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Estado de Minas

O cavalo de pau de Bolsonaro e Mour�o com Renda Brasil e queimadas

Presidente amea�a equipe econ�mica com cart�o vermelho e o vice tenta tapar o sol com a peneira


16/09/2020 04:00 - atualizado 16/09/2020 07:07

Bolsonaro negou o impopular congelamento de aposentadorias, enquanto Mourão culpa a oposição por críticas às queimadas (foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO - 28/8/20)
Bolsonaro negou o impopular congelamento de aposentadorias, enquanto Mour�o culpa a oposi��o por cr�ticas �s queimadas (foto: GABRIELA BIL�/ESTAD�O CONTE�DO - 28/8/20)
O presidente Jair Bolsonaro desistiu de criar o programa Renda Brasil, no valor de R$ 300 para cada beneficiado, no primeiro mandato. Jogou a toalha porque a equipe econ�mica n�o consegue fazer o milagre da multiplica��o dos p�es, ou seja, n�o existem fontes de receitas suficientes para o programa, que pretendia garantir a transfer�ncia mensal, como chegou a ser anunciado pelo presidente e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista coletiva. A ficha somente caiu depois que o secret�rio de Fazenda, Waldery Rodrigues, craque em Or�amento da Uni�o, disse que a fonte de financiamento do aux�lio seria o congelamento das aposentadorias por dois anos.

Bolsonaro acordou com a not�cia vazada por Waldery nas manchetes de todos os jornais. Decidiu fazer uma live e detonar a proposta, amea�ando dar um cart�o vermelho para o autor da proposta. A cabe�a a pr�mio � a de Waldery, que seria a nova baixa na equipe de Guedes, mas � muito dif�cil que um secret�rio da sua import�ncia defenda publicamente um ponto de vista como esse sem que o assunto seja cogitado pelo pr�prio ministro. Waldery n�o � um ne�fito no setor p�blico, sabe muito bem que a proposta seria pol�mica.

Pode ser que a ideia fosse apenas um “bode na sala”, para negocia��o com o Congresso, como as equipes econ�micas costumam fazer quando querem passar uma proposta para aumentar a arrecada��o, no caso, o imposto sobre opera��es eletr�nicas, uma esp�cie de nova CPMF. Mas de boas — e m�s — inten��es o inferno est� cheio. A perman�ncia de Waldery na equipe est� com as horas contadas, ser� o “bode expiat�rio” de uma ideia considerada infeliz pelo presidente Bolsonaro, que repetiu o bord�o lan�ado em Ipatinga de que n�o vai tirar dos pobres para dar aos paup�rrimos. Conv�m, por�m, n�o confundir alhos com bugalhos. Bolsonaro n�o aderiu � pol�tica de cortar gastos na pr�pria carne, rejeitou a proposta porque � impopular e nada mais.

Guedes deu mostras de que deve demitir o auxiliar ao tirar por menos as declara��es de Bolsonaro, depois de um encontro com o presidente da Rep�blica. Disse que o “cart�o vermelho” dado pelo presidente da Rep�blica ao respons�vel pela proposta n�o era para ele e que as diverg�ncias no governo sobre o Renda Brasil s�o “barulheira”. Bota barulheira nisso, porque o governo bate cabe�a quanto � sa�da da crise e isso repercute muito negativamente no Congresso e entre os investidores. Sinaliza que a equipe econ�mica est� perdida num labirinto.

Fogar�u


Bolsonaro est� entre a cruz e a caldeirinha do ponto de vista fiscal. Como n�o tem um conceito claro sobre como pretende administrar as contas p�blicas nem um m�todo adequado para lidar com as diverg�ncias no governo, deu um cavalo de pau na pol�tica de transfer�ncia de renda que pretendia incrementar. Decidiu manter o Bolsa-Fam�lia e outros programas sociais como est�o at� 2022. Na verdade, a pandemia est� tendo um impacto tremendo na economia e na vida das pessoas. O aux�lio emergencial de R$ 600 alavancou sua popularidade, que estava em baixa ap�s a pandemia. A prorroga��o do aux�lio at� dezembro, com a metade do valor, de certa forma, frustra um pouco os beneficiados, porque a alta de pre�o dos alimentos, irrevers�vel na entressafra, comer� boa parte da ajuda do governo.

Mas fogar�u mesmo n�o � a crise fabricada pelo pr�prio governo sobre sua pr�pria pol�tica econ�mica, sem nenhuma colabora��o da oposi��o. S�o os inc�ndios na Amaz�nia, no Pantanal e no cerrado, os tr�s grandes biomas do Centro-Oeste e do Norte do pa�s, a maioria criminosos. Inc�ndios sempre houve, por cacusa da seca, mas agora a situa��o � diferente, porque Bolsonaro deliberadamente deu guarida para agricultores, pecuaristas, madeireiros e garimpeiros fazerem o que bem quiserem, sem sofrer as consequ�ncias legais por suas a��es.

O pior � que o vice-presidente, Hamilton Mour�o, que deveria ser o guardi�o da Amaz�nia, passou considerar qualquer cr�tica ou den�ncia � pol�tica ambiental do governo como coisa da oposi��o. N�o caiu a ficha ainda de que tudo o que acontece em termos de desmatamento � flagrado pelos sat�lites e est� acess�vel a todos. N�o adianta querer tapar o sol com a peneira, como disse certa vez seu colega Aureliano Chaves, vice do general Jo�o Batista Figueiredo, o �ltimo presidente do regime militar. Na verdade, para passar a boiada, como j� disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o governo asfixiou os �rg�os de controle e fiscaliza��o ambiental, cujos recursos diminuir�o ainda mais no pr�ximo ano.

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