
O t�cnico portugu�s, Luiz Castro, idolatrado pela torcida do Botafogo pela bel�ssima campanha no Brasileir�o, agora � chamado de “mercen�rio, canalha, e outros adjetivos que o desqualificam, s� porque aceitou a proposta Al Nassr, time de Cristiano Ronaldo, na Ar�bia Saudita, onde vai ganhar 10 vezes mais do que ganhava no Botafogo. Ora, meus amigos e minhas amigas, h� 3 meses, Castro era odiado pela torcida do Botafogo, pela p�ssima campanha no Estadual. Pediam a sua cabe�a a qualquer pre�o e era considerado um t�cnico fraqu�ssimo. Mas o dono do clube, John Textor, bancou Castro e ele faz uma das campanhas mais importantes, desde que o Brasileir�o passou ao sistema de pontos corridos. N�o vejo nada demais em ele largar o projeto e optar por melhores sal�rios e estabilidade, j� que no Brasil, tudo muda, diante de uma derrota.
Todos temos o direito de escolher
Qualquer um de n�s, convidados para um projeto melhor, maior e mais rent�vel, n�o pensaria duas vezes, por qu� o treinador tem que pensar? O futebol brasileiro demite um t�cnico a cada rodada do Brasileir�o, e quem garante que Castro, em caso de queda do Botafogo na competi��o, n�o seria demitido? Os �rabes est�o investindo pesado, contratando craques e treinadores competentes. E foi Cristiano Ronaldo quem ligou, diretamente para Castro, o convidando a assumir o time pelo qual joga. N�o h� quem resista aos petrod�lares, ainda mais trabalhando no Brasil, onde a profiss�o de treinador � a mais inst�vel do planeta. Estou torcendo para o Botafogo ser campe�o, mesmo sem Castro. 30 pontos em 36 disputados � uma campanha que nem Flamengo e Palmeiras, campeon�ssimos nos �ltimos tempos, haviam alcan�ado.

JJ fez o mesmo no Flamengo
O portugu�s, Jorge Jesus, que revolucionou o futebol brasileiro em 2019, largou o Flamengo, no meio da temporada, para assumir o Benfica. Fracassou no time portugu�s e a cada crise no Ninho do Urubu, a torcida pede seu nome. Por�m, o presidente, Rodolfo Landim, n�o o perdoou e jamais o chamou para voltar ao rubro-negro, embora a torcida o ame. JJ, ao contr�rio de Luiz Castro, n�o saiu execrado. Tem seu lugar no cora��o do torcedor rubro-negro, que sonha com sua volta. Vale lembrar que na Turquia, dirigindo o Fenerbah�e, ele disputou 3 t�tulos e s� ganhou a Copa daquele pa�s, perdendo o campeonato nacional e sendo eliminado na primeira fase da Champions League.
T�cnico � no m�ximo 15% de uma equipe
Sempre tive a m�xima de que a participa��o de um treinador numa bela campanha ou num t�tulo, pode chegar no m�ximo a 15%. O resto � com os jogadores, que se quiserem de verdade, abra�arem o projeto e tiverem qualidade, acabam triunfando. No Brasil, viramos ref�ns de treinadores, haja vista a quantidade de t�cnicos estrangeiros por aqui. Como muito bem lembrou meu companheiro, Leonardo Baran, ningu�m compra camisa do clube e p�e o nome do t�cnico, ningu�m torce para o treinador e sim para quem joga, tabela, dribla e faz o gol. Precisamos parar de idolatrar t�cnicos, como se fossem os maiores do planeta bola. Est� tudo errado: protagonistas s�o os jogadores e se o treinador n�o atrapalhar, j� estar� de bom tamanho. Desde que inventaram as entrevistas coletivas de t�cnicos, eles passaram a ser supervalorizados. Nos tempos de ouro do nosso futebol, os entrevistados eram apenas os jogadores. O t�cnico falava uma vez ou outra, e n�o tinha essa import�ncia que t�m hoje. Talvez isso explique o decl�nio do nosso futebol.