
Eu afirmo e digo com todas as letras: salve os criadores da internet e dos smartphones!. Se esta COVID aparecesse durante os anos 1980, estar�amos perdidos. Voltar�amos a ler mais livros, escutar mais m�sica e, principalmente, conversar mais com as pessoas pr�ximas. Hoje, temos op��es demais que acabam com o nosso tempo ocioso, que � t�o importante para a criatividade.
No in�cio dos anos 2000, com a chegada da pirataria na m�sica e dos downloads gratuitos, cheguei � conclus�o de que os jovens estavam escutando menos m�sica, pois o dinheiro que eles tinham para comprar os nossos CDs estava sendo gasto com cr�ditos para os celulares. Sempre procuramos uma desculpa para justificar algo de que n�o temos controle, ou para fugir de uma decis�o que nos obrigue a mudar nossos costumes.
O telefone fixo j� foi um grande aliado e salvador de muitas situa��es. Hoje, � apenas um aparelho que faz barulho, algumas vezes, mas que poucos se movimentam para atender. Qual ser� o novo item a passar para a hist�ria como ferramenta do passado? Voc� tem palpites? O tempo hist�rico atual e o dinamismo da contemporaneidade nos trazem dificuldades para efetivar previs�es, mas tendo em vista que uma ferramenta como o telefone fixo, capaz de reunir fam�lias e dife- renciar condi��es socioecon�micas no passado, j� n�o se faz t�o presente na vida das pessoas, me pergunto acerca da pr�xima novidade meta- f�rica dos museus.
Fato � que se o homem n�o controla passado, presente e futuro, ele det�m, hoje, a gest�o das tecnologias que aceleram ou diminuem as dist�ncias, os ritmos e a vivacidade dos elementos da natureza e da materialidade. O telefone fixo ficou para tr�s e, se pudesse arriscar um palpite, diria que as emissoras tradicionais de televis�o, sejam elas abertas ou pagas, devem aproveitar o bem maior desta coluna – portanto, o tempo – para se reinventar antes que os controles remotos percam os n�meros e se mantenham apenas com as letras e uma conex�o com o sinal de wi-fi. A m� not�cia � que o tempo voa, mas a boa � que n�s somos os pilotos.