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Nestes tempos pand�micos, o futuro est� nas pequenas a��es cotidianas

A escritora mineira Marcela Maciel Nogueira busca inspira��o no dia a dia e nos astros para defender a urg�ncia do pensamento coletivo


11/09/2021 04:00 - atualizado 11/09/2021 07:32

Pequenas a��es cotidianas

Marcela Maciel Nogueira
Escritora
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Parecia imposs�vel falar de aprendizado resultante da pandemia. Sou professora e, para mim, aprender � uma das maravilhas da vida. Exatamente o oposto de uma doen�a que matou mais de 4 milh�es de pessoas no mundo. Adiei a entrega do texto at� ter vergonha do Helv�cio por tantas vezes que descumpri o prazo.

A recusa de falar sobre o coronav�rus associado ao aprender vem tamb�m do medo de minhas palavras soarem insens�veis �s dores, perdas e priva��es de tanta gente. Soma-se a isso viver no Brasil com o negacionista, que consegue colocar em pr�tica seu projeto genocida e ainda ocupar o cargo de presidente. Estava dif�cil demais ter o que falar. Mas a�, tomei a vacina! Chegou a minha vez! A inje��o acendeu-me para usar este espa�o e reafirmar posi��es que n�o chegariam a muitos que aqui me encontrar�o.

Eu, de fato, aprendi algumas coisas no per�odo da pandemia. Publiquei meu primeiro livro infantil. Tomei coragem para arriscar e bancar o projeto que tinha vontade. Entendi um pouco mais sobre isso durante os anos de 2020 e 2021. Por isso, achei que seria interessante me colocar � disposi��o para quem quiser falar do processo, dos valores e das situa��es que lan�ar um livro envolve.

Ouvi bastante gente dizer do desejo de tamb�m se fazer escritor, publicar suas hist�rias, materializar as letras no papel. H� a ideia errada de que somente homens brancos experientes, de dentro da academia, podem escrever. Tanta gente tem tanto a dizer. Quando penso na oferta de literatura masculina e branca como imposta de diversas formas, fico triste pelo tempo perdido com um monte de leitura med�ocre que � priorizada em nosso sistema.

H� autoras e autores incr�veis em todo canto, inclusive amigas minhas que tamb�m est�o publicando. Escrever � para quem quiser. H� editoras dispostas a publicar novos nomes, h� profissionais e artistas que trabalham com isso de v�rias maneiras, h� concursos, h� possibilidades de parceria, h� publica��es independentes.

Penso que falar mais sobre livros pode ajudar novos projetos a serem lan�ados. Al�m da realiza��o de sonhos pessoais, quem quiser usar o tempo para contar e escrever hist�rias contribui para refor�ar os v�nculos, t�o prejudicados pela urg�ncia do isolamento social na conten��o do v�rus. � tamb�m algo importante para o desenvolvimento infantil, o est�mulo da criatividade, do autoconhecimento em elaborar as quest�es da vida, de se criar empatia e de achar maneiras para estar no mundo com mais satisfa��o. A leitura e a escrita s�o divertidas e ben�ficas demais para ficar escondidas.

Pouco tempo ap�s o surto de COVID-19 se espalhar pelo mundo, fui morar numa �rea longe da cidade e os aprendizados decorrentes disso foram potentes para colocar em pr�tica na minha vida algumas quest�es sobre preserva��o da natureza. Fiquei atenta ao lixo que produzo e ao que posso fazer para deixar menos rastros no planeta.

Comecei a estudar sobre o impacto da redu��o do consumo de carne para o meio ambiente e os dados s�o impressionantes. De acordo com o site Segunda sem Carne, mantido pela Sociedade Vegetariana Brasileira, se uma pessoa deixa de consumir 311g de carne por UM DIA, o impacto � equivalente � n�o emiss�o de 14kg de g�s carb�nico (que um carro gastaria em 100 quil�metros rodados) ou � economia de 3,4 mil litros de �gua (26 banhos de 15 minutos). Al�m disso, a quest�o filos�fica dessa mudan�a de comportamento me fez sentir coerente com minhas ideias sobre o mundo e um pouco mais afastada do capitalismo predat�rio da ind�stria de carnes.

Durante meu processo de transi��o para o vegetarianismo, que ainda est� em curso, encontrei o livro “De gados e homens”, da Ana Paula Maia. Recomendo-o para quem quiser ler uma mulher brasileira de talento e coragem. 

Alerto que a leitura tem cenas de viol�ncia, trata dos trabalhos e trabalhadores invisibilizados em sua humanidade. Fala da vida de quem mant�m a ordem e a funcionalidade de um espa�o que lhes � proibido.

Escrevo enquanto a lua est� no signo de Aqu�rio. Posi��o onde, segundo meu perfil favorito de astrologia no Instagram (@anaastros), o sat�lite natural da Terra nos pede para PENSAR COLETIVAMENTE. Foi nesta mesma p�gina que li: “Em tempos pand�micos, o futuro est� nas pequenas a��es cotidianas”.

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