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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Menor do que gostaria, Bolsonaro mostra for�a capaz de barrar impeachment

Presidente da Rep�blica foge dos paradigmas tradicionais da pol�tica e da normalidade institucional, o que torna dif�cil entender armadilha que ele mesmo criou


09/09/2021 04:00 - atualizado 09/09/2021 07:25

 
Com gestão que vem agravando problemas sociais e econômicos, o presidente insiste em ameaças e atos antidemocráticos
Com gest�o que vem agravando problemas sociais e econ�micos, o presidente insiste em amea�as e atos antidemocr�ticos (foto: Miguel Schincariol / AFP)
O presidente Jair Bolsonaro demonstrou grande capacidade de mobiliza��o no Dia 7 de Setembro. Maior do que a oposi��o imaginava, por�m, menor do que gostaria que fosse, para ir adiante no seu projeto de emparedar o Supremo Tribunal federal (STF) e/ou dar um golpe de Estado.

Grande o suficiente para garantir uma base parlamentar capaz de barrar um processo de impeachment, como ficou claro no pronunciamento do presidente da C�mara, deputado Arthur Lira (PP-AL). N�o o suficiente para intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF), como deixou claro o seu presidente, ministro Luiz Fux.

O pa�s est� prisioneiro de uma armadilha criada pelo presidente da Rep�blica. � um impasse no qual as pesquisas de opini�o apontam o seu enfraquecimento, mas n�o ainda o suficiente para inviabilizar sua presen�a no segundo turno. Bolsonaro perde a expectativa de reelei��o, mas continua controlando a forma mais concentrada de poder: o governo, que arrecada, normatiza e coage. Sua gest�o � um desastre multifacetado, que turva o horizonte pol�tico e econ�mico e agrava os problemas sociais, � certo.

Mesmo assim, Bolsonaro cont�m a expectativa de poder da oposi��o, gerada principalmente pelo favoritismo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, com a amea�a de impedir as elei��es ou n�o aceitar seu resultado, ou seja, de n�o deixar que o petista tome posse, caso ven�a as elei��es, como fizera Carlos Lacerda na campanha eleitoral de 1950.

Como diria o Bar�o de Itarar�, tudo seria f�cil se n�o fossem as dificuldades. Os epis�dios do Dia da Independ�ncia e os de ontem, com os pronunciamentos do presidente da C�mara e do presidente do Supremo, refletem o outro lado da mobiliza��o bolsonarista.

Al�m de uma fieira de crimes eleitorais – propaganda antecipada, uso indevido de recursos p�blicos, financiamento ilegal etc. –, Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao atacar o Supremo e dizer que n�o aceitaria decis�es do ministro Alexandre de Moraes. A premissa de um processo de impeachment j� est� dada. A forma, ainda n�o; � um processo pol�tico, que somente come�a quando o presidente da C�mara tira da gaveta um dos pedidos de impeachment.

Bolsonaro lan�a suas falanges  politicas contra as institui��es, que trata como se fosse a oposi��o e n�o Poderes e/ou ag�ncias de Estado. Foi um erro crasso. Em vez de sair do isolamento e retomar a capacidade de iniciativa pol�tica, acabou mais isolado ainda.

Criou um clima favor�vel ao surgimento de uma candidatura de centro, comprometida com a democracia, ou seja, alternativa a ele pr�prio, e n�o ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. O monitoramento das redes sociais pelas ag�ncias de risco aponta nessa dire��o.

H� pr�-candidatos assumidos: Ciro Gomes (PDT), Jo�o Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM), Alessandro Vieira (Cidadania); ou que se fingem de morto: Sergio Moro (sem partido) e Rodrigo Pacheco (DEM). Quem conseguir galvanizar “a direita da esquerda e a esquerda da direita” do eleitorado pode emergir como alternativa de poder e chegar ao segundo turno. Seus partidos j� dialogam intensamente, em busca de uma coaliz�o contra Bolsonaro.

Estado-maior

� muito dif�cil entender a cabe�a do presidente da Rep�blica, porque ele foge aos paradigmas tradicionais da pol�tica e da normalidade institucional. Mas � poss�vel definir o car�ter bonapartista de seu governo, em conflito com a Constitui��o de 1988 e  hegemonizado por tr�s generais amigos – o ministro da Defesa, Braga Neto, o golpista; Luiz Ramos, secret�rio-geral da Presid�ncia, o mais amigo, e Augusto Heleno, chefe do Servi�o de Seguran�a Institucional, o ideol�go –, e pelos filhos, o senador Fl�vio Bolsonaro (PR-RJ), o articulador empresarial; o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que coordena os grupos de extrema-direta; e o vereador carioca Carlos Bolsonaro, o grande operador de suas redes sociais.

Os demais ministros s�o meros coadjuvantes, mesmo o novo chefe da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PP-PI), que entrou no governo para tirar Bolsonaro do isolamento e foi engolido pela radicaliza��o.

A estrat�gia de Bolsonaro � politizar ao m�ximo o fracasso econ�mico e administrativo, deslocando o eixo da discuss�o dos problemas reais da popula��o e transferindo responsabilidades para governadores, prefeitos e os demais poderes, na linha de que o Judici�rio n�o deixa o presidente da Rep�blica governar, nem o Congresso n�o aprova as reformas.

Bolsonaro t�m uma interpreta��o do poder delegado pelos eleitores � Presid�ncia que extrapola seus limites constitucionais, vem da� vem o conflito institucional. Ontem, apoiadores mais radicais e truculentos tentaram invadir o Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro incitou-as e sinalizou que pretende mobiliz�-las para impedir as elei��es de 2022, uma amea�a muito grave � democracia.


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