Eu me considero uma pessoa jovem. Minha vida profissional foi iniciada no setor do turismo e desde ent�o permane�o nele. Sem grandes contas, mas pela minha viv�ncia profissional, consigo chegar a conclus�o que voc� tamb�m j� deve ter chegado: a tecnologia tem avan�ado a passos largos nos �ltimos anos. Um dos par�metros que eu uso, � que no meu primeiro emprego, como agente de reservas em um hotel de Belo Horizonte, as confirma��es de reservas eram feitas via fax, um telefone que “imprimia” mensagens escritas.
O cliente mandava a solicita��o, eu carimbava como “confirmado”, colocava a data, assinava e enviava de volta. Confesso que n�o tenho nostalgia alguma dessa �poca, e que vejo na transforma��o digital uma das grandes asas do turismo.
Leia tamb�m: Quando eu voltar a viajar
O cliente mandava a solicita��o, eu carimbava como “confirmado”, colocava a data, assinava e enviava de volta. Confesso que n�o tenho nostalgia alguma dessa �poca, e que vejo na transforma��o digital uma das grandes asas do turismo.
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N�o h� mais como voltar, a tecnologia est� na palma da m�o de quase qualquer pessoa. E quase qualquer pessoa � um turista, real ou potencial. Desde as crian�as que mal sabem falar, mas transitam livremente pela tela do celular, at� os mais idosos criados na datilografia, mas que j� perceberam que reside na tecnologia a sua liberdade de escolha. Junte-se a isso, celulares que est�o cada vez mais modernos e mais intuitivos, e a cada nova vers�o s�o capazes de absorver mais novidades. Para completar esse ciclo dentro das experi�ncias tur�sticas, � necess�rio que todos que produzem turismo, sejam destinos, atrativos, hot�is ou restaurantes, tenham seus produtos e servi�os dispon�veis na palma da m�o de seus potenciais turistas.
A transforma��o digital das experi�ncias tur�sticas, vem acelerando nos �ltimos anos e ganhou um g�s extra com a pandemia da COVID-19. Mas engana-se quem acha que ter uma rede social, um site e transformar seus panfletos f�sicos em panfletos em pdf est� presente ativamente no mundo digital. Os potenciais turistas est�o cada vez mais exigentes, afinal conhecem melhor tanto as tecnologias dispon�veis como tamb�m o que � poss�vel fazer com elas. Ent�o, quem n�o criar experi�ncias inovadoras e facilitadoras das viagens, certamente ir� para o fim da fila. J� n�o basta uma vista bonita do quarto de hotel para atrair um viajante.
Grandes players do mercado j� investem em sistemas unificados, intelig�ncia artificial e realidade virtual. E pode ser que muita gente n�o conhe�a com esses nomes, mas essas tecnologias j� fazem parte do nosso dia a dia, e certamente elas t�m um impacto positivo nas nossas escolhas, afinal facilitam e agilizam a nossa experi�ncia. O turista, cada vez mais tem pressa. Pressa de resolver a burocracia logo, para desfrutar da viagem. Portanto, a pousadinha do interior que mant�m suas reservas no caderninho e que quando a gente liga tem que esperar fulano de tal chegar para passar a tarifa, est� correndo s�rios riscos de sucumbir. Acredite, n�o � esse o tipo de personaliza��o no turismo que o ex poss�vel h�spede est� buscando.
Neste sentido, algumas iniciativas s�o bem interessantes e deixam as pessoas livres apenas para desfrutar da melhor forma, os destinos escolhidos. � o caso da CVC, por exemplo, que ap�s passar por grave crise no ano passado renasce com grandes mudan�as em v�rias �reas de sua administra��o, mas especialmente no investimento em tecnologia para melhorar as experi�ncias de colaboradores, parceiros e clientes, na cria��o de novos neg�cios, como a VHC Hospitality, produto de aluguel de casas de temporada e uma reestrutura��o na cultura organizacional. Obviamente que foram, e est�o sendo feitos investimentos de grande porte por esta que � a maior companhia de turismo do Brasil. Mas engana-se quem pensa que a transforma��o digital � apenas para os grandes. Existem hoje plataformas bastante acess�veis ou at� mesmo gratuitas que podem ajudar os pequenos empreendimentos a melhorarem a experi�ncia de seus clientes. Afinal, apesar dos grand�es do mercado, � bom n�o esquecer que no fim das contas, as pessoas viagem para a cidade e se hospedam em um hotel por vez. No Brasil s�o 5.570 munic�pios e 27 capitais. Ent�o a transforma��o digital somente ser� real se acontecer em todas as camadas que produzem o turismo, porque o turista est� a� para aproveitar o que estiver mais acess�vel a ele. E n�o tenha d�vidas, n�s turistas chegamos em qualquer lugar, desde que o caminho seja claro. Ali�s, como dizia Alice no Pa�s das Maravilhas: “a �nica forma de chegar ao imposs�vel � acreditar que � poss�vel”.
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