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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

O governo n�o deve ajudar os clubes de futebol a pagar suas d�vidas

Diante da realidade de um pa�s no qual a maioria da popula��o � de assalariados, financiar times de futebol passa a ser uma afronta


01/06/2020 04:00 - atualizado 31/05/2020 19:19

'O futebol é a coisa mais importante, entre as menos importantes da vida'
"O futebol � a coisa mais importante, entre as menos importantes da vida" (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


Os incompetentes dirigentes dos clubes brasileiros est�o falando em o BNDES ajud�-los, com financiamentos para pagamentos de d�vidas e de outras despesas. O Brasil tem um PIB de quase 2 trilh�es de d�lares, que � a soma de todas as riquezas do pa�s, dos quais o futebol contribui com cerca de R$ 53 bilh�es, algo menos de 1% do nosso PIB. Governos federal, estadual e municipal n�o t�m que dar dinheiro para clube de futebol. H� d�cadas esses dirigentes amadores, alguns venais e corruptos, caso dos ex-dirigentes do Cruzeiro, acusados de corrup��o, lavagem de dinheiro e outras coisas mais, acham que � a “farra do boi”, e que o Estado vai socorr�-los toda vez que estiverem quebrados. Nada disso! Chega, basta! O Povo brasileiro tem que gritar.

N�o vejo o governo socorrer o pobre, que ganha esse sal�rio-m�nimo de fome de R$ 1.040. Contratam jogadores ganhando R$ 700 mil, R$ 1 milh�o, R$ 1,5 milh�o mensais, quebram os clubes, pois n�o t�m responsabilidade fiscal, e v�o empurrando a d�vida para outros. Adorei quando o governo Bolsonaro cortou o patroc�nio da Caixa Econ�mica Federal para os clubes. A institui��o patrocinava o peito de quase todas as camisas dos grandes clubes, tirando um recurso que poderia ser usado na seguran�a, educa��o ou sa�de. Os dirigentes s�o vaidosos. Gostam de aparecer, querem se tornar celebridades. Trabalhar de gra�a para um clube n�o � uma forma correta de gest�o. Os presidentes deveriam ser remunerados e cobrados pelos torcedores e governo, com responsabilidade fiscal. Nem rel�gio trabalha de gra�a, pois os bons, custam uma fortuna.

H� duas solu��es: ou os clubes viram empresas, com CEOs remunerados, tendo que dar lucro e ta�as, ou fazem como fez Bandeira de Melo, que saneou as finan�as do Flamengo, pois era um grande executivo, inclusive do BNDES, um economista espetacular. O Flamengo � superavit�rio hoje e teve um faturamento de R$ 1 bilh�o na temporada passada. Ainda assim, o rubro-negro recorreu a empr�stimos banc�rios em tempos de coronav�rus. Imaginem os outros clubes?

Alguns est�o devendo R$ 850 milh�es, caso do Cruzeiro. O Atl�tico Mineiro deve perto disso. O Vasco, o Botafogo e o Fluminense n�o fogem � regra. Corinthians e outros grandes de S�o Paulo. Vejam, senhoras e senhores, o que gest�es equivocadas fazem com os clubes. Entendo o amor de alguns presidentes pelas institui��es, mas futebol n�o � lugar para vaidosos ou amadores, e sim para gestores de verdade. Gente que entende de finan�as, do mercado, de contratar, de demitir, de gerir uma empresa. O futebol europeu j� sinaliza com cortes astron�micos em sal�rios de t�cnicos e jogadores, e em redu��o nos valores das negocia��es. L�, onde as economias s�o fortes, o futebol est� sofrendo. Imaginem no Brasil, com economia quebrada, em frangalhos, terceiro mundo?

O poderoso Manchester United anunciou uma d�vida de R$ 3,6 bilh�es. E olha que era considerado um dos clubes mais ricos do mundo. Um jogador ganhar R$ 150 milh�es por ano � um crime contra os trabalhadores normais. Os clubes, os jogadores e t�cnicos s� existem porque h� torcedores para encher os est�dios e prestigi�-los, comprando produtos do clube. No Brasil, os clubes repatriam ex-jogadores em atividade, vou citar alguns aqui: Daniel Alves, Nen�, Ganso, e querem pagar sal�rios de Europa. Pelo que foi noticiado, Alves ganha cerca de R$ 1,5 milh�o mensais no S�o Paulo, que n�o est� conseguindo honrar o compromisso. Isso � uma vergonha! Um sal�rio irreal para os padr�es brasileiros.

O secret�rio-geral da CBF, Walter Feldman, falou, entre outras coisas, que a entidade e os clubes pensam em criar um teto salarial. J� passou da hora de isso acontecer. O torcedor tem que se manifestar, de forma pac�fica e ordeira, contra esse absurdo. Que fa�am um boicote ao futebol, enquanto n�o houver redu��o desses sal�rios imorais. Se os chineses pagam fortunas por m�s a um atleta, � porque a economia de l� comporta isso, e os clubes s�o empresas. No Brasil, a realidade � bem diferente.

Que o governo brasileiro entenda que h� um milh�o de prioridades na frente do futebol. Sa�de, educa��o, seguran�a, saneamento b�sico e por a� afora. Ser� inadmiss�vel tirar R$ 1 para por no esporte bret�o. Que os clubes se virem e que esses dirigentes, falastr�es e incompetentes, n�o culpem o coronav�rus pela crise no futebol. Ele � apenas uma gota no oceano da incompet�ncia da maioria dos presidentes de clubes. E, se o futebol acabar, quem � jornalista formado, como eu, n�o vai morrer de fome, como dizem alguns. Trabalhei na TV Globo durante 10 anos, dos quais boa parte na geral. Sou jornalista raiz. Nessa pandemia do coronav�rus, h� tr�s meses, na R�dio Tupi, aqui no jornal, no meu blog, canal do YouTube, e nas minhas redes sociais, estou fazendo a cobertura aqui nos Estados Unidos. “O futebol � a coisa mais importante, entre as menos importantes da vida”.

Sou um apaixonado pelo futebol e trabalho nele porque escolhi assim. Tem muita gente que depende do futebol para viver e acho importante criarem mecanismos para que essas pessoas voltem a ganhar o dinheirinho que os sustenta. Por�m, com o futebol organizado, respeitando primeiro as vidas, e com os clubes se auto-gerindo, criando possibilidades de faturamento, sem depender de nada do governo. O povo n�o vai admitir. Nem em forma de empr�stimo, eu acho justo, pois os clubes n�o cumprem seus acordos, j� que os dirigentes n�o t�m responsabilidade fiscal.

Os torcedores t�m que exigir que os clubes virem empresas, pois, s� assim essa farra vai acabar. Um clube s� tem sentido em existir por causa de sua torcida. Portanto, ele pertence aos torcedores, n�o aos dirigentes, vaidosos, aparecidos, e que se acham os “reis da cocada”. Chega! Basta! Amadorismo nunca mais! O futebol precisa de gente s�ria, comprometida com or�amento, respeitando os limites de gastos e pagando sal�rios de acordo com a economia do pa�s. E n�o me venham com essa balela de que a careira do jogador � curta, pois os tempos s�o outros e com os sal�rios que ganham, atualmente, eles ficam ricos em dois anos. N�o estamos falando de 1950 e sim de 2020. Governantes, digam n�o aos dirigentes de clubes!

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