
Voc�s, jovens das gera��es Z em diante, provavelmente, n�o fazem ideia de como era complexo comprar uma passagem a�rea.
Era t�o complexo, que havia at� mesmo um curso para o que fazemos hoje com 2 ou 3 cliques na internet.
N�o sou nem um pouco nost�lgica, e n�o tenho um pingo de saudades desses tempos anal�gicos.
Mas, certas coisas nunca mudam, especialmente quando se trata de servi�os.
E uma coisa que aprendi l� nessa �poca, e que a cada dia � mais atual, � sobre a experi�ncia de compra e uso do turista.
Um destino ou empresa pode acertar em tudo, mas �s vezes, um pequeno deslize ou a falta de um planejamento mais elaborado pode levar por �gua abaixo o sonho de viagem de uma pessoa.
E essa falha, pode estar em qualquer fase do processo e envolve diversos atores, incluindo setor p�blico, iniciativa privada e sociedade civil organizada (ou desorganizada).
� o que vem acontecendo no M�xico, que apesar de possuir v�rios destinos queridinhos dos brasileiros, est� oferecendo uma experi�ncia n�o t�o positiva no processo de documenta��o para entrada no pa�s.
A coluna da semana passada da advogada Luciana Atheniense detalhou como os brasileiros t�m passado por perrengues ao providenciar a documenta��o exigida pelo pa�s. � claro que, cada pa�s precisa trabalhar suas regras de entrada e perman�ncia dos turistas.
Isso vale para garantir que a atividade tur�stica aconte�a de maneira sadia, e legal para todas partes.
Entretanto, as regras precisam ser claras e exequ�veis.
Ao se criar e implementar uma norma, a opera��o dela precisa acontecer com efici�ncia. Caso contr�rio, cria-se um estresse em toda a cadeia de consumo do turismo.
Por mais que alguns te�ricos n�o gostem muito do termo, � fato que o turismo acontece sim em cadeia.
Isso significa que, uma pe�a fora do lugar, gera um efeito domin�, e pode tirar um destino inteirinho do topo das listas de desejo e jog�-lo direto nas listas dos “n�o v�, se n�o quer ter dor de cabe�a”.
As chances de perrengues em viagens s�o muitas, e c� entre n�s, alguns at� d�o um certo charme na viagem.
Aquela hist�ria engra�ada que vai ser repetida em diversos natais e encontros de amigos, d� um toque de exclusividade na sua viagem. Mas a linha entre um perrengue chique e uma experi�ncia desastrosa � t�nue.
Por isso, precisa haver uma certa sincronia na opera��o das viagens. E engana-se quem pensa que a opera��o da viagem � responsabilidade apenas das ag�ncias e operadoras. Cada um tem um papel bem definido para que uma viagem sofra o m�nimo de perrengues.
Por isso, � importante entendermos que cabe ao poder p�blico a estrutura b�sica de um destino.
Isso significa, a organiza��o de acessos e vias, as pol�ticas p�blicas, e no caso de pa�ses, as pol�ticas de entrada e perman�ncia.
J� aos empres�rios, cabe girar a economia local e regional, atrav�s da oferta de servi�os, e tamb�m produtos, das mais variadas formas.
Aos setores, que chamamos de sociedade civil organizada (mas que muitas vezes � bem organizada), cabe pensar os setores do turismo, suas ofertas e demandas conjuntas.
A� entram os grupos de hoteleiros, meios de alimenta��o, prestadores de servi�os e at� mesmo grupos com alguma caracter�stica espec�fica de um destino. Essa forma��o parece �bvia, e � mesmo.
Mas � como uma orquestra, se tiver um instrumento desafinado, o espectador com ouvido mais apurado vai perceber, se houver outro com o instrumento estragado, mais pessoas ir�o perceber.
E a�, n�o adianta ter os melhores m�sicos, porque o maestro (ou no caso do turismo, os maestros) ter� muitas dificuldades em terminar o concerto.
� necess�rio que todo o setor do turismo entenda que a viagem n�o come�a no check in, mas sim l� no planejamento.
Quando aquele destino � apenas um sonho e vai tomando forma nas pesquisas pela internet, nas primeiras reservas, na prepara��o da documenta��o.
Cada passo desse d� um friozinho na barriga, e vai dando forma, ao que antes, era apenas um sonho.
Cabe ao setor, garantir que o friozinho na barriga seja passageiro, e que cada viagem seja legal, no sentido mais amplo da palavra.
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