
“Bar�tono”, a nova turn� de Lulu Santos, oferece muito mais do que os f�s podem esperar de um grande show. A come�ar pela pontualidade. Tr�s minutos depois do hor�rio marcado, �s 22h, a banda tomou seu lugar, ao som de funk. Na sequ�ncia, Lulu deu as primeiras notas de “Toda forma de amor”, que ganhou, digamos, atualiza��o. O verso “Eu sou seu homem/ voc� � minha mulher” foi alterado para “Eu sou um homem/ voc� � o que quiser”. Empolgada, a plateia cantou com Lulu o refr�o “E a gente vai � luta/ E conhece a dor/ Consideramos justa/ Toda forma de amor”.
Se Lulu foi pontual nos shows do �ltimo fim de semana, no Arena Hall, na terceira m�sica os retardat�rios continuavam a chegar. Muito folgados, iam se acomodando perto da �rea destinada a cadeirantes e pessoas com defici�ncia. Isso exigiu paci�ncia dos brigadistas para explicar que o local � �rea de circula��o e precisa ficar livre. Naquela altura do campeonato, Lulu j� tinha o p�blico nas m�os, ao prestar homenagem a Rita Lee, interpretando “Caso s�rio”, um dos hits da roqueira, que morreu em maio.

N�o bastassem os sucessos que, indiscutivelmente, marcaram algum momento da vida dos f�s, Lulu guardou para quase o final do show a homenagem aos trabalhadores de sua turn�. “Tenho o prazer de trazer � cena e apresentar, para o carinho, reconhecimento e aplausos de voc�s, a nossa equipe t�cnica. S�o os nossos homens de preto”, anunciou. Lulu contou que esta turma chega 12 horas antes de a plateia entrar e vai embora de seis a oito horas depois de o �ltimo f� sair. “S�o os trabalhadores. Como eles mesmo gostam de se chamar, s�o a Graxa”, disse. Foram aplaudid�ssimos.

A emo��o daquele momento remete aos tempos cru�is da pandemia, quando, entre tanta gente que sofreu com a chegada da COVID-19, montadores de palco, roadies, carregadores, t�cnicos de luz e som foram duramente afetados pela falta de dinheiro e trabalho, devido � suspens�o de eventos culturais. Foi uma homenagem simb�lica. Curiosamente, o cen�rio do show n�o trazia tel�o de LED. Nada contra a tecnologia, mas os recursos usados em “Bar�tono” – metros de voil sob o palco, al�m da luz – criaram a maior sintonia com o repert�rio. Assinado por Karen Ara�jo, o cen�rio foi executado por Clissa Cohem. Lulu elogiou tamb�m “as tr�s costureiras fabulosas da zona do Porto do Rio de Janeiro”, respons�veis por aquela beleza.