Georgina Rosa Henriques lembra do baile como conto de fadas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
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A coluna conseguiu localizar duas das debutantes que participaram, em 1963, do primeiro (e �nico) baile de debutantes pretas realizado em Belo Horizonte. Marina Vieira do Ros�rio, tem 75 anos, mora no Barreiro. Georgina Rosa Henriques, de 78 anos, no Bairro Cai�aras. Por coincid�ncia, as duas aparecem uma ao lado da outra em uma das fotos reveladas pela Hit. Curiosamente, Marina e Georgina encontraram-se depois daquele baile uma �nica vez dentro de um �nibus.
Quase 60 anos separaram as fotos publicadas nessa edi��o da Coluna Hit. As imagens em preto e branco s�o os registros do baile de debutantes pretas realizado por iniciativa da Associa��o Jos� do Patroc�nio. Os registros, imagens e cobertura social �quela �poca foram feitos pela revista A Cigarra e fazem parte do acervo da ger�ncia de Documenta��o do Estado de Minas.
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Marina Vieira diz que festa de debutantes � sonho se quase todas as meninas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Marina e Georgina n�o esconderam a alegria de rever as imagens publicadas, na edi��o de 1º de maio, do EM. At� pouco tempo, elas possu�am exemplares originais das revistas, que foram perdidas.
Marina disse que o convite para participar do que seria o primeiro baile da Associa��o foi de grande alegria. "Uma festa como aquela � geralmente o sonho de toda menina", frisa. "A forma��o de todas as meninas, em semic�rculo, no sal�o, foi a coisa mais linda", recorda, com saudades.
A festa, conforme relembra Georgina, n�o era apenas para meninas de 15 anos. "Eu mesma tinha 18, outras 17 e s� uma de 15."
Coluna conseguiu encontrar Marina Vieira (1� � esq.) e Georgina Rosa (2�), ambas participaram, em 1963, do primeiro (e �nico) baile de debutantes pretas realizado em BH (foto: Jos� Nicolau/O Cruzeiro/Arquivo EM %u2013 1963)
A escolha das meninas para o baile foi a partir de convite direcionados aos associados da Jos� Patroc�nio que tivessem filhos. "Zilda, irm� que j� morreu, era boa costureira e fez um vestido lind�ssimo, a partir de modelo padronizado pela associa��o", conta Marina. "Houve uma reuni�o para discutir todos os detalhes. Em casa, todas as minhas irm�s me ajudaram com o vestido, me pentearam. Foi quase um conto de fadas", acrescenta Georgina.
Georgina dan�a nos sal�es do Clube dos Oficiais da Pol�cia Militar, em festa promovida pela Associa��o Jos� do Patroc�nio (foto: Jos� Nicolau/O Cruzeiro/Arquivo EM %u2013 1963)
A Associa��o Jos� do Patroc�nio, que funcionava na Avenida Brasil, 236, no Bairro Santa Efig�nia, foi fundamental para as pessoas pretas que viveram em Belo Horizonte nos anos 1950 e 1960. Georgina lembrou tamb�m que na �poca, nos bailes abertos a todos, os rapazes brancos sempre eram preconceituosos, chamando-as de “nega do cabelo duro”. Na associa��o, havia eventos sociais e educacionais para negros.
