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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Um teatro de horrores para 6 a 1 num botar defeito

A vit�ria do nosso escrete deixou os falastr�es de l� imitando a pr�pria torcida, ou seja, calados e mordendo o pr�prio fel


24/10/2023 04:00
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Festa dos cruzeirenses na Arena MRV
Jogadores do Cruzeiro comemoram o gol da vit�ria sobre o rival Atl�tico no primeiro cl�ssico disputado na Arena MRV (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Tr�s toques espa�ados de campainha. No teatro, s�o os sinais para que o p�blico se acomode antes do espet�culo, que se divide em “atos”. Em se tratando de uma pe�a com as trupes Cruzeiro e Atl�tico de Lourdes, o correto seria seis toques. Por�m, frente ao teatro de horrores promovido, no domingo passado, por parcela da diretoria do clube mandante, n�o cabem pequenas provoca��es.

1º Ato | O Atl�tico de Lourdes foi criado, em 1908, como uma col�nia de f�rias para meninos ricos de fam�lias abastadas de Belo Horizonte, que tinham condi��es financeiras e pol�ticas de mant�-los em car�ssimos cursos de medicina, na ent�o capital federal, o Rio de Janeiro. Por isso, nos primeiros anos de exist�ncia, o clube abandonou diversos torneios, pois seus “jogadores” encerravam as f�rias e voltavam �s aulas.

Nem mesmo eles mereciam a mancha hist�rica proporcionada, na �ltima semana, pelas provoca��es vazias, atitudes abjetas e artimanhas de bastidores de alguns diretores/administradores da ex-c�lonia de f�rias. Toda uma sequ�ncia de mediocridades apenas para incendiar – com �dio – um simples jogo de futebol.

Do lado de c�, viv�amos dias desesperadores. Time desfalcado; moral baixa; entrevista ac�fala do dono da SAF Cruzeiro e uma tabela a morder nossos calcanhares. O jogo, com cara de pesadelo, para piorar, seria no dia em que Salom�, a maior torcedora do mundo, completaria 90 anos, se n�o houvesse sido “assassinada por desgosto” no desastre de 2019.

2º Ato | Mas sabemos como atuam a Na��o Azul e a Tuma do Sapat�nis: os cruzeirenses cantando a peleja inteira e os de Lourdes como uma plateia de teatro, silenciosa, s� aplaudindo ao final (e se ganhar). Por isso, marchamos em multid�o para a Arena do Mundo Encantado dos Bilion�rios do Brasil Mis�ria.

Foi quando a arrog�ncia dos falastr�es se concretizou em horrores. Panfletos ap�crifos (ou seja, covardes e pat�ticos) tentando atrelar a hist�ria do Palestra/Cruzeiro a um regime pol�tico que nem existia quando da funda��o do clube; e que ao contr�rio disso, simboliza bem alguns pol�ticos contempor�neos aplaudidos por investidores atleticanos em jantares privados; atitudes como a de estampar a camisa de um estuprador na sala de trof�us por ter feito um gol no Cruzeiro; ou as faixas espalhadas em Belo Horizonte pela torcida atleticana, na d�cada de 1970, saudando um sanguin�rio ditador militar.

Do lado dentro, alto-falantes para abafar o nosso canto de alegria; hino nacional desligado na estrofe que exalta o Cruzeiro (a��o t�pica de um bobalh�o de quinta s�rie); oferta de servi�os com qualidade pior do que nas �reas destinadas � Turma do Sapat�nis e o inacredit�vel escracho com a dignidade humana: porta arrancadas de banheiros que seria usados por crian�as, mulheres, idosos e idosas cruzeirenses. � bom lembrar que Salom�, se viva, certamente estaria no jogo e com 90 anos, seria uma v�tima exposta a essa barb�rie.

3º Ato | Mesmo com tudo isso, o espet�culo celeste nas arquibancadas e a vit�ria do nosso escrete dentro de campo deixaram os falastr�es de l� imitando a pr�pria torcida, ou seja, calados e mordendo o pr�prio fel.

Mas o teatro de horrores n�o terminou ali. Ligaram caixas de som potente para a nossa festa n�o ressoar pelo mundo e desligaram os microfones durante a entrevista de nosso comandante. Mas quando as cortinas da soberba do Atl�tico de Lourdes finalmente se fecharam, quem recebeu os aplausos foi a Na��o Azul, em festa, como se fosse um sorriso gigante de Salom�.

Para a hist�ria ficar� o fato: o Cruzeiro venceu aquele que � cevado h� 100 anos pelo dinheiro, pela emp�fia, pelas vantagens pol�ticas e midi�ticas das elites que avalizam atitudes abjetas como as assistidas no �ltimo domingo.

Ganhar ou perder, faz parte da ess�ncia do esporte. No futuro, perderemos cl�ssicos regionais na Arena do Mundo Encantado dos Bilion�rios do Brasil Mis�ria. Como tamb�m venceremos novamente – com milho ou sem. Por�m, fica o desejo de que a �pica vit�ria do “nem t�o rival assim” contra o elenco milion�rio do rica�os sirva, de uma vez por todas, como li��o para que o Atl�tico de Lourdes, seus diretores e parte da Turma do Sapat�nis n�o voltem a transformar um simples jogo de bola em um teatro de horrores, promovido por uma gente que n�o se preocupou em zelar pelo car�ter da sua pr�pria ave. Nem ela merecia isso.

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