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Estado de Minas TIRO LIVRE

O novo treinador do Cruzeiro

Quem aceitar dirigir a equipe chegar� sabendo que receber� o pacote completo: um time desarticulado e um clube administrativamente problem�tico


postado em 09/08/2019 04:00 / atualizado em 05/12/2019 23:53

Dorival Júnior é apontado como o nome mais cotado para assumir a vaga deixada por Mano Menezes no comando celeste(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u2013 14/5/16 )
Dorival J�nior � apontado como o nome mais cotado para assumir a vaga deixada por Mano Menezes no comando celeste (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u2013 14/5/16 )

O desconhecido motiva e assusta. Em tudo na vida � assim. N�o saber onde o caminho levar� �, ao mesmo tempo, estimulante, intrigante e angustiante. A gente d� o primeiro passo sem saber o que encontrar� pela frente. Mas h� momentos em que n�o h� outra alternativa que n�o seja seguir, pronto para o que der e vier. Havia pouco mais de tr�s anos que a torcida do Cruzeiro n�o precisava lidar com esse tipo de suspense, provocado pelo novo. Mano Menezes significava a zona de conforto celeste – que acabou se tornando um grande desconforto. Com o treinador agora fora da equa��o, a quest�o � saber quem ser� o Mano de Mano. Resposta que n�o vir� t�o facilmente.
 
Quem for contratado pelo Cruzeiro para o restante da temporada ter� a mesma miss�o que Mano Menezes recebeu quando chegou � Toca da Raposa, em julho de 2016. Na �poca, sua incumb�ncia era consertar o estrago feito pelo portugu�s Paulo Bento, que se despedira do clube deixando o time celeste na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro: era o 19º colocado, com 15 pontos em 16 rodadas. Pois o Manobol funcionou bem naquele restante de temporada e a Raposa n�o apenas se afastou do descenso como terminou a competi��o em 12º lugar, com 51 pontos.
 
O cen�rio � semelhante. Mano deixa um legado de conquistas, com o bicampeonato da Copa do Brasil (2017 e 2018) e do Mineiro (2018 e 2019), mas tamb�m uma heran�a complicada para seu sucessor, maior at� do que a que recebeu de Paulo Bento. Mano deixa um time desarticulado e com a moral l� embaixo, eliminado da Copa Libertadores, que era a prioridade cruzeirense; abalado na Copa do Brasil, diante do rev�s em casa para o Internacional (1 a 0); e amea�ado no Brasileiro, em 18º lugar.

Mas n�o � s� isso: o agravante agora � que o clube encontra-se igualmente problem�tico em termos administrativos, financeiramente combalido e com dirigentes envolvidos em den�ncias – talvez at� por isso, ausentes em momentos cruciais. Um bom exemplo foi ver que quem estava ao lado de Mano no an�ncio de seu pedido de demiss�o eram o diretor de futebol Marcelo Djian e o gerente de futebol Marcone Barbosa, quando o usual (e esperado) seria a presen�a de um cabe�a. Em horas assim, quem deve estar na linha de frente � o presidente, no caso, Wagner Pires de S�, at� porque o vice-presidente de futebol celeste, Itair Machado, segundo na linha hier�rquica, foi afastado pelo Superior Tribunal de Justi�a Desportiva e, legalmente, n�o poderia estar ali.
 
Tal contexto n�o apenas dificultar� a negocia��o com um novo treinador, como tamb�m vai contaminar o ambiente de trabalho. Mano inclusive admitiu, antes de sua sa�da, que esses fatores externos respingaram sim no futebol. N�o h� como dissociar. E isso n�o deve animar muito os candidatos ao cargo. Quem aceitar dirigir a equipe cruzeirense chegar� sabendo que assumir� o pacote completo.
 
Algumas negativas j� foram noticiadas, o que � at� compreens�vel. Sondados, Abel Braga, desempregado, e Rog�rio Ceni, comandante do Fortaleza, declinaram o convite. A bola da vez � Dorival J�nior, que treinou o Cruzeiro em 2007, fez trabalho regular e acabou n�o tendo o contrato renovado ao fim da temporada. De l� para c�, comandou nove times, todos da elite do futebol brasileiro: Coritiba, Vasco (duas vezes), Santos (duas vezes), Atl�tico, Internacional, Flamengo (duas vezes), Fluminense, Palmeiras e S�o Paulo. O trabalho mais longevo foi em sua segunda passagem pelo Peixe, onde ficou de 2015 a 2017 – a primeira foi marcada pelas rusgas com o ascendente atacante Neymar, ent�o com 18 anos, que culminou na demiss�o de Dorival.
 
Curiosamente, nesse retrospecto recente, foram v�rios os clubes em que Dorival tamb�m chegou como bombeiro, para apagar focos de inc�ndio provocados pelo fantasma da S�rie B. Em 2009, devolveu o Vasco � elite nacional; em 2010, salvou o Galo da queda depois de passagem desastrosa de Vanderlei Luxemburgo pelo alvinegro; em 2013, evitou que o Fluminense retornasse � Segunda Divis�o; em 2014, foi a vez de livrar o Palmeiras do rebaixamento e, em 2015, o Santos.
 
Pelo perfil, temperamento e pelos nomes dispon�vels no mercado, Dorival parece mesmo o mais pr�ximo de assumir a vaga deixada por Mano. Outro nome poss�vel � de um treinador com grande identifica��o com o Cruzeiro, Ad�lson Batista, que est� sem clube desde que foi demitido do Am�rica no ano passado e luta para se reafirmar no futebol brasileiro. Qualquer um dos escolhidos ser� aposta. A �nica certeza para os cruzeirenses, neste momento, � que tudo � incerto. E isso pode ser uma boa ou uma m� not�cia. S� o tempo trar� essa resposta.

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