(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas ENTRE LINHAS

A inven��o do povo brasileiro come�ou com a Inconfid�ncia Mineira

O imagin�rio nacional foi constru�do a partir de duas ideias-for�a: um 'povo novo', que surgiu da miscigena��o; e a unidade nacional, fundindo povo e territ�rio


07/09/2021 04:00 - atualizado 07/09/2021 07:11

Estátua de Tiradentes em BH: primeiro mártir brasileiro permitiu a ideia de nação formada a partir dos que aqui nasceram
Est�tua de Tiradentes em BH: primeiro m�rtir brasileiro permitiu a ideia de na��o formada a partir dos que aqui nasceram (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A.PRESS 7/6/15)
Tudo come�ou com a famosa carta de Pero Vaz de Caminha, que somente veio a ser impressa no Brasil em 1817, no Rio de janeiro, cinco anos antes da independ�ncia.  A Terra Brasilis reproduzia mitos que povoaram o imagin�rio europeu desde as viagens de Crist�v�o Colombo: “novo mundo”, “para�so perdido”, “bom selvagem” etc

Mas a inven��o dos brasileiros, digamos assim, � uma obra dos mineiros. A Inconfid�ncia, em 1789, nos legou o nosso primeiro grande m�rtir nacional, Joaquim Jos� da Silva Xavier, o Tiradentes, preso, enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792. E a ideia de na��o formada a partir dos que aqui nasceram.

At� ent�o, o que aqui havia eram portugueses, baianos, pernambucanos, paulistas, fluminenses e ga�chos, que protagonizaram a ocupa��o e expans�o territorial na qual o Estado antecipou a na��o, mas sempre muito atr�s desses desbravadores. Not�vel foi a fa�anha dos paulistas, aliados �s tribos tupi-guarani, na ocupa��o do territ�rio e na organiza��o do mercado interno, bem como o trabalho dos africanos escravizados na nossa economia de exporta��o e na vida dom�stica.

A partir do s�culo 19, a inven��o do brasileiro ganhou f�lego, principalmente com o Romantismo. Durante todo o Imp�rio, buscou-se um projeto est�tico-pol�tico para o Brasil, uma identidade homogeneizadora, acima das diferen�as �tnicas e de classe. O imagin�rio nacional foi constru�do a partir de duas ideias-for�a: um “povo novo”, que surgiu da miscigena��o; e a unidade nacional, fundindo povo e territ�rio no Estado-na��o. A l�ngua falada nos meios urbanos e o sincretismo religioso cat�lico, desde o per�odo colonial, seriam fundamentais.

Apesar de o Grito do Ipiranga ser a sua representa��o �pica, encarnada por dom Pedro I, a independ�ncia n�o foi um fato isolado. No dia 7 de setembro de 1822, n�o haveria institui��es minimamente organizadas no Brasil se a fam�lia real portuguesa n�o houvesse aportado em 18 de janeiro de 1808, fugindo de Napole�o Bonaparte, que invadira Portugal.

A chegada de d. Jo�o VI e toda sua comitiva transformaria a col�nia explorada � exaust�o em sede do reino, com suas institui��es de Estado, com as prov�ncias brasileiras elegendo deputados �s Cortes Gerais de Lisboa, ap�s a expuls�o dos franceses.

Transformou-se por completo a situa��o pol�tica dos brasileiros. Houve reorganiza��o das prov�ncias: em 1821, as antigas capitanias foram transformadas em prov�ncias. Como os interesses do Brasil na vota��o da Constitui��o portuguesa em 1821 foram frustrados, d. Pedro I convocou uma Assembleia Constituinte para elaborar uma Constitui��o para o Reino do Brasil.

Somente a partir de 3 de maio de 1823, ou seja, ap�s a proclama��o da independ�ncia, os representantes das prov�ncias reuniram-se. A chamada Constituinte da Mandioca leva esse nome popular porque era preciso ter pelo menos 500 alqueires de mandioca para se candidatar, e mais de 250 alqueires para votar.

Poder absoluto

Surgiram dois grandes partidos: o portugu�s e o brasileiro. O primeiro representava grandes comerciantes da corte e apoiavam o absolutismo de d. Pedro; o segundo, os m�dios e pequenos comerciantes e os grandes fazendeiros e defendia a redu��o de seus poderes imperiais. As ideias republicanas radicais, que emergiriam com for�a no per�odo regencial, eram muito minorit�rias.

Ant�nio Carlos de Andrada e Silva, irm�o de Jos� Bonif�cio de Andrada e Silva, foi relator do anteprojeto de Constitui��o. Com 272 artigos influenciados pelas ideias do Iluminismo, defendia a soberania nacional e ao liberalismo econ�mico. O escravismo e o latif�ndio n�o entraram em pauta, colocavam em risco os interesses da aristocracia rural brasileira.

Havia amea�as de interven��o do governo liberal das Cortes Gerais: Bahia, Par� e Cisplatina pretendiam se manter unidos a Portugal, o que provocou as Guerras de Independ�ncia. A Assembleia Constituinte, por�m, entrou em confronto com o imperador, que n�o aceitou a tentativa de redu��o do seu poder e a dissolveu, em 12 de novembro de 1823.

A Constitui��o de 1824 foi outorgada por d. Pedro I e lhe garantia amplos poderes. O direito � propriedade privada foi incorporado � carta com objetivo de proteger o regime escravocrata. A monarquia preservaria o projeto de reunifica��o do imp�rio colonial portugu�s de d. Pedro I, at� a abdica��o, em 7 de abril de 1831. Desde ent�o, alternamos per�odos de centraliza��o e descentraliza��o do poder. Haviam no Brasil 4,5 milh�es de habitantes, sendo 800 mil �ndios, 1 milh�o de brancos, 1,2 milh�o de negros escravizados e 1,5 milh�o de mulatos, pardos, caboclos e mesti�os. �ramos n�s, os brasileiros.



*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)