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O que esperar da nova gest�o do Cruzeiro

Quem chega precisa mostrar, de fato, que n�o compactuava com o que vinha sendo feito. Que vai fazer diferente


22/05/2020 04:00 - atualizado 21/05/2020 21:59

Sérgio Santos Rodrigues assumirá oficialmente em 1º de junho para um mandato que termina em dezembro(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
S�rgio Santos Rodrigues assumir� oficialmente em 1� de junho para um mandato que termina em dezembro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


O Cruzeiro que o novo presidente, S�rgio Santos Rodrigues, eleito ontem, vai assumir � muito mais do que um clube de futebol. A miss�o dele – que oficialmente ter� in�cio em 1º de junho – vai al�m do dever de  administrar em nome de milhares de cruzeirenses. Extrapola at� o que livros de gest�o ensinam. A teoria est� distante do que a pr�tica vai exigir do novo dirigente pelos pr�ximos sete meses, no pior momento da hist�ria celeste. A paix�o dele, como torcedor, n�o bastar� para resgatar a Raposa do po�o sem fundo em que ela foi atirada. Ser� preciso mais.

O desafio do advogado, de 37 anos, �, possivelmente, do tamanho das gl�rias escritas pelo Cruzeiro ao longo de seus 99 anos. Gigantesco. Igualmente proporcional ao rombo provocado pela gest�o temer�ria de Wagner Pires de S� e do bra�o direito dele, Itair Machado.

A quase situa��o de insolv�ncia (um d�ficit recorde, perto de R$ 400 milh�es, segundo a empresa Moore Stephens Consulting News Auditores Independentes) vai ser um fantasma a acompanhar S�rgio Santos Rodrigues em todas as suas decis�es. As d�vidas – principalmente as que est�o na Fifa, que j� resultaram na perda antecipada de seis pontos na S�rie B do Campeonato Brasileiro e podem ocasionar at� a queda para a Terceira Divis�o nacional – ser�o sombras a acompanh�-lo em cada passo do caminho.

Na avalia��o dos auditores que destrincharam as contas celestes nos �ltimos meses, h� “incerteza significativa” quanto � “capacidade de continuidade operacional do clube”. A frase resume bem o cen�rio que aguarda o novo presidente.

A quest�o financeira, contudo, � apenas um vi�s do problema. O Cruzeiro tem outros, e n�o � dif�cil perceb�-los. A raiz de tudo pode estar num arranjo pol�tico que, por muitos anos, foi conveniente, garantindo tranquilidade na condu��o do clube e permitindo a quem estava no poder acreditar que tudo poderia ser feito, inclusive gastar horrores com o cart�o corporativo do clube.

Enquanto as ta�as continuassem chegando, ningu�m contestava. Como se o mundo do futebol tivesse uma salvaguarda condicionada aos t�tulos. Como se ser campe�o justificasse tudo. A verdade � que n�o justifica.

Essa permissividade custou caro. A conta chegou. E a hora de mudar a postura � agora. Quem chega precisa mostrar, de fato, que n�o compactuava com o que vinha sendo feito. Que vai fazer diferente. � isso o que se espera de S�rgio Santos Rodrigues. Al�m de conseguir viabilizar o Cruzeiro durante a maior crise de sua hist�ria, e em meio a uma crise mundial provocada pelo novo coronav�rus, ele vai ter de mostrar que � poss�vel gerir o clube sem sangr�-lo, sem querer se beneficiar do cargo que ocupa.

Essa cobran�a tamb�m precisa recair em quem assume a mesa do Conselho Deliberativo. Por inst�ncia, � quem deve fiscalizar as a��es do presidente – organismo que se mostrou ineficaz na gest�o passada. H� algumas semanas, conversei sobre isso com Celso Luiz Chimbida, que integrava o Conselho Fiscal celeste, e, no in�cio de maio do ano passado, renunciou, ao lado de seus pares, por discordar da decis�o de Wagner Pires de S� de tornar sigilosos documentos da gest�o. Pouco tempo depois, estourou a mat�ria do Fant�stico, da TV Globo, mostrando algumas das irregularidades cometidas por Wagner e Itair.

Chimbida pontuou que o Conselho Fiscal celeste era impedido de atuar pela diretoria anterior. Na pr�tica, o Conselho Fiscal n�o conseguia fiscalizar. Veio ent�o a elei��o para a nova composi��o e, em julho, o vencedor do pleito foi Paulo C�sar Pedrosa, que contava com o apoio p�blico do ex-presidente. Inclusive, o logotipo da chapa dele era o mesmo utilizado por Wagner na elei��o � presid�ncia, em 2017.

Em entrevista ao Superesportes, no in�cio deste m�s, Pedrosa disse n�o ter visto incongru�ncia �tica no ato de fiscalizar um dirigente que o apoiara. Ainda afirmou que, at� que fosse julgado pela Justi�a, Wagner deveria ser considerado inocente – e aqui vale um adendo: ontem, o Minist�rio P�blico de Minas informou que ex-dirigentes do Cruzeiro (entre eles, Wagner, Itair e o ex-diretor-geral S�rgio Nonato) s�o investigados por suspeita dos crimes de falsifica��o de documentos/falsidade ideol�gica, apropria��o ind�bita, organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro.

Pedrosa foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro ontem. Assume o cargo em 1º de junho, com mandato at� dezembro. Escolhido pela maioria dos conselheiros.

Fato � que os conselheiros sabem o que acontece dentro de um clube. Sabem quem � quem. Sempre souberam. Agora n�s vamos ver se a li��o foi aprendida. E que eles n�o se esque�am: pode at� demorar, mas um dia a conta chega.


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