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Estado de Minas ISABELLA RICCI

Atrativo tur�stico: Parque Linear de Belo Horizonte

Como Belo Horizonte corre o risco de deixar escapar um projeto de turismo com dimens�es internacionais


08/02/2022 06:00 - atualizado 10/02/2022 07:36

Imagem de um parque com várias árvores e arco-íris ao fundo
Dentre muitas iniciativas, � poss�vel perceber um movimento mundial com a cria��o de parques lineares (foto: Belvedere/ Foto: Benny Cohen)
Lugar bom para visitar, tem que ser, primeiro, bom para morar. Essa afirma��o n�o � negoci�vel e deve ser clara para gestores p�blicos e privados, e tamb�m para os turistas. Quando visitamos um lugar onde as pessoas gostam de morar, sentimos no ar a energia de que ali � agrad�vel. Quem nunca viajou para uma cidade e pensou: “eu moraria aqui facilmente”?! Neste sentido, lugares que s�o bons para viver acabam se tornando excelentes para se visitar.
 
Dentre muitas iniciativas, � poss�vel perceber um movimento mundial com a cria��o de parques lineares. Esses parques s�o espa�os verdes, de lazer e conviv�ncia, que, como o nome sugere, formam uma linha. Alguns parques lineares j� s�o relevantes atrativos tur�sticos mundo afora, principalmente nos Estados Unidos, como o The High Line de Nova York, que foi criado pelos moradores da regi�o em 1999 para evitar que a via f�rrea elevada fosse demolida.
 
Atualmente oHigh Line recebe milhares de visitantes por ano e movimenta o com�rcio local, especialmente de alimentos e bebidas. H� tamb�m parques lineares no Chile, �sia e at� aqui no Brasil. E Belo Horizonte tamb�m tem seu pr�prio projeto de parque linear.

Belo Horizonte foi considerada Cidade Criativa pela Unesco em 2019 pela sua gastronomia. Entretanto, sabemos at� mesmo intuitivamente que uma cidade criativa deve ser composta por elementos culturais singulares, tecnologia, mobilidade, inova��o e sustentabilidade em seus 3 eixos: ambiental, social e econ�mico. A capital mineira vem inovando no turismo nos �ltimos anos, ainda que a passos lentos. Hoje j� sabemos que a cidade n�o � apenas um destino de neg�cios, onde � poss�vel encontrar excelentes amostras de arte, cultura e gastronomia. A pandemia acelerou esse processo, e a hotelaria executiva tamb�m j� se organizou e aprendeu a receber o turista de lazer.

E buscando lazer e bem-estar para moradores e turistas,o projeto do Parque Linear de Belo Horizonte tem capacidade para competir com qualquer um do mundo. Afinal, o projeto prev� a instala��o de equipamentos de lazer, como parquinho infantil, ciclovia, pistas de corrida, de caminhada e de skate, lanchonetes e mirantes, em um ambiente agrad�vel, no meio de uma selva de pr�dios que pede um respiro.

Imagine lojas que podem dar uma amostra do que encontrar pelas Minas Gerais, em um ambiente verde com uma esta��o de trem, e obviamente, o trem! Que pode te levar deste ponto ao maior museu de arte contempor�nea a c�u aberto do mundo, o Inhotim.
 
Numa �rea nobre da cidade, no bairro Belvedere, na divisa com o munic�pio de Nova Lima, pertencente � Uni�o e correndo o risco de ser leiloada, a execu��o do projeto poderia tamb�m levar passageiros at� Brumadinho. A iniciativa tem n�o s� um perfil de atendimento ao turismo na cidade como tamb�m ajuda a compor estrategicamente as pol�ticas p�blicas de turismo, ainda que o setor n�o tenha percebido ou n�o a conhe�a.
 
Afinal de contas, o projeto deixa clara a qualidade de vida para os belorizontinos e seus visitantes, e especialmente a enorme possibilidade de distribui��o de fluxo tur�stico na regi�o metropolitana de Belo Horizonte e desafogando o tr�nsito intenso das BRs 040 e 381, que levam a Brumadinho e a diversos munic�pios do Circuito Tur�stico Veredas e �s incr�veis rotas da regi�o, como a Rota Capit�o Senra.

O Parque Linear de Belo Horizonte surge ent�o como uma alternativa sustent�vel e criativa de trabalhar o setor na cidade, com a possibilidade de movimentar a economia do turismo, que n�o faz grandes volumes como outros mercados, mas � perene, est�vel e renov�vel. E temos certeza que haver� muita gente pensando sobre a capital mineira: “eu moraria aqui facilmente”. A maioria n�o vai morar, mas certamente ir� voltar outras vezes, e a cidade os receber� de bra�os abertos, como sempre faz.

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