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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Estamos perdendo novamente a batalha contra a viol�ncia

Enquanto isso, Bolsonaro segue com sua campanha negacionista da pandemia de COVID-19


20/10/2020 04:00 - atualizado 20/10/2020 07:13

Bolsonaro disse em Brasília que vacina contra a pandemia não será obrigatória(foto: EVARISTO SÁ/AFP)
Bolsonaro disse em Bras�lia que vacina contra a pandemia n�o ser� obrigat�ria (foto: EVARISTO S�/AFP)


A m�sica Divino, maravilhoso, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, veio � lembran�a por causa da morte do jovem Caio Gomes Soares, atingido por uma bala perdida ap�s levantar da cama para pegar um suco, por volta das 7h de ontem, no Catumbi, Rio de Janeiro. Faleceu nos bra�os da irm�, sem tempo de receber socorro. � uma can��o de 1968, que faz parte do antol�gico disco-manifesto Tropic�lia ou Panis et Circenses, do qual participaram tamb�m os Mutantes, Tom Z�, Nara Le�o e Gal Costa, que interpretou a can��o da forma explosiva que viria a ser sua marca registrada.

“Aten��o/ Tudo � perigoso/ Tudo � divino maravilhoso/ Aten��o para o refr�o/ � preciso estar atento e forte/ N�o temos tempo de temer a morte”. Aten��o para a estrofe e para o refr�o: a m�sica fala do perigo ao dobrar uma esquina, do que pode cair do alto de uma janela, do cuidado ao pisar no asfalto e do sangue no ch�o. N�o havia naquela �poca o perigo de levar um tiro por ir at� a geladeira, para tomar um refrigerante, em certas localidades do Rio de Janeiro.

Um tiroteio entre traficantes e policiais no Morro da Coroa teria sido a origem do disparo que matou o jovem Caio, num bairro tradicional do Rio de Janeiro, muito pr�ximo do centro hist�rico da cidade, um dos cen�rios de Mem�rias p�stumas de Br�s Cubas. A obra de Machado de Assis inaugurou o nosso realismo, ao retratar a escravid�o, as classes sociais, o cientificismo e o positivismo de sua �poca. Entre o Rio Comprido, Santa Teresa e o Est�cio, hoje, o Catumbi n�o � mais um bairro abastado. � um territ�rio em frequente disputa entre traficantes e milicianos, principalmente por causa da proximidade do Morro de S�o Carlos, onde existe de uma Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Pol�cia Militar fluminense, e do t�nel Catumbi-Laranjeiras, de acesso � Zona Sul carioca, que o transformou num bairro de passagem.

Numa estat�stica macabra, desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, o n�mero de homic�dios no Brasil n�o para de subir. Estamos perdendo novamente a batalha para a viol�ncia, resultado de uma pol�tica de seguran�a p�blica que facilita a venda de armas, estimula a justi�a pelas pr�prias m�os e tolera a forma��o de mil�cias, fen�meno que est� sendo exportado do Rio de Janeiro para os demais estados do pa�s, sem que se tenha muita no��o do perigo que isso representa.

Pesquisa divulgada neste fim de semana sobre a expans�o de organiza��es criminosas no Rio revela que mil�cia e tr�fico est�o presentes em 96 dos 163 bairros da cidade, nos quais vivem 3,76 milh�es de pessoas, do total de 6.747.815 habitantes da capital fluminense: 2,1 milh�es de pessoas (33% da popula��o) vivem em �rea sob o comando de mil�cias; 1,1 milh�o de pessoas (18,2% da popula��o) vivem em �rea dominada pelo Comando Vermelho; 337,2 mil pessoas (5,1% da popula��o) vivem em �rea dominada pelo Terceiro Comando; 48,2 mil pessoas (0,7% da popula��o) vivem em �rea dominada pelo Amigos dos Amigos.

Enquanto isso...

Em Bras�lia, a c�pula do Senado pressiona o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) para que se licencie do cargo, antes do julgamento da liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Lu�s Roberto Barroso, que o suspendeu do mandato, previsto para amanh�, no plen�rio da Corte. O parlamentar foi flagrado pela Pol�cia Federal (PF) tentando esconder R$ 33,1 mil na cueca, durante opera��o de busca e apreens�o em sua resid�ncia. Agora, alega que o dinheiro era destinado ao pagamento de funcion�rios e tenta justificar a sua posse, argumento que n�o cola na opini�o p�blica, mas � a linha de defesa de seus advogados. Os senadores do grupo Muda Senado querem cassar seu mandado no Conselho de �tica, mas o presidente do �rg�o, senador Jayme Campos (DEM-MT), seu colega de partido, se recusa a convocar uma reuni�o do colegiado –– prefere sugerir que Chico se licencie logo.

Por sua vez, Bolsonaro resolveu reiniciar sua campanha negacionista contra a obrigatoriedade do uso da vacina contra a COVID-19: “Tem uma lei de 1975 que diz que cabe ao Minist�rio da Sa�de o Programa Nacional de Imuniza��o, ali inclu�das poss�veis vacinas obrigat�rias. A vacina contra a COVID— como cabe ao Minist�rio da Sa�de definir esta quest�o — n�o ser� obrigat�ria”, disse, em cerim�nia no Pal�cio do Planalto, para apresenta��o de pesquisa sobre um medicamento. Completou: “Qualquer vacina precisa ter comprova��o cient�fica e ser aprovada pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa)”. Foi uma resposta ao governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, que anunciou ontem a inten��o de iniciar a vacina��o contra a covid ainda neste ano. Uma vacina chinesa que est� sendo testada pelo Instituto Butantan.



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