Turismo no inverno: destinos que aquecem

Sim, existem destinos para cada �poca do ano. Claro que um destino que se organiza consegue distribuir bem seu fluxo de turistas ao longo do ano. Mas para uma identidade forte, ter clara a �poca do ano que � a alta temporada, � essencial para um bom trabalho do destino.

J� os turistas conseguem perceber esse posicionamento rapidamente. Ainda que n�o com os nomes t�cnicos de sazonalidade ou alta/ baixa temporada, o viajante cada vez mais entende o destino antes mesmo tomar a decis�o de visit�-lo.

E bastou esfriar pelas bandas do hemisf�rio sul que o turismo de inverno come�a a ser procurado. Tanto os destinos j� conhecidos, como Monte Verde, Gramado ou Campos do Jord�o, sobre os quais falei aqui na semana passada, na coluna sobre o dia dos namorados, como outros que nem precisam ter a cara de romantismo, mas que t�m aquele aconchego de inverno, seja com o parceiro, a fam�lia ou um grupo de amigos.

Minas Gerais possui v�rios destinos de inverno, como a hist�rica Ouro Preto e seus charmosos distritos de Lavras Novas e Santo Ant�nio do Leite. Tiradentes, Brumadinho, Moeda e Macacos, s�o todas op��es pr�ximas a Belo Horizonte e j� possuem uma boa infraestrutura de hospedagem e alimenta��o.

A capital S�o Paulo combina com o frio tal qual o Rio de Janeiro combina com calor. Eu tinha uma amiga que dizia que n�o sabia o que era pior, um dia de frio no Rio de Janeiro ou um dia de calor em S�o Paulo. E � isso. Por mais que existam op��es o ano todo, essas cidades j� criaram uma identidade com o tipo de turismo que predomina por ali.

Por�m, � importante destacar que os destinos de inverno precisam estar adaptados para esta �poca do ano. Porque quem busca este tipo de viagem n�o quer morrer de frio e se sentir desconfort�vel, mas sim aproveitar a esta��o para se sentir aquecido. Ent�o tudo deve ser pensado.

No caso de meios de hospedagem, o cuidado com o acabamento, eletroeletr�nicos e enxovais que deem conta de segurar o frio. Restaurantes que sejam ventilados mas que aque�am tamb�m s�o essenciais para garantir o conforto dos clientes. Um bom exemplo para o inverno brasileiro, menos rigoroso do que em algumas partes dos Estados Unidos e Europa, � o estilo dos restaurantes da Rua Coberta de Gramado. Aquecedores a g�s e peles nas cadeiras dos restaurantes d�o o charme e o aquecimento ideal para um bom jantar regado a vinho tinto.

Outra op��o boa nesta �poca do ano s�o as caminhadas na natureza. Apesar do frio de alguns locais e da �gua gelada da cachoeira, � quase garantido que n�o ir� chover, o que diminui muito os riscos para os adeptos do ecoturismo. Sem falar que caminhar ou pedalar fora do calor escaldante � bem mais agrad�vel, n�o �?!

O fato � que o Brasil j� possui excelentes destinos prontos para receber em qualquer �poca do ano, e n�o � necess�ria uma compara��o com outros locais do mundo, afinal pouco a pouco estamos construindo nossa identidade no turismo. J� falei sobre nossa identidade no meu blog, no texto “A s�ndrome do patinho feio no turismo brasileiro”, que fala sobre como estamos nos transformando em cisne. O importante � que os destinos estejam bem posicionados, e entendam quando � o pico da onda e quando � o momento de manter um movimento m�dio no destino. Obviamente que muitas s�o as alternativas para que o pico dure mais tempo ou mais de uma temporada, mas para isso � necess�rio maturidade e planejamento.

J� os viajantes, aqueles que todos n�s o somos, agradecem cada vez mais inciativas que transformem destinos em experi�ncias. Isso significa que uma viagem de inverno para as cidades hist�ricas de Minas Gerais, pode (e deve) ser completamente diferente das experi�ncias oferecidas em outras �pocas do ano, por exemplo. Isso garante uma maior ocupa��o para os destinos, e aos turistas, viagens diferentes para os mesmos destinos.