
O mundo acompanha com grande expetativa as elei��es norte-americanas, com as pesquisas de opini�o apontando o favoritismo do democrata Joe Biden.
Entretanto, o presidente republicano Donald Trump n�o se deu por vencido e trabalha abertamente para melar o resultado das elei��es. Faz uma aposta no tapet�o da Suprema Corte, cuja maioria � bastante conservadora, prometendo judicializar o pleito.
Trump deseja questionar os votos por correspond�ncia e n�o pretende aguardar o resultado final da apura��o das urnas, declarando-se vencedor, caso nas primeiras 24 horas de contagem dos votos esteja em vantagem em rela��o a Biden.
Entretanto, o presidente republicano Donald Trump n�o se deu por vencido e trabalha abertamente para melar o resultado das elei��es. Faz uma aposta no tapet�o da Suprema Corte, cuja maioria � bastante conservadora, prometendo judicializar o pleito.
Trump deseja questionar os votos por correspond�ncia e n�o pretende aguardar o resultado final da apura��o das urnas, declarando-se vencedor, caso nas primeiras 24 horas de contagem dos votos esteja em vantagem em rela��o a Biden.
Ontem, mais de 90 milh�es de cidad�os norte-americanos j� haviam votado e s�o exatamente os votos dos �ltimos dias, que v�o se somar aos de hoje, que retardar�o o resultado da contagem.
A maioria das pesquisas aponta a vit�ria de Biden, mas h� cen�rios em que � poss�vel a reelei��o de Trump, mesmo que a maioria dos eleitores tenha votado no democrata.
Porque elei��o do presidente da Rep�blica dos Estados Unidos se d� num col�gio eleitoral cujos delegados s�o eleitos em bloco nos estados, n�o importa a proporcionalidade de vota��o dos candidatos. Simplesmente, quem ganha a vota��o no estado indica todos os seus delegados.
A maioria das pesquisas aponta a vit�ria de Biden, mas h� cen�rios em que � poss�vel a reelei��o de Trump, mesmo que a maioria dos eleitores tenha votado no democrata.
Porque elei��o do presidente da Rep�blica dos Estados Unidos se d� num col�gio eleitoral cujos delegados s�o eleitos em bloco nos estados, n�o importa a proporcionalidade de vota��o dos candidatos. Simplesmente, quem ganha a vota��o no estado indica todos os seus delegados.
Por isso, a �ltima semana de campanha foi um jogo de xadrez eleitoral, no qual os candidatos se movimentaram mirando eleitores indecisos, para obter resultados que possam alterar a correla��o de for�as no col�gio eleitoral. Por exemplo, na Fl�rida, que tem 29 delegados, nas �ltimas cinco elei��es, os republicanos venceram tr�s vezes e os democratas, duas.
Trump tenta reverter a derrota prevista para Biden para esse estado, onde a diferen�a era apenas de tr�s pontos. Al�m de assegurar a vit�ria onde � l�der – Iowa (+1 ponto nas pesquisas), Texas (+2), Ohio (+2), Alaska (+6), por exemplo –, precisaria vencer em outros estados vol�teis, como a Ge�rgia (0) e a Carolina do Norte (-3). E resgatar o Cintur�o da Ferrugem – Pensilv�nia, Michigan, Wisconsin e Minnesota –, onde garantiu a vit�ria contra Hilary Clinton em 2016. � muito dif�cil.
Trump tenta reverter a derrota prevista para Biden para esse estado, onde a diferen�a era apenas de tr�s pontos. Al�m de assegurar a vit�ria onde � l�der – Iowa (+1 ponto nas pesquisas), Texas (+2), Ohio (+2), Alaska (+6), por exemplo –, precisaria vencer em outros estados vol�teis, como a Ge�rgia (0) e a Carolina do Norte (-3). E resgatar o Cintur�o da Ferrugem – Pensilv�nia, Michigan, Wisconsin e Minnesota –, onde garantiu a vit�ria contra Hilary Clinton em 2016. � muito dif�cil.
