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Estado de Minas COLUNA

Pensou que a pandemia mudaria o mundo e o futebol? Que nada...

Mundo afora, estamos vendo jogadores sendo amea�ados e agredidos. Bandidos travestidos de torcedores passaram dos limites


23/04/2022 04:00 - atualizado 23/04/2022 07:37

O goleiro Cássio, do Corinthians
O goleiro C�ssio, do Corinthians, est� entre os atletas perseguidos por torcedores, que amea�aram at� a fam�lia do jogador (foto: JAVIER GONZALEZ TOLEDO/AFP - 28/2/19)

Carnaval fora de �poca n�o � comigo. Ser� que as pessoas n�o poderiam esperar o pr�ximo ano para a folia? Depois de passar dois anos de uma terr�vel pandemia, que dizimou milh�es de vidas pelo mundo, e que ainda n�o acabou, poder�amos dar mais um tempo para reflex�es, para nos questionar mais. Ouvi muita gente dizer que a humanidade mudaria ap�s o coronav�rus, mas, na verdade, ningu�m mudou. O soberbo continuou soberbo, o que gosta de humilhar continua humilhando, os que acham que o dinheiro compra tudo continuam achando, e por a� vai.

No futebol, por exemplo, as coisas pioraram. Estamos vendo jogadores sendo amea�ados mundo afora. No Brasil, C�ssio, goleiro do Corinthians, teve sua integridade e a de sua fam�lia amea�adas. O volante Eden�lson, do Internacional, tamb�m sofreu amea�as. Jogadores do Flamengo foram intimidados e agredidos na chegada ao Ninho do Urubu. O zagueiro Maguire, do Manchester United e da Sele��o Inglesa, recebeu amea�a de bomba em sua casa. � isso que as pessoas chamam de futebol?

N�o, meus amigos e minhas amigas. Sou de outra �poca e n�o a trocaria por nenhuma outra. Quando crian�as, fomos educados a respeitar os mais velhos, a carregar a bolsa da feira para a nossa vizinha, a cantar o hino nacional na escola e ter orgulho do pa�s. Torcer por um time era apenas lazer, paix�o e emo��o, sempre com racionalidade. O meu advers�rio jamais foi meu inimigo. Apenas vestia a camisa do time de que ele gostava. Acabava o jogo, havia aquela goza��o saud�vel e n�o passava disso.

Hoje, os caras marcam encontros para matar ou morrer. S�o os chamados “torcedores organizados”, que de organizados n�o t�m nada. S�o bandidos mesmo, travestidos de torcedores. N�o torcem para time nenhum. Torcem para eles pr�prios, para satisfazer seus instintos mais primitivos. Um cara que se esconde atr�s de um teclado, de uma rede social para agredir, atacar e at� amea�ar de morte n�o passa de um covarde e de um criminoso. Lugar de bandido � na cadeia!

E olha que os est�dios est�o cheios, os torcedores mais jovens, carentes de um grande futebol, pagam ingressos caros para assistir aos jogos dos seus times. Se bem que o futebol de hoje � sofr�vel. Tirando um jogo ou outro, o resto � uma mesmice s�, sem craques, talentos, dribles, passes ou gols. A arbitragem � a pior do mundo em todos os aspectos. 

N�o posso afirmar que existe um �rbitro venal, que apite com a camisa do seu time do cora��o por baixo – claro que todos torcem por algum time –, mas tamb�m n�o posso dizer que isso n�o exista. Ed�lson Pereira de Carvalho, da manipula��o de resultados, em 2005, � um p�ssimo exemplo de que isso ocorre.

Ainda somos apaixonados pelo esporte bret�o, o mais popular em nosso pa�s, mas confesso que o que vemos hoje, na Am�rica do Sul, � tudo, menos o verdadeiro futebol. Certo dia, conversando com o genial Dirceu Lopes, eu disse a ele que ele jogou na �poca errada e que se jogasse hoje estaria bilion�rio. Com a simplicidade que lhe � peculiar, ele me disse: “Jaeci, eu joguei na �poca certa, com os maiores jogadores do planeta, com grandes jogos, est�dios lotados e uma paz incr�vel entre os torcedores”. 

O Pr�ncipe tem raz�o. Eu tamb�m n�o trocaria a minha �poca de garoto, de patriota, de torcedor, pelo atual momento. Vivemos um mundo de �dio, inveja, maledic�ncia. Pobre do ser humano, alguns, t�o ricos materialmente, mas com a alma polu�da. E o futebol � apenas reflexo de tudo de errado que existe no Brasil. Ah, logo mais o Galo entra em campo. Num s�bado de feriado, �s 21h. N�o precisa dizer mais nada!

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