A frase juntar a fome com a vontade de comer faz um sentido e tanto quando de um lado da mesa voc� tem a cozinheira Agnes Farkasvolgyi e, do outro, o universo m�gico do escritor Lewis Carroll e sua obra “Alice no pa�s das maravilhas”. Nesta ter�a-feira (11/7), Agnes abre seu restaurante, no Santo Ant�nio, �s 17h, para o Ch� da Alice.
No encontro, a cozinheira mineira mostra que criatividade e beleza � mesa n�o tem limites. "Ele (Lewis Carroll) � o criador das criaturas de 'Alice no pa�s das maravilhas'. E de um enredo m�gico que me encanta e me inspira at� hoje. A gastronomia � mais um elemento nonsense da est�ria”, disse Agnes.
Na casa da Agnes, o Ch� da Alice ser� realizado pela segunda vez, mas antes passou pelo Sesc Palladium e Memorial Minas Vale como performance. “As performances foram atrav�s de um convite para participar do 'Carol’s day'. Os ch�s s�o filhotes das performances”, diz.
O que Lewis Carroll representa para voc� tanto na literatura e, claro, na gastronomia?
Ele � o criador das criaturas de “Alice no pa�s das maravilhas”. E de um enredo m�gico que me encanta e me inspira at� hoje. A gastronomia � mais um elemento nonsense da est�ria.
O que n�o falta na hist�ria de Alice no pa�s das maravilhas � criatividade e imagina��o. Esses ingredientes s�o frequentes na culin�ria ou est�o em falta ou pouco utilizados?
Acredito que criatividade e imagina��o s�o escolhas de um cozinheiro nos nossos dias. Ser criativo n�o significa necessariamente criar o novo. A cozinha se apropria tamb�m da arte ao usar t�cnicas de colagem/ montagem/ forma e cor para criar. O combust�vel � a imagina��o.
O que voc� leva do livro de Alice para o menu do ch�? Com tantas refer�ncias, montar um card�pio t�o espec�fico � f�cil ou dif�cil?
N�o � f�cil ou dif�cil, tenho que estar atenta aos detalhes, �s entrelinhas ou ao literal. � na palavra que encontro o prato. Levo alguns ingredientes/pratos que s�o citados no texto. Scones, cogumelos, elixir de macaxeira, vinagre, p�o, caldo, manteiga.
Em rede social voc� disse que este ano o evento tem a luxuosa participa��o da Samarina.br. O que ela agrega ao seu trabalho e o que voc� define como patisserie tupiniquim?
Conheci S� Marina ano passado. Uma baiana arretada que � doceira/confeiteira poderosa. Parece um personagem do pa�s das maravilhas. Coincidentemente � minha vizinha querida e aberta �s novas ideias e projetos. Ganhei uma parceirona, muito al�m de algu�m que faz doces. Patisserie tupiniquim � o nome que ela d� ao que faz! E faz todo sentido!
Ainda na rede social, o post com detalhes do ch� � assinado pelo Chapeleiro, pelo Coelho Branco, pelo Gato Listrado e pela Rainha de Copas. Qual desses personagens � o seu favorito e por qu�? E quem ir� receber os convidados?
Tenho um apre�o bem grande ao Chapeleiro, por isso j� incorporei o personagem em cinco performances. Mas gosto muito tamb�m da insanidade e das birras da Rainha de Copas. Ainda n�o decidi quem recebe.
A mesa do ch� � uma obra de arte com tantas lou�as e detalhes. Qual sua rela��o com as lou�as, quando e como come�ou a montar esse acervo t�o lindo?
Minha m�e � colecionadora de lou�as lindas. Aprendi com ela o ritual de uma mesa bem montada. Por conta do buf�, comecei a me interessar por lou�as diferenciadas para montar apresenta��es para meus pratos e mesas com minha assinatura. O Bouquet Garni tem 34 anos. Meu acervo come�a a�. E faz parte dos objetos de arte que fiz pra comemorar meus 60 anos.
Al�m do Ch� de Alice, o ano segue com projetos como os jantares comemorativos aos seus 60 anos. O que vem pela frente?
Os jantares v�o at� outubro. Agora em julho, vou cozinhar todas sextas, fazendo um prato que tem minha assinatura. Vai ter goulash, l�ngua com cacau e outras del�cias. Em setembro, fa�o uma performance no Memorial da Vale e vou reeditar o jantar das mulheres artistas em outubro. Temos um projeto de um espa�o/bar bem colorido para a casa da Agnes e que vai funcionar fins de semana ensolarados
Por falar em idade, o que ela tem trazido de bom para voc� na vida e na cozinha?
Principalmente tranquilidade. Possibilidade de realizar meus projetos com A Casa da Agnes, de dedicar meu tempo pra cada um desses projetos e trabalhos; das festas do buf� �s exposi��es de arte. Voltei a estudar e aprender sobre coisas que me interessam.