
O lugar certo para curar problemas emocionais e complexos � no analista, no div�, onde voc� pode revelar todas as suas frustra��es, para tentar saber a causa disso tudo e se tornar algu�m melhor. � o que vejo com rela��o aos torcedores, doentes, que n�o enxergam a realidade. Se agarram a uma �nica esperan�a, na tentativa de curar-se. Eu j� disse que Jorge Sampaoli � um bom t�cnico para os padr�es do futebol brasileiro. Outro dia, usei at� o velho ditado que “em terra de cego, que tem um olho � rei”. Claro que ele d� treinos diferentes da maioria dos t�cnicos brasileiros, que ele manda a equipe marcar a sa�da de bola do advers�rio, que joga ofensivamente. Jamais neguei isso e escrevi in�meras vezes, quando ele treinava o Santos, elogiando-o. Mas tamb�m disse que ele � suicida, que gosta de inventar, mudando o time a cada jogo e que n�o se esfor�a para falar o portugu�s, pois mora no Brasil h� dois anos e se acha acima do bem e do mal. Os jogadores que se virem para entender seu espanhol. Vejam a diferen�a: Guardiola foi treinar o Bayern de Munique, mas antes fez um curso de alem�o para que os jogadores entendessem bem o que ele dizia, pois os int�rpretes nunca traduzem ao p� da letra. Depois, foi treinar o City e aprendeu tamb�m o ingl�s. � o m�nimo que se espera de uma pessoa que vai viver no seu pa�s, ganhar uma boa fortuna por m�s e usufruir de todas as coisas que o pa�s oferece.
Mexer com paix�o � algo dif�cil, ainda mais em tempos odiosos, como muito bem diz meu amigo Galv�o Bueno. Hoje, qualquer um tem blog, canal, como se fossem jornalistas de verdade. E t�m milh�es de seguidores, cegos e analfabetos como eles. Um cara foi me criticar e falou com tantos erros de portugu�s, que foi de dar d�. E h� gente que acha que eu, um jornalista duplamente premiado, com o Grande Pr�mio Ayrton Senna de Jornalismo e o Imprensa Embratel pela reportagem “Meninos do Brasil”, com sete Copas do Mundo, cinco Olimp�adas, dez Copas Am�rica, sete Copas das confedera��es, 274 coberturas internacionais, todas catalogadas, e 73 pa�ses visitados, vou me rebaixar e bater boca com essas pessoas. Jamais. “Os c�es ladram e a caravana passa”. Eu debato em alto n�vel com meus pares. N�o debato com analfabetos.
O Atl�tico caiu para a terceira posi��o na tabela. O Vasco � o l�der, com os mesmos 9 pontos dele e do Internacional, mas tem um jogo a menos. Vejam bem: o limitado Vasco, com o jovem t�cnico Ramon Menezes no comando, � o l�der do Brasileir�o. Ent�o, meus amigos e minhas amigas, que trabalho maravilhoso � esse que Sampaoli faz? Sugiro �queles que se acham grandes jornalistas, que estudem jornalismo, tentem o meu lugar e conquistem, em 35 anos de carreira, tudo o que conquistei. Eu n�o trabalho com a camisa do Galo ou de time nenhum por baixo da minha. No Catar, cobrindo o meu Flamengo no Mundial, trabalhei muito para a R�dio Tupi e para o Estado de Minas e meus canais. Elogiei e critiquei meu time com o mesmo tom. E s� vesti a camisa do meu time no fim da noite, no hotel, me juntando aos meus amigos rubro-negros, ex-jogadores. Sim, eu n�o escondo que sou flamenguista, mas tenho postura muito �tica e cr�tica ao meu time. N�o escondo os defeitos do rubro-negro.
E, para fechar, h� uns idiotas que recriminam o fato de um cara do Rio trabalhar em Minas, como se fosse proibido. Esquecem que h� muitos mineiros no Rio, em S�o Paulo, no Rio Grande do Sul, no Brasil inteiro, exercendo sua profiss�o. S�o os “xen�fobos” e odiosos, recalcados e carentes torcedores. N�o me importo com esses doentes. Indico um analista – e dos bons. Conhe�o alguns. Quanto ao Atl�tico, Cruzeiro, Am�rica, Flamengo, Corinthians, Vasco, todos os clubes que eu entender, devo comentar ou escrever. Vou manter sempre a postura da minha vitoriosa carreira: criticar no mesmo tom do elogio. E, vale lembrar, que na empresa na qual trabalho h� 32 anos, o Estado de Minas, tenho liberdade para escrever sobre o clube que eu bem entender. Claro que priorizo o futebol mineiro, mas � um direito meu analisar quem eu bem entender. Foi assim em meus 10 anos de TV Globo, na �poca em que o jornalismo era mais s�rio e n�o permitia “incultos m�dios” nem gente sem diploma. Foi assim na extinta TV Manchete, Record, Bandeirantes, SBT. Por onde passei, deixei minha marca �tica, s�ria e isenta. E vai continuar assim, enquanto Deus me der sa�de e vontade de escrever. Amo o futebol, mas n�o deixo de mostrar o fundo do po�o para o qual o futebol brasileiro est� indo. N�o minto, n�o iludo. Sou realista. Quem gostar, �timo. Quem n�o gostar, confesso, n�o estou nem a�. Vamos a Inter x Galo. Logo depois do jogo, confira minha coluna on-line no Estado de Minas e meu Blog no Superesportes. T� bombando. Como sempre, � dos assuntos mais comentados em Minas Gerais e no Brasil.