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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Veremos se Bolsonaro vai mesmo cumprir o que escreveu e prometeu ao pa�s

Presidente divulga Declara��o � Na��o, em que defende harmonia entre os poderes e diz que n�o quer ofender ningu�m


10/09/2021 04:00 - atualizado 10/09/2021 07:25

Bolsonaro e Temer em agosto do ano passado: eles se encontraram nesta quinta-feira para discutir a crise institucional
Bolsonaro e Temer em agosto do ano passado: eles se encontraram nesta quinta-feira para discutir a crise institucional (foto: Alan Santos/PR - 9/8/20)
Ex- banqueiro, ex-deputado, ex-governador de Minas Gerais e ent�o ministro das Rela��es Exteriores na �poca da publica��o do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1978, Magalh�es Pinto eram um pol�tico conservador, que apoiou o golpe de 1964, como a maioria dos caciques da antiga Uni�o Democr�tica Nacional (UDN). Para ele, a pol�tica era como uma nuvem: “Voc� olha e ela est� de um jeito; olha de novo e ela j� mudou”.

Signat�rio do hist�rico Manifesto dos Mineiros, lan�ado por setores liberais contra o Estado Novo (1937-1945), em outubro de 1943, mesmo assim Magalh�es Pinto subscreveu o AI-5 na "esperan�a" de que o decreto tivesse vig�ncia de seis ou oito meses, diria em entrevista, 16 anos depois.

O regime militar s� acabou em 1985, com a elei��o de Tancredo Neves, seu advers�rio hist�rico do antigo PSD. O tempo fora suficiente para volatilizar seu projeto de chegar � Presid�ncia da Rep�blica, frustra��o que tamb�m ocorreu com outros pol�ticos golpistas, como o ex-governador carioca Carlos Lacerda, que teve o mandato cassado pelos militares.

As nuvens da pol�tica no Planalto s�o caprichosas e trai�oeiras. Nessa �poca do ano, em que a seca castiga o Distrito Federal, elas aparecem e desaparecem ao sabor do vento; as chuvas, com raios e trov�es, s�o uma raridade, mas eventualmente ocorrem.

Na ter�a-feira, Dia da Independ�ncia, Bras�lia amanheceu sob um amea�ador cumulolimbus, uma forma��o semelhante �quelas “Nuvens Negras” que intitularam o editorial do antigo ''Correio da Manh�'', a senha para a marcha das tropas do general Mour�o Filho, de Juiz de Fora para o Rio de janeiro, em 31 de mar�o de 19654, o estopim da destitui��o do presidente Jo�o Goulart.

Existem nuvens em camadas e nuvens convectivas. Nuvens em camadas aparecem altas no c�u, s�o as mais comuns nesta �poca do ano em Bras�lia. As nuvens convectivas est�o mais pr�ximas da Terra. Em 1802, o ingl�s Luke Howard criou quatro categorias de nuvens usadas at� hoje: cumulus, stratus, nimbus e cirrus.

O nome cumulus vem do latim e significa “pilha” ou “mont�o. Nimbus � a palavra para “nuvem” em latim. Nuvens Nimbus s�o produtoras de precipita��o. A categoria nimbus � frequentemente combinada com outras categorias para indicar condi��es de tempestade.

Na g�ria dos morros e sub�rbios cariocas, CB significa sangue bom; na meteorologia, por�m, a sigla significa Cumuloninbus, um terror para pilotos e navegantes. S�o nuvens que podem ocorrer a qualquer momento, durante todo o ano.

Na avia��o, limitam o espa�o a�reo, pois o v�o dentro delas � de extremo risco; tamb�m afetam pousos e decolagem. No mar, nos rios e nos lagos, pode causar naufr�gios. Provocam turbul�ncia, granizo, forma��o de gelo, saraiva (granizos lan�ados para fora da nuvem, em ar claro), rel�mpagos e, por vezes, tornados.

H� registros de ventos de 100 milhas/hora e tempestades de 8 mil toneladas de �gua por minuto, que duram n�o muito mais do que meia-hora. Seus raios podem chegar a 100 milh�es de volts.

Dissipa��o

Ter�a e quarta-feira, parecia que um CB levaria a Constitui��o de 1988 ao naufr�gio e calcinaria os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas era uma daquelas nuvens da nossa pol�tica.

No auge da tens�o entre os manifestantes que ocupam a Esplanada e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), as tropas do Comando Militar do Planalto, chefiadas pelo general de divis�o Rui Yutaka Matsuda, estavam de prontid�o, para garantia da lei e da ordem, se assim fosse necess�rio.

N�o estavam aquarteladas para dar um golpe de Estado, mas, sim, proteger o Supremo Tribunal Federal (STF), se fossem requisitadas pelo presidente da Corte, Luiz Fux. Por muito pouco, o presidente Jair Bolsonaro n�o cometeu um grave crime de sedi��o ao incitar os caminhoneiros contra o Supremo.

Enquanto as multid�es que mobilizara urravam, Bolsonaro se isolado politicamente. Na quarta-feira, as rea��es do presidente do Supremo, Luiz Fux, e dos presidentes da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), refletiram essa situa��o.

Ontem, os bloqueios de rodovias pelos caminhoneiros que apoiam Bolsonaro e querem fechar o Supremo, e as rea��es do mercado financeiro, com a��es em queda e d�lar em alta, revelavam que o presidente Jair Bolsonaro ainda estava dentro cumulolimbus, enquanto os pol�ticos e a magistratura o contornavam.

O antol�gico discurso do ministro do STF Lu�s Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante a sess�o da Corte, deixou muito claro que os ministros do Supremo n�o se acovardariam.

Coube ao ex-presidente Michel Temer, como se fosse um velho controlador de voo, convencer o presidente Bolsonaro a mudar de rota, enquanto as nuvens se dissipavam. O que Bolsonaro fala n�o se escreve; agora, com a sua Declara��o � Na��o, na qual se compromete a respeitar os demais poderes e a Constitui��o de 1988, veremos se cumpre o que escreve.



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