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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Indica��o de Ciro Nogueira para a Casa Civil pode ter subido no telhado

N�o se deve subestimar a alian�a de Bolsonaro com o Centr�o, que dar estabilidade ao governo no Congresso


27/07/2021 04:00 - atualizado 27/07/2021 07:10

Senador Ciro Nogueira deve se reunir com Bolsonaro hoje para decidir se assumirá ministério(foto: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO - 5/5/21)
Senador Ciro Nogueira deve se reunir com Bolsonaro hoje para decidir se assumir� minist�rio (foto: JEFFERSON RUDY/AG�NCIA SENADO - 5/5/21)
A reuni�o do presidente Jair Bolsonaro com o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, foi transferida de ontem para hoje, na vers�o oficial, porque o avi�o no qual retornou do M�xico atrasou. Nos bastidores, por�m, a ida do parlamentar para a Casa Civil do Pal�cio do Planalto est� no telhado.

O presidente da Rep�blica cogitaria dar “meia-volta, volver” no deslocamento do general Luiz Ramos (aquele que foi “atropelado por um trem”) para a Secretaria-Geral da Presid�ncia, com o argumento de que a Casa Civil tomaria muito tempo de Nogueira, cuja principal tarefa seria a articula��o pol�tica.

A ida de Ciro Nogueira para a Secretaria-Geral da Presid�ncia s� far� sentido se for um desejo do pr�prio; se for um recuo de Bolsonaro, por�m, mesmo que o senador aceite a tarefa, ser� um sinal de que o empoderamento do Centr�o no Pal�cio do Planalto foi apenas uma flor do recesso.

A entrega da Casa Civil ao Centr�o descontenta os seguidores de Bolsonaro nas redes sociais e os militares que controlavam a Esplanada, pois a Casa Civil tem um papel estrat�gico na coordena��o da administra��o federal. Entretanto, na Secretaria-Geral, Ciro Nogueira n�o ter� a for�a pol�tica que seus aliados no Congresso esperam.

N�o faltam motivos para a mexida no Pal�cio do Planalto na metade do terceiro ano de mandato. O tempo ruge para Bolsonaro, que lidou com o rel�gio como se esse n�o fosse o recurso mais escasso de seu mandato. O presidente da Rep�blica perde o foco com atos de repercuss�o de negativa e assuntos que n�o s�o priorit�rios, ainda que emulem seus seguidores. O tempo perdido j� cobra seu pre�o nos indicadores do governo. Basta olhar para os problemas reais do pa�s, a come�ar pela crise sanit�ria.

Ontem, nove capitais registraram falta de vacinas – Bel�m, Campo Grande, Florian�polis, Jo�o Pessoa, Rio de Janeiro, Salvador e Vit�ria –, o que � um atestado de incompet�ncia do ministro da Sa�de. Marcelo Queiroga. Ou seja, quatro ministros depois, as falhas do governo federal na coordena��o do combate � pandemia continuam. Mesmo com o Congresso em recesso, portanto, sem as sess�es da CPI da COVID-19, Bolsonaro continua acumulando not�cias negativas na Sa�de.

A vacina��o avan�a num ritmo lento, apesar dos esfor�os dos estados para controlar a pandemia. A edu��o do n�mero de mortes di�rias – foram 578 �bitos causados pela doen�a e 18.999 novos casos notificados nas �ltimas 24 horas –, n�o reduz o trauma de 550 mil mortos.

Aposta na galinha

O mau desempenho do governo � escandaloso na sa�de, mas isso n�o significa que em outras �reas tudo esteja bem. Houve um desmonte de pol�ticas p�blicas na educa��o, com universidades e outros estabelecimentos federais de ensino � m�ngua, crise de financiamento na rede privada e evas�o escolar generalizada.

A aus�ncia de uma pol�tica de habita��o adequada somada � pandemia, apesar do bom desempenho do mercado imobili�rio, multiplicou a popula��o em situa��o de rua nas grandes e m�dias cidades. Na seguran�a p�blica, a libera��o da venda de armas e a trucul�ncia policial fez explodir o n�mero de mortes por arma de fogo, ou seja, a viol�ncia e a inseguran�a aumentaram.

Na �rea econ�mica, o agroneg�cio e a minera��o v�o bem, obrigado, por�m, a pol�tica oficial de agress�o ao meio ambiente cobra seu pre�o. As mudan�as clim�ticas est�o em toda parte e, com isso, as press�es internacionais sobre o governo aumentar�o.

As enchentes na Alemanha, Holanda e outros pa�ses europeus far�o recrudescer os protestos e retalia��es contra o governo brasileiro e produtos brasileiros; ao mesmo tempo, aqui no Brasil, os inc�ndios provocados pela seca j� come�aram e ainda teremos uma crise energ�tica. Bate � porta uma in�dita onda de frio, para a qual muitos n�o est�o preparados, e o governo n�o tem sequer um plano de conting�ncia, apesar dos alertas dos meteorologistas.

Alta da infla��o, juros subindo, 17 milh�es de desempregados, mesmo com uma expectativa de crescimento em torno de 5% neste ano, o ambiente econ�mico � muito ruim para a maioria da popula��o. Como acontece nas crises, os mais pobres est�o mais pobres. Entretanto, a retomada do crescimento � um fator positivo, que alimenta as esperan�as do mercado, do ponto de vista da rentabilidade das empresas, e do pr�prio Bolsonaro.

Um voo de galinha da economia, em ano eleitoral, pode embalar o projeto de reelei��o. Por essa raz�o, n�o se deve subestimar a alian�a de Bolsonaro com o Centr�o. Al�m de dar mais estabilidade ao governo no Congresso, pode impactar seu desempenho eleitoral, turbinando candidaturas de seus aliados nos estados e o desempenho do governo na ponta do clientelismo.

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