A Sele��o Brasileira fez, diante da Argentina, uma de suas melhores exibi��es sob o comando de Tite, num est�dio que mais parecia um al�ap�o. Gostei muito do que vi e confesso que n�o estava interessado no placar. O Brasil poderia at� ter perdido que eu aplaudiria, pois no meu conceito Tite fez o que deveria estar fazendo h� tr�s anos, desde que foi eliminado pela B�lgica na Copa da R�ssia: lan�ar os garotos. Raphinha, Mateus Cunha, Antony e Vinicius Junior infernizaram a defesa argentina com qualidade, velocidade, toque de bola, habilidade e genialidade, como a “lambreta” que Vinicius Junior aplicou no zagueiro argentino na linha de fundo. Esse � o nosso verdadeiro futebol. Como foi bonita a “caneta” de Di Mar�a em Vinicius Junior. Isso � arte!
A zaga brasileira com Marquinhos e Milit�o tamb�m esteve perfeita, e at� Fred jogou bem no meio-campo. Chega de Gabriel Jesus, Renato Augusto e outros jogadores veteranos e fracassados em sele��o. Jesus � at� jovem, mas reserva no City h� quatro anos, n�o marca pelo Brasil desde 2019, na Copa Am�rica, e passou em branco nos cinco jogos da Copa do Mundo. Os garotos est�o pedindo passagem e merecem a titularidade para pegarem experi�ncia para a Copa do Catar. J� estamos classificados e passou da hora de Tite fazer as mudan�as que achar necess�rias. Esque�am Thiago Silva, Daniel Alves, Giuliano, Renato Augusto, Paulinho, Fernandinho e outros que j� provaram ser fracassados na Sele��o. Se n�o ganharmos a Copa de 2022 com os jovens, eles ganhar�o experi�ncia e estar�o pront�ssimos no Mundial de 2026 nos Estados Unidos, M�xico e Canad�, em conjunto.
E um tema nos faz refletir: Neymar � nosso �nico craque, mas o Brasil joga muito bem quando ele n�o est� em campo. N�o � primeira vez que isso ocorre. Com o 10 no gramado, o jogo gira em torno dele. Sem ele as op��es aumentam e o jogo � bem mais coletivo. Isso implica dizer que Neymar tem de ser barrado? Claro que n�o! Mas Tite precisa entender que no futebol coletivo o Brasil tem mais chances de avan�ar do que na individualidade. Basta marcarem Neymar para o time brasileiro n�o jogar nada. Vimos na ter�a-feira que temos muitas boas op��es entre os jovens. Paquet� tamb�m esteve bem, embora tenha sido um fracasso no Milan e n�o seja nenhum fen�meno no Lyon, da Fran�a. Mas esse � o caminho. Juventude, talento, velocidade, qualidade, arte, drible e gol. Ningu�m quer um futebol burocr�tico. � poss�vel vencer e jogar bem, como estamos cobrando h� tempos.
It�lia e Portugal na repescagem
As duas sele��es, �ltimas campe�s europeias, est�o amea�adas de n�o irem ao Mundial do Catar. Ficaram em segundo lugar em seus grupos e v�o disputar a repescagem com dez sele��es. Somente tr�s ir�o ao Mundial. A It�lia ficou fora da Copa da R�ssia, � a atual campe� europeia, mas n�o mostrou o mesmo futebol que lhe deu o t�tulo europeu. Portugal, campe�o da Europa em 2016, tamb�m n�o se deu bem e vai depender, mais do que nunca, de CR7 para disputar a Copa do Catar. Ser� ruim para o futebol se esses dois gigantes ficarem de fora.
No caso de Pel� foi 'malandragem'?
Copa de 1970, no M�xico, Brasil e Uruguai se enfrentam. Pel� recebe uma bola na esquerda e � marcado pelo jogador uruguaio Dagoberto Fontes. O camisa 10 da Sele��o Brasileira d� uma cotovelada no olho do lateral uruguaio e o �rbitro espanhol Jos� Ortiz Mendizabal nem falta marcou. Pel� se atirou no gramado, fingindo ter sido atingido. Os brasileiros deliraram e chamaram isso de “malandragem” do Rei. Hoje, temos 40 c�meras num jogo de futebol e mais o VAR. A agress�o do desleal zagueiro argentino Otamendi ao atacante Rafinha, uma cotovelada em sua boca, foi vista por todo mundo, mas o �rbitro uruguaio n�o teve peito para expuls�-lo diante da torcida argentina. Os argentinos fizeram isso a vida inteira, sempre foram desleais. Por�m, � preciso que sejamos justos. Pel� tamb�m deveria ter sido expulso na Copa de 70. N�o podemos classificar de “malandragem!” uma agress�o, covarde. � a tal de “lei de G�rson”, em que sempre queremos levar vantagem.