Mudan�a de rumo
Estamos num salto parado no ar. Trump confrontou a agenda mundial, que apostava no cosmopolitismo, no multilateralismo e no desenvolvimento sustent�vel, com um impacto somente compar�vel ao de Ronald Reagan, eleito em 1980.
Sua alian�a com a primeira-ministra brit�nica Margaret Tatcher p�s de joelhos o l�der comunista Mikhail Gorbatchov, sendo coroada pelo fim da Uni�o Sovi�tica e a restaura��o capitalista no Leste europeu.
� uma situa��o muito diferente da atual, na qual a guerra fria, pautada pela corrida armamentista, foi substitu�da por uma guerra comercial com a China, cujo capitalismo de Estado amea�a a hegemonia econ�mica dos Estados Unidos.
Ao contr�rio de Gorbatchov, que sonhava com a democratiza��o do socialismo, o l�der comunista Xi Jinping n�o promete nenhuma abertura pol�tica no regime chin�s.
Sua alian�a com a primeira-ministra brit�nica Margaret Tatcher p�s de joelhos o l�der comunista Mikhail Gorbatchov, sendo coroada pelo fim da Uni�o Sovi�tica e a restaura��o capitalista no Leste europeu.
� uma situa��o muito diferente da atual, na qual a guerra fria, pautada pela corrida armamentista, foi substitu�da por uma guerra comercial com a China, cujo capitalismo de Estado amea�a a hegemonia econ�mica dos Estados Unidos.
Ao contr�rio de Gorbatchov, que sonhava com a democratiza��o do socialismo, o l�der comunista Xi Jinping n�o promete nenhuma abertura pol�tica no regime chin�s.
Trump deu um cavalo de pau na pol�tica mundial: os EUA sa�ram do Acordo do Clima de Paris, repudiaram o acordo com o Ir�, voltaram atr�s no relacionamento com Cuba, atropelaram as regras da Organiza��o Mundial de Com�rcio.
Fomentou uma onda conservadora e nacionalista em todo o mundo, aliando-se aos l�deres mais populistas e reacion�rios do planeta. Sua derrota para Biden pode alterar esse curso, com reflexos ben�ficos para a coopera��o internacional, os direitos humanos, as mudan�as de g�nero e a renova��o da cultura, inclusive aqui no Brasil.
Fomentou uma onda conservadora e nacionalista em todo o mundo, aliando-se aos l�deres mais populistas e reacion�rios do planeta. Sua derrota para Biden pode alterar esse curso, com reflexos ben�ficos para a coopera��o internacional, os direitos humanos, as mudan�as de g�nero e a renova��o da cultura, inclusive aqui no Brasil.
Sim, porque a pol�tica do presidente Jair Bolsonaro est� atrelada � estrat�gia de Trump, n�o somente nos f�runs internacionais, mas tamb�m internamente, ainda que isso n�o fa�a nenhum sentido do ponto de vista da nossa inser��o na economia global, pois nosso principal parceiro comercial � a China.
Se Biden vencer, a guerra comercial com a China vai continuar, mas focada na quest�o da democracia, dos direitos humanos e das rela��es trabalhistas, nos f�runs internacionais.
Ter� reflexos tamb�m no Brasil, sobretudo em rela��o ao respeito �s institui��es democr�ticas, aos direitos civis e ao meio-ambiente. Por isso, a perman�ncia do chanceler Ernesto Araujo e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no governo ser� ainda mais questionada.
Se Biden vencer, a guerra comercial com a China vai continuar, mas focada na quest�o da democracia, dos direitos humanos e das rela��es trabalhistas, nos f�runs internacionais.
Ter� reflexos tamb�m no Brasil, sobretudo em rela��o ao respeito �s institui��es democr�ticas, aos direitos civis e ao meio-ambiente. Por isso, a perman�ncia do chanceler Ernesto Araujo e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no governo ser� ainda mais questionada.