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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Mercado est� otimista, apesar da viol�ncia, injusti�as e desigualdade

Apenas o tempo dir� qual ser� o impacto social da reforma da Previd�ncia aprovada no Congresso Nacional


postado em 23/10/2019 04:00

Jair Bolsonaro tem pouco tempo de governo, mas já perde popularidade(foto: ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)
Jair Bolsonaro tem pouco tempo de governo, mas j� perde popularidade (foto: ANTONIO CRUZ/AG�NCIA BRASIL)


A conclus�o da reforma da Previd�ncia, aprovada ontem pelo Senado, desde o come�o da semana exerce no mercado um efeito catalisador, confirmando o otimismo de seus principais analistas em rela��o ao impacto fiscal positivo da economia de mais de 800 bilh�es de reais para o Tesouro, com os ajustes feitos nas aposentadorias dos servidores federais e dos trabalhadores do setor privado. O impacto social s�o outros quinhentos, que s� o tempo revelar�, mas n�o � essa a principal causa do mal-estar na sociedade, se o fosse, provavelmente, a vota��o de ontem ocorreria em meio a grandes manifesta��es de protestos, com vidra�as quebradas e muito g�s lacrimog�neo nas principais cidades do pa�s. Vamos por partes.

Para a maioria dos economistas, a reforma da Previd�ncia, o teto de gastos e a reforma trabalhista, as duas �ltimas uma heran�a do governo Michel Temer, estabeleceram fundamentos para que o gasto p�blico fosse controlado, a infla��o se mantivesse abaixo da meta e, consequentemente, a taxa de juros em decl�nio. Mas a recupera��o da economia continua lenta. Os mais otimistas, como o ex-ministro Luiz Carlos Mendon�a de Barros, em artigo publicado na segunda-feira, no Valor Econ�mico, intitulado La Nave Va, por�m, j� falam em outra din�mica da economia, uma “recupera��o c�clica”. Segundo ele, a reforma da Previd�ncia evitou uma cat�strofe fiscal.

Mendon�a de Barros questiona o pessimismo dos que valorizam o peso negativo da estrutura de despesas criadas pela Constitui��o de 1988 e leis ordin�rias subsequentes, principalmente na educa��o e na sa�de, por exemplo, e pelas respectivas transfer�ncias compuls�rias para estados e munic�pios. Tamb�m relativiza os problemas do desemprego, da informalidade e da capacidade ociosa da ind�stria. Segundo ele, s�o problemas reais e limitadores da for�a da recupera��o c�clica, por�m, s�o compensados pela nova legisla��o trabalhista, a autonomia da pol�tica monet�ria e uma gest�o or�ament�ria competente. O desempenho do agroneg�cio e a lenta mas consistente recupera��o do mercado de trabalho seriam indicadores de um novo ciclo de expans�o da economia. A "malaise”

O mal-estar da sociedade est� diretamente associado �s desigualdades, � viol�ncia e �s injusti�as. O sucesso de filmes como Coringa e Bacurau, para citar um blockbuster hollywoodiano e uma produ��o nacional que tamb�m glamoriza a viol�ncia, s�o indicadores de que algo de errado se passa. As not�cias que chegam do M�xico, do Equador, da Espanha, do L�bano e, principalmente, do Chile, para citar os que est�o em mais evid�ncia, corroboram a tese de que o problema n�o � isolado, embora se manifeste de forma diferenciada em cada pa�s.

Do ponto de vista econ�mico, por exemplo, os indicadores brasileiros s�o piores do que os chilenos. Sal�rio m�nimo: R$ 1.700 (Chile) / R$ 998 (Brasil); Renda m�dia anual: US$ 25,2 mil (Chile) / US$ 15,7 mil (Brasil); Desemprego: 7,3% (Chile) / 12,2% (Brasil); Infla��o: 2,4% (Chile) / 2,9% (Brasil); Expectativa de alta do PIB neste ano: 2,9% (Chile) / menos de 1% (Brasil). De certa forma, conv�m ponderar, o que est� havendo no Chile ocorreu no Brasil em 2013, com o mesmo estopim: o aumento do pre�o das passagens. A diferen�a � que havia um governo de esquerda, que n�o recorreu �s For�as Armadas, enquanto no Chile, o presidente Seb�stian Pi�era, de direita, n�o hesitou em recorrer ao Ex�rcito para reprimir os protestos, o que j� provocou a morte de 15 pessoas.

Al�m disso, o Brasil vem de elei��es muito recentes, o que d� ao presidente Jair Bolsonaro e sua equipe econ�mica mais tempo para reverter a situa��o que herdou na economia, mesmo que seu prest�gio popular tenha ca�do. Tanto que a aprova��o da reforma da Previd�ncia mostra reduzida capacidade de mobiliza��o por parte dos sindicatos de trabalhadores, ainda que enfraquecidos com o fim do imposto sindical e pela desmotiva��o causada pelo fantasma do desemprego.

O cr�dito de que disp�e Bolsonaro falta ao Congresso, que corre atr�s do preju�zo blindando a pol�tica econ�mica do governo. No fundo, a "malaise” na sociedade tem muito mais a ver com a �tica na pol�tica do que com a situa��o econ�mica. E � ainda mais fomentado pela radicaliza��o pol�tica e por certas agress�es ao bom senso por parte do governo. Entretanto, apostar no "quantos pior, melhor" na economia nem sempre � uma boa estrat�gia. Quando as coisas come�am a dar certo, leva a oposi��o ao descr�dito. Foi o que aconteceu durante o "milagre econ�mico", no regime militar, e com o Plano Real, no governo Itamar Franco, com o qual o Fernando Henrique Cardoso se elegeu presidente da Rep�blica por duas vezes.

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