Aderi Costa conviveu, nos anos 1990, com Gl�ria Maria. Colega e amiga de Ilze Scamparini, ex-mulher do fot�grafo mineiro, volta e meia Gl�ria pegava uma carona com o casal, vizinho dela no Leblon. Anos mais tarde, ele voltou a rev�-la em uma academia de pilates, onde a jornalista se preparava fisicamente para uma das viagens que marcaram sua carreira. Aderi nunca escondeu a admira��o por ela. Por isso, topou a proposta do maquiador Max Weber, que quis lev�-la para sess�o de fotos no seu est�dio, o Cais, um dos maiores do pa�s, que funciona no Centro do Rio de Janeiro.
A pauta da jornalista seria dividida entre trabalho para a coluna de Max, na “Vogue”, fotos que o maquiador faria para projeto de um livro e, por �ltimo, imagens para projeto editorial de Aderi, que estava come�ando. O encontro foi marcado com simpatia e tranquilidade da jornalista, que morreu na semana passada. "Ela estava bem disposta. Disse que faria o que eu quisesse e, como confiava no meu trabalho, poderia escolher as fotos que preferisse", recorda ele, por telefone, do Rio de Janeiro.
Para dar conta de todas as fotos, Gl�ria ficou mais de seis horas no est�dio. Maior parte do tempo na troca de maquiagem. Com Aderi, foi mais ou menos uma hora e meia. "Gl�ria tinha assunto para tudo. Sempre bem-informada, conversava sobre tudo. Sempre muito amorosa e afetiva", diz ele, que, naquele dia, fez 300 cliques da jornalista.
“Cais”, o livro de Aderi, seria lan�ado em 2020, mas a pandemia impediu os planos do fot�grafo, que s� conseguiu lan�ar a obra no ano passado. Ele lembra que tentou contatos com Gl�ria tanto para convid�-la para o lan�amento, a que ela acabou n�o indo, quanto para envio do livro. "Ela sempre me respondia, mas acho que, por causa da doen�a, n�o nos falamos mais", lamenta o fot�grafo.