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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Os 100 dias de Biden: projeto ultraliberal de Guedes foi para o espa�o

O maior impacto da mudan�a na Casa Branca ainda est� por vir: ser� na pol�tica econ�mica


30/04/2021 04:00 - atualizado 30/04/2021 07:22

O democrata Biden parece disposto a fazer uma ruptura radical na economia(foto: Brendan Smialowski/AFP)
O democrata Biden parece disposto a fazer uma ruptura radical na economia (foto: Brendan Smialowski/AFP)


Segundo o BEA (Bureau of Economic Analysis), do Departamento de Com�rcio dos Estados Unidos, o PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano cresceu � taxa anualizada 6,4% no 1º trimestre em rela��o aos tr�s meses anteriores. Esse resultado foi superior ao registrado no trimestre anterior, de 4,3%, e est� sendo comemorado pelo presidente democrata Joe Biden, que hoje completa 100 dias de governo. Emblematicamente, a avalia��o desses 100 dias � uma tradi��o iniciada em 1933, no primeiro mandato de Franklin Roosevelt, no qual o novo presidente norte-americano se espelha.

Roosevelt fez um governo revolucion�rio ao seu tempo. � �poca, a crise do liberalismo econ�mico levou � maior interven��o do Estado sobre a economia e � reestrutura��o das pr�ticas capitalistas do s�culo anterior. O crash da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, havia posto em xeque os princ�pios da economia cl�ssica, ao deflagrar uma das maiores crises da hist�ria do capitalismo. Eleito em 1932, o desafio de Roosevelt fora reerguer a economia. Para isso, recorreu �s ideias do economista John Maynard Keynes. O New Deal foi sua alternativa de desenvolvimento econ�mico.

Entre outras a��es, o New Deal estabelecia o controle na emiss�o de valores monet�rios, o investimento em setores b�sicos da ind�stria e a cria��o de pol�ticas de emprego. Roosevelt buscou uma recupera��o econ�mica segura e gradual, com a��es para conciliar as quest�es econ�micas e sociais, o welfare state (Estado do bem-estar social), que perdeu sustentabilidade no final da d�cada de 1970, quando o chamado neoliberalismo come�ou a ganhar f�lego. Com a elei��o do presidente Ronald Reagan, em 1980, por�m, um novo ciclo liberal foi iniciado, inspirado no chamado Consenso de Washington.

Biden parece disposto a fazer uma ruptura radical na economia. Mant�m o p� no acelerador para neutralizar qualquer tentativa de o ex-presidente Donald Trump, que n�o conseguiu se reeleger, voltar ao poder. Logo ap�s a sua posse, em 20 de janeiro, promulgou um projeto de lei para enfrentar a pandemia de COVID-19 de US$ 1,9 trilh�o (cerca de R$ 10,3 trilh�es), com um aux�lio de US$ 1.440 para a popula��o diretamente atingida pela crise.

Seu governo atingiu a meta de 200 milh�es de doses de vacinas de coronav�rus aplicadas, agora j� dispon�veis a todos com 16 anos. O desemprego est� caindo, os pedidos de seguro-desemprego atingiram o ponto mais baixo na pandemia, e as escolas reabriram para aulas presenciais. Recentemente, Biden assinou um programa de recupera��o da infraestrutura da ordem de US$ 2,3 trilh�es e outro para a educa��o, no valor de US$ 1,8 trilh�o. S�o uma inje��o de US$ 4 trilh�es na economia dos EUA.

Ficou a p�

Biden mudou a pol�tica externa dos Estados Unidos: retornou ao Acordo de Paris e � Organiza��o Mundial da Sa�de, travou o financiamento do muro na fronteira com o M�xico e anunciou a retirada das tropas norte-americanas do Afeganist�o. Foi a� que o presidente Jair Bolsonaro caiu do cavalo. A mudan�a deixou o Brasil sozinho no relacionamento conflituoso com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e muito isolado no plano internacional, por causa da quest�o ambiental. Bolsonaro reproduzia a pol�tica externa de Donald Trump e seu negacionismo at� com mais virul�ncia.

Com a mudan�a de rumo, o chanceler Ernesto Ara�jo, que posava de ide�logo da pol�tica externa, foi defenestrado do cargo. Agora, quem est� na berlinda � o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, completamente desacreditado, interna e externamente. Na Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE)), a aceita��o do Brasil depender� da mudan�a de rumo na quest�o clim�tica; por�m, na Uni�o Europeia, o acordo com o Mercosul ser� ainda mais dif�cil, pelo mesmo motivo. Mas o maior impacto da mudan�a na Casa Branca ainda est� por vir: ser� na pol�tica econ�mica. O projeto ultraliberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi para o espa�o na pandemia. Com a mudan�a de rumo nos EUA, s� falta agora o pr�prio ministro se ejetar da cadeira.

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