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Estado de Minas Entre linhas

O destino de Witzel caminha para o impeachment

Chefe do Executivo n�o dever� mais voltar ao cargo, ap�s a decis�o do Superior Tribunal de Justi�a


03/09/2020 04:00 - atualizado 03/09/2020 08:29

Wilson Witzel voltou a negar irregularidades em sua gestão no Rio de Janeiro(foto: CARLOS MAGNO/GOVERNO DO RIO 26/6/20)
Wilson Witzel voltou a negar irregularidades em sua gest�o no Rio de Janeiro (foto: CARLOS MAGNO/GOVERNO DO RIO 26/6/20)


O Superior Tribunal de Justi�a (STJ) manteve ontem o afastamento do cargo do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel , por ampla maioria, por suspeitas de envolvimento direto em corrup��o. O relator do processo, ministro Benedito Gon�alves, que havia decidido pelo afastamento monocraticamente, convenceu a maioria dos pares de que havia tomado a decis�o acertada, com o argumento de que existem provas suficientes para justificar o afastamento e que a medida era “menos gravosa”do que a pris�o preventiva do governador fluminense, solicitada pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF).

Dificilmente, Witzel voltar� a ocupar o cargo, porque seu impeachment na Assembleia Legislativa � uma quest�o de tempo. O vice-governador Cl�udio Bonfim de Castro e Silva, de 41 anos, que j� exerce o cargo,  tamb�m � investigado, Filiado ao PSC, � o segundo vice-governador mais novo da hist�ria do RJ,  atr�s apenas de Roberto Silveira eleito com 32 anos, nos anos 1950.

Cantor gospel, come�ou na pol�tica em 2004 como chefe de gabinete do ent�o vereador M�rcio Pacheco (PSC), denunciado pelo Minist�rio P�blico do Rio por integrar um suposto esquema de rachadinhas na Alerj. Castro tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos), investigado no caso Fabr�cio Queiroz, amigo de seu pai e seu ex-assessor parlamentar. O senador est� enrolado no caso das  “rachadinhas” da Assembl�ia Legislativa do Rio de Janeiro. Witzel se elegeu no rastro eleitoral de Bolsonaro, em 2018, mas rompeu com o presidente da Rep�blica e nunca escondeu o desejo de morar no Pal�cio da Alvorada. Agora, � mais um governador fluminense que pode parar na cadeia.

N�o se pode dizer que houve uma mudan�a de rumo no Rio de Janeiro, porque o sistema de poder que controla a pol�tica fluminense continua o mesmo, balizado pelo Pal�cio do Planalto e pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Com a consolida��o de Cl�udio Bonfim no cargo, um santista sem nenhuma tradi��o pol�tica no estado, o poder da Assembleia Legislativa fluminense, que sempre foi muito grande, aumenta ainda mais. Entretanto, o deputado Andr� Siciliano (PT), que comanda o processo de impeachment de Witzel, tamb�m � investigados.

Se a cassa��o de Witzel for aprovada neste ano, pela legisla��o, teriam que se realizar novas elei��es. Nesse caso, sim,  haveria um realinhamento de for�as pol�ticas no estado. A outra hip�tese � uma altera��o na correla��o de for�as em raz�o das elei��es municipais. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) concorre � reelei��o, mas enfrenta forte oposi��o: est� amea�ado pelo ex-prefeito Eduardo Paes, derrotado por Witzel nas elei��es passadas, mas agora lidera as pesquisas eleitorais na disputa pela Prefeitura do Rio.

Meteoro


O caso Witzel � jogo jogado. O governador teve uma carreira mete�rica, acreditou que o caso Queiroz inviabilizaria a reelei��o do presidente Bolsonaro e levaria � cassa��o do mandato do senador Fl�vio Bolsonaro. Eleito na onda eleitoral provocada pela crise �tica, com um discurso de duro combate � criminalidade (a tese do “tiro na cabecinha”), durante a pandemia de COVID-19, entrou em confronto aberto com o governo federal. N�o contava, por�m, com o monitoramento da execu��o financeira  de verbas federais pelos �rg�os de controle do Estado, que hoje operam com intelig�ncia artificial para cruzamento de dados. Assim, foram detectadas opera��es fraudulentas na Secretaria estadual de Sa�de. Em dela��o premiada, o ex-secret�rio Edmar Santos denunciou Witzel.

Edmar Santos foi preso em julho, durante opera��o do Minist�rio P�blico estadual que investigava fraudes na compra de respiradores. No mesmo dia, os promotores encontraram R$ 8,5 milh�es em dinheiro vivo. O ex-secret�rio fez acordo e denunciou Witzel, o que fez o processo passar � esfera federal, por decis�o do STJ. A partir da� os acontecimentos se precipitaram. Segundo Witzel, teria havido interfer�ncia de Bolsonaro, com objetivo de afast�-lo do cargo para influenciar a nomea��o do novo procurador-geral do Estado, que dever� ocorrer em novembro. Marcelo Lopes, atual ocupante do cargo, seria aliado de Witzel e � respons�vel pela investiga��o do caso Fabr�cio Queiroz. O governador nega veementemente as acusa��es e diz que a den�ncia do ex-secret�rio � mentirosa.

Segundo a Procuradoria-Geral da Rep�blica,  Witzel est� envolvido no esquema de propina para a contrata��o emergencial e para libera��o de pagamentos a organiza��es sociais (OSs) que prestam servi�os ao governo, especialmente nas �reas de Sa�de e Educa��o. H� suspeita de que o governador tenha recebido, por interm�dio do escrit�rio de advocacia de sua mulher,  R$ 554,2 mil em propina. Uma transfer�ncia de R$ 74 mil de Helena Witzel para a conta pessoal do governador refor�ou as suspeitas.

O esquema criminoso foi investigado a partir da apura��o de irregularidades na contrata��o dos hospitais de campanha, respiradores e medicamentos para o enfrentamento da pandemia do coronav�rus, logo no come�o da pandemia. O afastamento de Witzel tamb�m p�s os governadores de oposi��o com as barbas de molho, porque h� muitas investiga��es sobre suspeitas de irregularidades na compra de respiradores, equipamentos de prote��o individual e montagem de hospitais de campanha em outros estados. Ou seja, uma pa�ra do chamado efeito Orloff. “Eeu sou voc� amanh�”.

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