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Estado de Minas ENTRE LINHAS

O professor Carlos Decotelli n�o era um sabich�o, era apenas sabido

Tentativa de indica��o t�cnica de Bolsonaro para o MEC foi atropelada por curr�culo fraudado


postado em 01/07/2020 04:00 / atualizado em 01/07/2020 07:39

Carlos Alberto Decotelli ficou em situação insustentável após desmentidos seguidos sobre seus títulos(foto: GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO)
Carlos Alberto Decotelli ficou em situa��o insustent�vel ap�s desmentidos seguidos sobre seus t�tulos (foto: GERALDO MAGELA/AG�NCIA SENADO)


Em absoluto descr�dito, por ter fraudado o pr�prio curr�culo, o ministro da Educa��o, Carlos Alberto Decotelli, entregou a carta de demiss�o ao presidente Jair Bolsonaro, antes mesmo de tomar posse oficialmente. Foi uma sa�da at� honrosa, depois de idas e vindas do Pal�cio do Planalto e tentativas de justificar o injustific�vel por parte de Decotelli. Jair Bolsonaro havia anunciado o seu nome de como uma esp�cie de contraponto � passagem histri�nica e turbulenta de Abraham Weintraub pelo cargo. Parecia um reposicionamento estrat�gico na pasta, substituindo a ideologia na escolha do ministro por uma suposta meritocracia. O problema � que o curr�culo do ministro era fake.

Bolsonaro chegou a publicar uma carta nas redes sociais elogiando a capacidade do ministro; na noite de segunda-feira, por�m, j� havia se convencido de que era preciso voltar atr�s. Desde a indica��o de Decatelli, a cada dia surgia nova informa��o desmoralizadora, de alguma institui��o acad�mica desmentindo os t�tulos que constavam no seu curr�culo Lattes. Tr�s desmentidos foram demolidores: a den�ncia de pl�gio na disserta��o de mestrado da Funda��o Getulio Vargas (FGV); a declara��o da Universidade de Ros�rio desmentindo um t�tulo de doutorado na Argentina, que n�o teria obtido; e o p�s-doutorado na Alemanha, n�o realizado. Trocando em mi�dos, o professor n�o era sabich�o, era apenas sabido.

� �bvio que a situa��o � desmoralizante tamb�m para Bolsonaro e os servi�os de intelig�ncia do governo, a Ag�ncia Brasileira de Informa��es (ABIN), que falhou na checagem do nome, e o “servi�o particular” do presidente da Rep�blica, que pode at� ter atuado com sinal trocado, indicando ou referendando a indica��o de Decotelli. O v�cio de origem do problema, por�m, � o conceito adotado por Bolsonaro para a Educa�ao. Ele nunca quis um educador reconhecido no mundo acad�mico, sempre buscou algu�m que pudesse confrontar ideologicamente a oposi��o nas universidades e demais �rg�os do Minist�rio da Educa��o. A op��o Decotelli, supostamente para “despolitizar”o Minist�rio da Educa��o, foi embasada por uma “vis�o tecnocr�tica” dos militares do Pal�cio do Planalto: j� que Weintraub perdeu a batalha pol�tica na sociedade, optou-se por levar a disputa para o terreno da gest�o. Deu errado.

Bolsonaro examina agora a possibilidade de nomear Anderson Ribeiro Correia, reitor do Instituto Tecnol�gico da Aeron�utica (ITA), renomada institui��o militar de ensino, cargo para o qual foi escolhido em lista tr�plice pelo Comando da Aeron�utica, entre 11 candidatos, ap�s rigorosa sele��o. Por tr�s anos, o atual reitor do ITA havia exercido a Pr�-Reitoria de Extens�o e Coopera��o. Para conquistar o posto, apresentou cinco propostas de trabalho: melhorar o relacionamento institucional com a FAB e com a sociedade; modernizar o ensino de engenharia; fortalecer a p�s-gradua��o e a pesquisa em conjunto com a gradua��o; modernizar a gest�o; e oferecer mais resultados � sociedade.

Ou seja, uma metodologia impessoal e meritocr�tica completamente diferente da adotada por Bolsonaro para formar sua equipe. Correia � graduado em engenharia civil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mestre em engenharia de infraestrutura aeron�utica pelo Instituto Tecnol�gico de Aeron�utica (ITA) e concluiu doutorado em engenharia de transportes pela University of Calgary, no Canad�. � membro do Conselho de Administra��o da Organiza��o Brasileira para o Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico do Controle do Espa�o A�reo (CTCEA); do Comit� Transportation Research Board – USA; e do Conselho Deliberativo da Associa��o Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes (ANPET).
 

Negacionismo

Passando de pato a pandemia, o Brasil deve ultrapassar as 60 mil mortes por coronav�rus hoje. Ontem, eram 58.927, de um total de 1,383 milh�o de casos confirmados. De acordo com um monitoramento da universidade norte-americana Johns Hopkins, o mundo j� tem mais de 19 milh�es de infectados e 500 mil mortos, sendo que o Brasil � respons�vel por 11% das mortes ocorridas no planeta. Esse indicador est� fazendo com que as autoridades sanit�rias de todo o mundo voltem os olhos para o Brasil. Os brasileiros, por exemplo, j� n�o podem mais viajar para a Europa.

A comiss�ria de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, que por duas vezes presidiu o Chile, criticou o negacionismo do governo Bolsonaro e incluiu o Brasil entre os pa�ses que n�o lidam bem com as consequ�ncias sociais da pandemia de Covid-19. “Na Belarus, Brasil, Burundi, Nicar�gua, Tanz�nia e nos Estados Unidos -entre outros- estou preocupada com declara��es que negam a realidade do cont�gio viral, e pela crescente polariza��o em temas-chave, que pode intensificar a severidade da pandemia por torpedear esfor�os para conter o surto e fortalecer os sistemas de sa�de”, afirmou.


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