O torcedor brasileiro sempre teve orgulho da Sele��o Canarinho, com cinco t�tulos mundiais e gera��es de ouro comandadas pelo maior atleta de todos os tempos, o saudoso Rei Pel�, passando por Garrincha, G�rson, Jairzinho, Rom�rio, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Ga�cho, Kak� e por a� vai. Ainda somos os �nicos pentacampe�es do Planeta Bola, mas h� muito n�o temos craques, passamos vexames nos �ltimos mundiais e ningu�m mais nos respeita, nem mesmo os africanos, para quem jamais hav�amos perdido, mas que da Copa do Catar para c�, perdemos tr�s vezes: Camar�es, Senegal e Marrocos. Em 2026, na Copa do Estados Unidos, M�xico e Canad�, igualaremos nosso maior jejum de 24 anos sem ver a cor do trof�u maior da Fifa. Tempos sombrios, tempos de safras ruins, de mau futebol.
N�o h� como negar que os 7 a 1 aplicados pela Alemanha na semifinal da Copa do Mundo no Brasil, em pleno Mineir�o, acabaram com o pouco que ainda havia de orgulho entre n�s. Viramos terra arrasada, com t�cnicos ganhando muito dinheiro e fazendo pouco. Haja vista a grande quantidade de treinadores estrangeiros que aportaram por aqui. S�o raros os t�cnicos brasileiros que t�m o respeito do nosso torcedor. Dorival J�nior, Fernando Diniz e Renato Ga�cho s�o as exce��es. Os alem�es tiraram o p�, em respeito ao time brasileiro. Tinha caixa para 12, mas os jogadores e comiss�o t�cnica entenderam que seria humilha��o demais, ainda em nossa casa. Essa foi a maior derrota do esporte mundial, n�o s� do futebol. Uma vergonha sem precedente, que escancarou ao mundo nossa fragilidade e incompet�ncia.
N�o adianta buscar culpados, pois o que aconteceu foi um conjunto de erros que come�ou na estrutura viciada da CBF, passando por todos os departamentos de sele��es. Nos iludimos com a Copa das Confedera��es, onde os europeus vieram ao Brasil para tomar caipirinhas e conhecer nossas praias. O povo, euf�rico, entrou na onda de Felip�o, que dizia estar o Brasil prontinho para a Copa. Teria sido melhor que tiv�ssemos sido eliminados pelo Chile, naquele chute aos 45 do segundo tempo, que explodiu no travess�o de J�lio C�sar, nas oitavas de final. Mas, quis o destino, que nossa vergonha fosse do tamanho das nossas conquistas. De l� para c� o que temos visto s�o sele��es fracas, t�cnicos incompetentes, como Tite, que ficou seuis anos e deixou um p�ssimo trabalho. Felizmente, acabou a era de ga�chos no comando da Sele��o. Felip�o, Dunga, Mano Menezes, Tite, nunca mais! Fernando Diniz gosta da tabela, do drible, do toque e do gol, contrariando seus antecessores.
Depois dos 7 a 1, nunca mais tivemos prazer com o nosso futebol. O povo se afastou da Sele��o Brasileira e, hoje, quando ela joga, o ibope das tev�s vai l� embaixo, os blogs, canais de YouTube e colunas n�o t�m tanta audi�ncia, pois o povo desistiu. No norte e nordeste, carente de �dolos, ainda h� multid�es nas portas de hot�is para ver esses caras que vestem a camisa amarela. Nas regi�es Sul e sudeste, o desprezo � total. A CBF tenta resgatar uma imagem arranhada por corrup��es comprovadas, mas o povo n�o se engana mais. � sabido que pol�ticos t�m influ�ncia nas decis�es que l� acontecem, inclusive nessas canetadas que t�m dado t�tulos de campe�es brasileiros a equipes que disputaram torneios antes de 1971. Uma vergonha!
O futebol brasileiro est� falido, na lama, e hoje quem consegue ir aos est�dios s�o os ricos, que pagam R$ 800 por um ingresso e n�o sabem nem se a bola � redonda ou se o cara que n�o pode tocar na bola � o �rbitro. V�o para os camarotes tomar champagne, bater papo, sem nem olhar para o campo. H� tamb�m os djys contratados para animarem as “festas”. As divis�es de base dos clubes est�o falidas, com algumas exce��es. “Projetos de craques” s�o vendidos ao exterior, aos 16 anos, sem que os clubes de l� saibam no que v�o se transformar. Dirigentes amadores, alguns deles ricos pelas rachadinha em negocia��o com empres�rios, segundo den�ncias. Sal�rios irreais, numa economia quebrada num pa�s onde a corrup��o corre solta.
O futebol s� � um mundo � parte no quesito salarial. No mais, est� inserido na sociedade e no pa�s da viol�ncia, com jogos �s 21h30, para satisfazer os caprichos da emissora detentora dos direitos. Na Europa, onde h� seguran�a e metr� que deixa os torcedores praticamente dentro dos est�dios, os jogos s�o realizados �s 20h. No Brasil, paga-se sal�rios maiores que Europa, ao ponto de Gabigol pedir R$ 2,6 milh�es mensais para renovar com o Flamengo. Isso � um descalabro, um tapa na cara de quem acorda as 5 da manha, p�e sua marmita amassada na mochila para ganhar um sal�rio m�nimo de fome e voltar para casa somente no fim da noite. Tudo isso d� nojo e quem realmente tem outras preocupa��es sociais n�o suporta mais o que acontece com o futebol brasileiro. Os 7 a 1 nos fizeram um mal irrevers�vel. Estamos agonizando desde 2014, at� que algu�m jogue a �ltima p� de cal. Pobre futebol brasileiro, t�o rico de craques, no passado, t�o “rico” de pobres jogadores nos dias atuais. Prefiro ficar com a frase de Arrigo Sachi: “o futebol � a coisa mais importante entre as menos importantes da vida”. E segue o jogo!