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Estado de Minas COLUNA HIT

Fabr�cio Carpinejar defende a higiene das ideias

No 'Di�rio da quarentena', escritor recomenda lavar pensamentos, desinfetar as preocupa��es e tomar banho de gentileza


05/09/2020 04:00

Tomara que o h�bito da higiene passe das m�os para as ideias.

Que possamos lavar tamb�m os pensamentos na hora de chegar em casa, desinfetar as preocupa��es com �lcool em gel, ensaboar as frutas dos olhos, tomar um banho de gentileza antes de falar com quem amamos.

Que as conversas n�o se tornem mais atropeladas, mais aos gritos e ordens, contaminadas pelas neuroses e pelas obsess�es.

Que n�o perguntemos onde est�o as nossas coisas, que procuremos antes de reclamar.

Que n�o deixemos a rua entrar no tapete da sala, que tiremos os sapatos para reaver a sensibilidade dos p�s.

Que saibamos diferenciar o que � problema do emprego e o que � impasse da rela��o, que isolemos as frustra��es, que n�o misturemos o humor da cabe�a e do cora��o.

Que percamos o mesmo tempo do asseio f�sico com a limpeza dos afetos.

Que usemos igual paci�ncia empregada na superf�cie para mandar a tens�o embora do nosso interior.

Que coloquemos m�scaras no momento da grosseria, para n�o derramar palavras impr�prias e adoecidas.

Que mantenhamos meio metro de dist�ncia em crises de raiva e ang�stia, aprendendo a ficar sozinhos, at� nos desintoxicar do ego�smo.

Que sejamos justos ao abrir a boca e ao silenciar, n�o repassando d�vidas como certezas, medos como verdades, impress�es como fatos consumados.

Que perguntemos mais em vez de concluir apressadamente, tendo apenas parte das informa��es e a nossa vers�o da hist�ria.

Que tamb�m guardemos boas not�cias para contar, separando piadas, causos engra�ados, observa��es espirituosas de nossos contatos.

Que os elogios fa�am frente ao desgaste das cr�ticas.

Que cultivemos plantas, temperos, que cuidemos dos nossos animais de estima��o, que a vida permane�a pr�xima, pulsante, aberta �s surpresas do cheiro e do carinho.

Que recuemos ao atacar, ao criar culpa, ao encontrar respons�veis pelas nossas pr�prias distra��es e erros.

Que respiremos devagar, transformando o nosso ar em melodia, em partitura, em delicada brisa.

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