenco principal: o zagueiro Ruan Santos; os meio-campistas Japa e Henrique Rodrigues; e os atacantes Jo�o Pedro, Robert e Fernando.
Mas apenas incorporar ao elenco ou relacionar para o banco de reservas n�o podem ser vistos como a��es conclusas. � fundamental que Z� Ricardo n�o tenha medo de lan�ar esses garotos como primeira op��o das substitui��es ou at� mesmo como titulares. Ou algu�m aguenta assistir Paulo Vitor, o refugo do Valladolid, aquecendo para entrar em campo?
Agora, mesmo que Z� Ricardo surpreenda e lance m�o dessas promessas para que elas tenham a chance de se tornarem realidade, ainda teremos o maior de desafio de todos: o de sepultar definitivamente a terr�vel mania de boa parte da nossa torcida em n�o ter paci�ncia com erros (naturais da juventude, por sinal) dos jogadores vindos das categorias de base.
O Cruzeiro passar� por uma reta final das mais turbulentas dos �ltimos anos. Sabemos todos que dificilmente esse p�ssimo elenco montado pela SAF para essa temporada desencantar�. Vamos precisar dos jovens confiantes, se sentindo abra�ados, sem medo de tentar e errar (at� acertar).
Ent�o, a bola est� conosco, na arquibancada. J� na partida contra o Flamengo, na pr�xima quinta-feira, ouviremos o coro pedindo a entrada de Ruan �ndio, Jo�o Pedro ou Fernando. Mas � fundamental que junto desse incentivo tamb�m venha a paci�ncia para n�o se irritar com uma marca��o atrasada, com um passe errado ou um gol perdido.
Cabe � Na��o Azul colocar fim a essa mania de acender a fogueira de queimar promessas.