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Estado de Minas COLUNA HIT

Do presencial ao virtual: d�vidas e dilemas de um ator em meio � pandemia

Na opini�o do artista Guilherme Th�o, a volta aos palcos � a certeza de que o teatro � a arte do encontro


19/11/2021 04:00 - atualizado 19/11/2021 07:38

Ilustração mostra ator de máscara interpretando texto em pé numa cadeira
(foto: Arte/EM/D.A Press)


Guilherme Th�o
Ator

Um m�s antes de o mundo parar, eu me preparava para ir a Cuba com “Aqueles dois”, espet�culo da Cia. Luna Lunera. Estava ensaiando com uma atriz para substituir minha parceira de cena em “Rosa choque”, gr�vida de quatro meses, para apresenta��es da pe�a em escolas. Come�aria ensaios de uma micrope�a para a temporada no La Movida Microteatro.

Em mar�o de 2020, as mensagens de cancelamento aconteceram em praticamente dois dias. Nem tivemos tempo de lamentar. Tinha que parar mesmo. O pior ainda estava por vir.


Teatro � encontro. � dividir espa�os e tempos, � compartilhar atmosferas, olhares e oxig�nio. Eu j� tinha essa consci�ncia, mas durante a pandemia isso ficou ainda mais evidente.

Mas esse povo das artes � inquieto e n�o para. Fomos explorar o “ambiente virtual” para n�o interromper os nossos experimentos e para cumprir compromissos firmados em projetos. Entrei nessa com receio, sabendo que n�o seria a mesma coisa.

Teatro � teatro, v�deo � v�deo. S�o artes muito diferentes. No audiovisual, o tratamento de som e imagem carece de um trabalho � parte. Meu total respeito aos profissionais do audiovisual. E, na minha opini�o, teatro filmado, na maioria das vezes, � ruim demais! Ainda bem que o p�blico � generoso e compreende as dificuldades do momento.

Minhas experi�ncias em streaming nas redes sociais ocorreram bem. Transmiss�es de espet�culos gravados, uma apresenta��o filmada via Zoom, micrope�a adaptada para v�deo, a s�rie que inventei com uma amiga... Ensaios em videoconfer�ncia, textos corrigidos por e-mail... Tudo aconteceu, mas com aquela sensa��o de incompletude. Faltava o principal.

Quando recebi a liga��o do Sesc chamando para participar de um projeto para me apresentar novamente no teatro, com plateia, demorei duas semanas para dizer o “sim”. Precisava elaborar os medos. Me perguntei v�rias vezes: ser� que ainda sei fazer isso?

Como o projeto envolvia a cria��o de um espet�culo in�dito com outro ator, o receio era de como seria o processo de cria��o e ensaios. Para ficar mais dif�cil, minha m�e ficou internada um m�s tratando uma anemia, e eu n�o podia colocar a sa�de dela ainda mais em risco.

Coloquei desejos e riscos na balan�a. Com a dose da vacina no bra�o, soltei o “sim”.

Oscar Capucho, meu parceiro na empreitada, mora em Vespasiano. Ent�o fizemos um cronograma apertado de ensaios para otimizar os encontros.

Na cria��o, v�rias ideias para a rela��o com a plateia foram ceifadas. N�o daria para chegar muito perto do p�blico, propor jogos de contato. Tivemos de incorporar a m�scara a v�rias cenas.

Com o empenho dos parceiros da dramaturgia e da ilumina��o, tudo fluiu bem e a estreia chegou. V�rios medos: ser� que o p�blico ter� coragem de se fechar num teatro, mesmo com o distanciamento exigido entre as poltronas? Como interagir com pessoas sem ver metade de sua express�o facial, todos cobertos por m�scaras?.

Mas a vontade era tanta que o pr�prio fato de estar de volta num teatro foi emocionante para todos n�s. A temporada foi curta, mas linda!

O sinal do �xito veio duas semanas depois, com o novo convite do Sesc para outra curta temporada no teatro, no in�cio de novembro.

Com a pandemia menos fatal, com as pessoas vacinadas, s� agora vejo que o teatro poder� voltar a ser o que sempre foi: encontro!.

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