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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro n�o se d� por vencido e continua cantilena de fraude em urnas

Presidente da Rep�blica explora o descontentamento dos militares com o Supremo Tribunal Federal para manter acusa��es contra o sistema eleitoral


12/08/2021 04:00

Bolsonaro não respeita decisão da Câmara dos Deputados e mantém defesa do voto impresso(foto: EVARISTO SÁ/AFP - 31/3/21)
Bolsonaro n�o respeita decis�o da C�mara dos Deputados e mant�m defesa do voto impresso (foto: EVARISTO S�/AFP - 31/3/21)


Derrotado, o presidente Jair Bolsonaro n�o se deu por vencido. Continua a cantilena contra a urna eletr�nica, desta vez anunciando que pretende provar que A�cio Neves (PSDB-MG) venceu as elei��es contra Dilma Rousseff em 2014. O tucano deu a deixa para isso, ao se abster na vota��o que sepultou a proposta de emenda constitucional da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que restabelecia o voto impresso. Como se sabe, A�cio tentou anular a elei��o da petista e alegou abuso de poder econ�mico, al�m de pedir recontagem de votos, inconformado com a derrota.

As declara��es de Bolsonaro, ao reiterar as acusa��es sem provas de que as urnas eletr�nicas n�o s�o confi�veis, provocaram rea��o do presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), para quem o assunto est� estava encerrado e o que o “esticar de cordas” j� ultrapassou “todos os limites”. Ser�? Bolsonaro havia prometido aceitar o resultado da vota��o. Lira virou muitos votos contra a proposta, para evitar uma derrota acachapante do presidente da Rep�blica, que cairia no seu colo e no do Centr�o. Resultado: o placar de 229 votos a favor da emenda (44,83%) contra 218 (42,49%), com 64 aus�ncias, derrotou a emenda constitucional, que precisava de 308 votos, mas n�o liquidou a narrativa de Bolsonaro, porq ue a maioria dos deputados que votaram endossou a proposta.

A vota��o exp�s as contradi��es do Centr�o e da pr�pria oposi��o. A maioria da bancada do PSDB votou a favor do voto impresso, isto �, 14 dos 26 deputados, sendo que cinco se ausentaram e A�cio se absteve. O inverso aconteceu com o PL, partido da ministra Fl�via Arruda, secret�ria de Governo, que contou com o apoio de apenas 11 dos 41 deputados da legenda (7 se abstiveram). Os �nicos partidos que votaram monoliticamente foram do PCdoB, com 8 votos contra a proposta, e o PSC, com 11 votos a favor. Em todas as demais bancadas houve dissid�ncias e muita tens�o, em raz�o das emendas ao Or�amento e da press�o dos seus eleitores bolsonaristas.

Bolsonaro tamb�m tentou mobilizar seus aliados no Senado, para reabrir a discuss�o sobre o voto impresso, mas o movimento foi prontamente esvaziado pelo presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para quem o assunto foi encerrado com a vota��o na C�mara. “Eu quero reiterar a minha confian�a na Justi�a Eleitoral brasileira, para que poss a se desincumbir dos caminhos da elei��o de 2022 com o m�ximo de lisura, sem qualquer tipo de fato que possa ser apontado em rela��o � fraude ou qualquer coisa que o valha”, disse. Com essa decis�o, agora o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) est�o alinhados em rela��o � seguran�a da urna eletr�nica, mas a d�vida sobre a aceita��o do resultado das elei��es pelo presidente Jair Bolsonaro, caso seja derrotado, mais do que nunca, permanece no ar. Por qu�?

Favoritismo

Ora, porque existe uma grande insatisfa��o na c�pula das For�as Armadas com o Supremo Tribunal Federal (STF), que Bolsonaro explora com obstina��o. Ontem, o novo chefe da Casa Civil fez gest�es junto ao tribunal para tentar restabelecer o di�logo entre o ministro Luiz Fux, presidente da Corte, e o presidente da Rep�blica. � um gesto importante, mas de pouca credibilidade, porque Bolsonaro trabalha em outra dire��o. Aproveita-se do descontentamento dos militares com o Supremo, cuja verdadeira causa � a anula��o das condena��es do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e seu favoritismo nas pesquisas de opini�o para a Presid�ncia, nas elei��es de 2022.

O petista fez mais pelo reaparelhamento das For�as Armadas do que qualquer outro presidente da Rep�blica. Financiou projetos e reorganizou programas da ind�stria de defesa: submarino nuclear, novos avi�es de ca�a, sat�lites de comunica��es e observa��o, caminh�es e caros blindados, monitoramento da Amaz�nia. Entretanto, Bolsonaro trouxe-as de volta ao centro do poder e promete restabelecer a tutela militar sobre a na��o, al�m de ter melhorado os soldos e preservado privil�gios na reforma da Previd�ncia.

Num regime democr�tico, as For�as Armadas devem se manter apartadas da pol�tica. Caso Lula seja eleito, portanto, ter�o que engolir o sapo barbudo outra vez, como diria o falecido governador Leonel Brizola. Bolsonaro trabalha dia e noite para impedir que isso ocorra, com um golpe de Estado, caso perca elei��es para o petista. Esse � o bus�lis do estresse da Rep�blica.
 

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