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Estado de Minas

No mundo digital, a m�sica perdeu charme, mas ganhou em efici�ncia

A cadeia de produ��o se alterou completamente, desde a produ��o at� a forma como ela chegou ao mercado e aos f�s


13/11/2020 04:00 - atualizado 13/11/2020 00:06



Sou m�sico profissionalmente h� 30 anos. Quando o Skank, de forma independente, lan�ou o primeiro �lbum, em 1992, optamos pelo formato CD – uma novidade � �poca. Ali�s, nenhum dos integrantes da banda tinha em casa aparelho para escutar o nosso pr�prio trabalho. Fizemos uma lista de formadores de opini�o e distribu�mos nosso �lbum, entregando pessoalmente ou via correio.

Hoje em dia, a m�sica � totalmente digital e a cadeia de produ��o se alterou completamente. Desapareceram algumas pe�as importantes neste mercado, como lojas de disco, atacadistas e f�bricas de CDs. A maior parte das gravadoras produzia os �lbuns, fabricava os CDs, distribu�a para as lojas e, no final, o Departamento de Marketing avisava o mercado quanto cada artista havia vendido, por meio dos famosos discos de ouro, platina ou diamante.
 
 
Nos novos modelos, as plataformas de streaming se transformaram nos principais canais de propagação da música(foto: Lionel BONAVENTURE/AFP)
Nos novos modelos, as plataformas de streaming se transformaram nos principais canais de propaga��o da m�sica (foto: Lionel BONAVENTURE/AFP)
 
As m�sicas eram criadas e gravadas de forma bastante artesanal, em um processo lento e cada vez mais caro. A m�quina de venda das gravadoras s� aparecia depois que era feita a entrega do �lbum. Tudo isso mudou com a chegada dos sertanejos universit�rios. Eles criaram o conceito “f�brica de can��es”, em que por meio de um processo colaborativo e, �s vezes, competitivo, no estilo hackton, s�o compostas can��es em escala industrial.

Em conversa com Bruno Baptista, diretor da Sony Music, entendi todas as mudan�as que ocorreram na ind�stria musical nos �ltimos 10 anos. Essa facilidade que o usu�rio tem, hoje em dia, de abrir um aplicativo e escutar milh�es de can��es, � apenas a ponta do iceberg da nova cadeia de valores que alterou a forma de compor, produzir, distribuir e consumir m�sica.

As plataformas de streaming s�o estruturadas para o lan�amento de singles. Isto �, o mercado se ajustou para lan�amento de can��es separadas. Esque�a aquela ansiedade deliciosa de escutar o novo �lbum do artista de quem voc� mais gosta.

Existem vantagens e desvantagens neste novo modelo. Quando se lan�ava um disco, o artista tinha um volume de can��es para explorar o seu momento de cria��o, mas, em compensa��o, se os f�s n�o recebessem bem a novidade, um ajuste de curso demoraria muito tempo e com um custo alto. Atualmente, quando um artista lan�a sua m�sica, se ela n�o agradar a corre��o ocorre em um prazo muito menor e a um custo mais baixo.

Mais uma vez, a tecnologia dita a forma como se consome m�sica. Sempre falo que todo artista � uma startup. As d�vidas e as necessidades s�o as mesmas. J� criaram a f�brica de can��es e os lan�amentos j� est�o sendo feitos em escala industrial. O que est� faltando � o monitoramento e o investimento nos artistas, como se eles fossem a��es na bolsa.

A m�sica virou produto. Perdeu um pouco o charme, mas ganhou em efici�ncia. Eu n�o sofro mais com o desaparecimento do cl�ssico modelo de �lbum no qual t�nhamos o prazer de escutar v�rias faixas de um artista. Perdemos a identifica��o dos nomes. Aprendemos a gostar das m�sicas sem nem saber o nome de quem est� cantando.

Independentemente da tecnologia a ser criada, sempre gostaremos de escutar uma boa m�sica. Isso � o que importa.





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