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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro volta a minimizar pandemia

Nos Estados Unidos, Trump est� preocupado com as perdas da economia


postado em 27/03/2020 04:00 / atualizado em 26/03/2020 22:32

Presidente Bolsonaro participou de videoconferência do G20
Presidente Bolsonaro participou de videoconfer�ncia do G20

Os Estados Unidos se tornaram ontem o pa�s com mais casos confirmados de COVID-19 no mundo, superando a It�lia e a China, com 82 mil casos. O presidente Donald Trump minimizou o fato, com o argumento de que o aumento dos casos se deve � amplia��o dos exames. “No fundo, n�o sabemos quais s�o os n�meros reais da doen�a, mas n�s testamos um grande n�mero de pessoas e a cada dia vemos que nosso sistema funciona”, disse. Trump est� preocupado com a economia norte-americana, que corre risco de entrar em profunda recess�o. Negociou com o Congresso um pacote de US$ 2 trilh�es, que ser�o injetados na economia e j� est�o repercutindo positivamente no mercado financeiro mundial.

No Brasil, ontem, o presidente Jair Bolsonaro insistiu na linha de minimizar a doen�a, a ponto de tripudiar da pol�tica de distanciamento social do Minist�rio da Sa�de, que vem sendo seguida por governadores e prefeitos. “Eu acho que n�o vai chegar a esse ponto”, disse, se referindo aos Estados Unidos. “At� porque, o brasileiro tem que ser estudado. Ele n�o pega nada. Voc� v� o cara pulando em esgoto ali, sai, mergulha, t� certo? E n�o acontece nada com ele. Eu acho at� que muita gente j� foi infectada no Brasil, h� poucas semanas ou meses, e ele j� tem anticorpos que ajudam a n�o proliferar isso da�", disse.

Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), nos �ltimos dois dias, o mundo registrou mais 100 mil novos casos de coronav�rus. Ao todo, j� s�o mais de meio milh�o de pessoas infectadas. A OMS explicou que os primeiros 100 mil casos de COVID -19 foram registrados em 67 dias, mas foram necess�rios apenas mais 11 dias para dobrar e atingir 200 mil casos e outros quatro dias para chegar a 300 mil. Agora, levou dois dias para somar mais 100 mil novos casos ao balan�o.

''Nas redes sociais, h� muita agita��o contra a pol�tica de distanciamento social. Os aliados de Bolsonaro partiram pra cima de prefeitos e governadores''


Para reagir � inevit�vel recess�o que a economia mundial sofrer�, o G20, grupo dos 20 pa�ses mais ricos do mundo, do qual o Brasil faz parte, reuniu-se ontem por teleconfer�ncia, encontro do qual Bolsonaro tomou parte. A inje��o de recursos na economia j� programada por esses pa�ses deve chegar a R$ 5 trilh�es, o que jogou o d�lar para baixo de R$ 5 aqui no Brasil, e fez a Bovespa subir quase 3,67%, chegando a 77.709 pontos.

Nas redes sociais, h� muita agita��o contra a pol�tica de distanciamento social adotada pelas autoridades de sa�de. Os aliados de Bolsonaro partiram pra cima de prefeitos e governadores, estimulando a desobedi�ncia civil, o que se traduziu em mobiliza��o de comerciantes, empreendedores e trabalhadores informais nas redes sociais.

Com a virada do m�s, a falta de dinheiro por causa dos neg�cios parados aumentou a tens�o social, que pode transbordar do ambiente virtual para as ruas. Ser� muito dif�cil manter a quarentena a partir deste fim de semana, com o cl� Bolsonaro comandando a mobiliza�ao contr�ria. Se isso ocorrer, ser� uma trag�dia.

Desobedi�ncia civil


A posi��o de Bolsonaro sobre a epidemia contraria a pol�tica da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), que recomenda que as pessoas n�o saiam de casa, a fim de conter a velocidade de propaga��o da epidemia. Bolsonaro defende uma esp�cie de salve-se quem puder: “A quarentena vertical tem que come�ar pela pr�pria fam�lia. O brasileiro tem que aprender a cuidar dele mesmo, p�", disse. � mais ou menos como fez o coronel Pedro Nunes Batista Ferreira Tamarindo (1837-1897) na Guerra de Canudos. Os habitantes do arraial, comandados pelo l�der religioso Ant�nio Conselheiro, j� haviam recha�ado duas expedi��es do Ex�rcito, entre outubro de 1896 e janeiro de 1897. Mas a derrota da terceira expedi��o, uma for�a de 1.300 homens comandada por um dos her�is da Guerra do Paraguai, o coronel Moreira C�sar, o Corta-Cabe�as, foi um espanto.

Moreira C�sar era um militar que se esva�a “na barbaridade revoltante”, segundo Euclides da Cunha em Os sert�es. Quando foi capit�o, participou do linchamento de um jornalista, Apulcro de Castro. Encarregado de reprimir duas rebeli�es contra o governo Floriano Peixoto (a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, e a Revolu��o Federalista, em Santa Catarina), executou prisioneiros indefesos. Entrou em batalha de salto alto: “Vamos almo�ar em Canudos”, anunciou antes de invadir o arraial. O coronel Tamarindo, que assumiu o comando da terceira expedi��o ap�s a morte de Moreira C�sar, entrou para a hist�ria ao comandar a debandada:“� tempo de murici, cada um cuide de si…”. Como Moreira Cezar, foi esquartejado pelos jagun�os.

Ontem, a C�mara aprovou um aux�lio mensal de R$ 600 a ser pagos aos trabalhadores aut�nomos, informais e sem renda fixa durante a crise gerada pela pandemia. O valor inicial proposto pela equipe econ�mica era de R$ 200, mas o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prop�s aumentar o valor para R$ 500, com o argumento de que a proposta do governo era “muito pequena”. Ao saber disso, Bolsonaro n�o quis ficar para tr�s: “Est� em R$ 500, pode subir para R$ 600. V� l� com o Guedes”, disse. O ministro da Economia, Paulo Guedes, por enquanto, � o grande mudo nas pol�micas sobre a mudan�a na pol�tica econ�mica.

 

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