
A morte n�o tem apenas um significado. Ela � encarada de diferentes maneiras por grupos culturais, religiosos, sociais e �tnicos. Para uns, trata-se do fim. Em outros, simboliza um rito de passagem. Para alguns deles, ela � encarada como a d�diva da assun��o a um campo superior. Mas independente da cren�a, da cultura ou do povo, um sentimento � universal para os que ficam: a saudade.
Quem nos marca de um modo especial e parte, sempre nos deixa uma pontada de “querer ver de novo”. Da espera por um reencontro, seja aqui na vida terrena ou em uma outra esfera espiritual.
Na pr�xima quinta-feira, 2 de novembro, algumas civiliza��es, religi�es e pa�ses celebram o “Dia de Finados”. O Brasil � um deles. A data remete ao luto, � saudade e a homenagens aos mortos. Dentro da Igreja Cat�lica, essa celebra��o tem origem ainda no s�culo 11. J� o rito de “comemorar os mortos” nas civiliza��es pr�-colombianas � muito mais antigo.
A proximidade desse “celebrar os que partiram e deixaram saudade” me fez pensar em alguns jogadores que me deram alegrias e eu gostaria de rev�-los em campo, como Alex Alves e a sua pureza. Tamb�m fiz uma lista, no guardanapo do botequim, com aqueles que nunca vi, mas seria um sonho t�-los de volta para me cantar com os olhos, como os irm�os Nin�o e Niginho Fantoni, o Batatinha e o goleiro-pedreiro Geraldo II.
Inevitavelmente, tamb�m me enchi de saudade ao marejar os olhos com as lembran�as de amigos de arquibancada que tamb�m se foram, em especial, como o marianense Marcos Jos� Dias, o nosso Marquito, com quem dividi muitas pelejas na Arena do Jacar� e viagens por esse Brasil afora por amor ao Cruzeiro.
Hoje, se eu pudesse falar novamente com Marquito, iria pergunt�-lo: “A� onde voc� est�, com qual �dolo seu j� bateu uma bola ou fez uma resenha?”
A partir dessa lembran�a do querido Marquito – e a impossibilidade de prosear de fato com ele, resolvi dividir uma miss�o com alguns outros amigos e amigas cruzeirenses; a de celebrar a saudade daqueles que tanto fizeram pelo nosso clube estrelado e j� n�o est�o aqui, fisicamente, entre n�s. Rabisquei novamente o papel e enviei a eles o desafio: “Se voc� tivesse que escalar o Palestra/Cruzeiro de todos os tempos s� com personagens que j� faleceram, qual seria?”
Foram mais de 100 nomes de goleiros, laterais, defensores, meio-campistas e atacantes. Vieram tamb�m treinadores, dirigentes e torcedores ilustres. Imposs�vel citar todos eles nessas limitadas linhas, mas acredito que todos se sentir�o representados por esse “Palestra/Cruzeiro de todos os tempos” formado por aqueles que tantas alegrias nos deram nestes 102 anos de exist�ncia do Time do Povo Mineiro.
Vamos � escala��o:
Goleiro: Geraldo II (com Tonho e Luiz Ant�nio empatados entre os arqueiros reservas).
Lateral direito: Pedro Paulo, soberano.
Zagueiros: Roberto Perfumo e Zezinho Figueroa (com Azevedo e Fontana na supl�ncia para qualquer eventualidade).
Lateral-esquerdo: Nininho Fantoni (e Geraldino � espera de uma rara oportunidade na vaga do craque da fam�lia de jogadores mais importante de nossa hist�ria).
Meio campistas: Z� Carlos e Adelino (com Amauri de Castro e Guerino Isoni prontos para mudarem o estilo de jogo).
Atacantes: Roberto Batata, Niginho Fantoni, Palhinha e Alex Alves (tendo no banco outras quatro m�quinas de marcar gol: Nin�o Fantoni, Bengala, Piorra e Hilton Oliveira).
Treinador: Zez� Moreira e �nio Andrade, dividindo o comando desse escrete.
Dirigente: A dupla imortal Fel�cio Brandi e Carmini Furletti.
Torcedor(a): A maior do mundo, Salom�, e o menino palestrino Pl�nio Barreto.
