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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Novo partido com d�vidas antigas

O xis da quest�o do novo partido que ser� criado hoje pelo presidente Jair Bolsonaro � o seu ide�rio program�tico, ou seja, seu real compromisso com a ordem democr�tica


postado em 21/11/2019 04:00

O presidente Jair Bolsonaro não terá dificuldades de estrutura nova legenda nos estados e municípios(foto: Marcelo Camargo/ABR)
O presidente Jair Bolsonaro n�o ter� dificuldades de estrutura nova legenda nos estados e munic�pios (foto: Marcelo Camargo/ABR)

Com 30 deputados, liderados pelo Eduardo Bolsonaro (SP), e um senador, Fl�vio Bolsonaro (RJ), o presidente Jair Bolsonaro deve fundar hoje, em conven��o nacional, a Alian�a pelo Brasil, seu novo partido, consolidando o rompimento com o PSL, de Luciano Bivar (PE). A cria��o da nova legenda est� na contram�o da legisla��o partid�ria vigente, que for�a a redu��o do n�mero de partidos, por meio da cl�usula de barreira e do fim das coliga��es nas elei��es proporcionais. O desafio da cria��o do novo partido n�o � a arregimentar quase 500 mil filiados em todo pa�s, mas a transfer�ncia dos parlamentares do PSL para a nova legenda, anunciada ontem pelo l�der do governo na C�mara, deputado Vitor Hugo (GO), sem perda de mandato, e tamb�m a obten��o de recursos do fundo partid�rio.
 
Bolsonaro n�o ter� dificuldade para estruturar o partido nos estados e munic�pios, porque conta com apoio de grupos organizados nas redes sociais com grande poder de mobiliza��o: evang�licos, caminhoneiros, garimpeiros, milicianos, agentes de seguran�a, militares reformados, etc. Tem a seu favor uma base eleitoral ainda muito robusta, apesar da relativa perda de popularidade, por causa do natural desgaste nos primeiros 10 meses de governo. Ou seja, conta com militantes e lastro eleitoral para viabilizar seu projeto. Ideologicamente, o perfil do partido tamb�m est� resolvido: ser� uma organiza��o pol�tica de direita, com vi�s reacion�rio, que mistura religi�o com pol�tica, ideias conservadoras e nacionalistas, de combate aberto � esquerda e aos movimentos identit�rios.
 
Sem d�vida, trata-se de uma nova direita. A narrativa pol�tica do novo partido, por�m, lembra a radicaliza��o pol�tica que antecedeu a II Guerra Mundial aqui no Brasil. Naquela �poca, na Europa, a carnificina havida na I Guerra Mundial (1914-1918) e a Grande Depress�o de 1929 serviram de caldo de cultura para o surgimento de partidos de massas de direita, principalmente o fascista, na It�lia, e o nazista, na Alemanha, que se opuseram aos social-democratas, socialistas e comunistas. No Brasil, essa polariza��o foi representada pela Alian�a Nacional Libertadora (ANL), encabe�ada pelo l�der comunista Luiz Carlos Prestes, e pela A��o Integralista Brasileira (AIB), de Pl�nio Salgado. Essa radicaliza��o resultou na chamada Intentona Comunista, de 1935, ap�s a dissolu��o da ANL por Get�lio Vargas, e no Levante Integralista de 1938, ap�s a instaura��o do Estado Novo, contra o qual os integralistas se insurgiram, atacando o Pal�cio Guanabara, por causa da dissolu��o da AIB. Em ambos os casos, houve mortos, feridos e milhares de ativistas presos.

Compromissos

O xis da quest�o do novo partido, encabe�ado pelo presidente Jair Bolsonaro, � o seu ide�rio program�tico. Qual ser� o seu real compromisso com a ordem democr�tica e suas institui��es, com os direitos e garantias individuais, a altern�ncia de poder e o direito ao dissenso, principalmente das minorias? Diante de reiteradas declara��es do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados mais pr�ximos em defesa do regime militar, esse questionamento faz todo sentido. Outra quest�o importante diz respeito � forma de atua��o do novo partido, notoriamente contr�rio aos movimentos sociais e organiza��es da sociedade civil que defendem os direitos humanos, o meio ambiente e as op��es de g�nero. Quais ser�o seus m�todos de luta pol�tica, ser�o o debate, o di�logo e a persuas�o?
 
Do ponto de vista eleitoral, o grande desafio do novo partido ser� se viabilizar nas elei��es municipais do pr�ximo ano, para as quais os seus concorrentes, inclusive o PSL, j� armam suas candidaturas, com recursos dos fundos partid�rio e eleitoral. Mesmo contando com o enorme poder da m�quina federal, cuja atra��o pol�tica dispensa coment�rios, e com o prest�gio eleitoral do presidente da Rep�blica, o novo partido precisar� financiar sua campanha eleitoral, o que depende de interpreta��o da legisla��o vigente, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os parlamentares que migrarem para a nova legenda carregar�o consigo os recursos do fundo partid�rio e eleitoral? De certa forma, o futuro da nova legenda depender� dessa resposta. Al�m disso, ainda que a aba do chap�u do presidente Bolsonaro seja larga como a dos caub�is, elei��es municipais costumam ser “fulanizadas” e pautadas pelos interesses locais.

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