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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Com um olho no Lula e outro em Moro, Bolsonaro vai depor presencialmente

Presidente da Rep�blica faz c�lculos pol�ticos, e n�o apenas jur�dicos, ao decidir comparecer no STF sobre inqu�rito da PF


07/10/2021 04:00 - atualizado 07/10/2021 07:23

O presidente Jair Bolsonaro
Bolsonaro � acusado de interferir nas investiga��es da Pol�cia Federal (foto: MARCELO CAMARGO/AG�NCIA BRASIL)
Como aquele sujeito que frita o peixe com um olho na frigideira e outro no gato, o presidente Jair Bolsonaro informou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) que pretende depor presencialmente no inqu�rito que apura a den�ncia do ex-ministro da Justi�a Sergio Moro, ao renunciar ao cargo, de que estaria interferindo politicamente na Pol�cia Federal.

O STF estava para julgar se Bolsonaro poderia prestar depoimento por escrito nesse caso, mas o ministro Alexandre de Moraes, informou ao presidente da Corte, Luiz Fux, que o presidente da Rep�blica havia mudado de posi��o.

O inqu�rito que investiga suposta interfer�ncia de Bolsonaro foi aberto ap�s as den�ncias de Moro, mas as investiga��es foram intensificadas em agosto, por determina��o de Moraes. O caso � uma das raz�es do estresse de Bolsonaro com o STF, principalmente depois que o ent�o relator do caso, ministro Celso de Melo, defendeu o depoimento presencial do presidente da Rep�blica.

A Advocacia-Geral da Uni�o havia recorrido dessa decis�o, mas mudou de posi��o.  A AGU afirma que Bolsonaro ''manifesta perante essa Suprema Corte o seu interesse em prestar depoimento em rela��o aos fatos objeto deste Inqu�rito mediante comparecimento pessoal''. Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir em investiga��es da PF ao cobrar a troca do chefe da Pol�cia Federal no Rio de Janeiro e ao exonerar o ent�o diretor-geral da corpora��o Maur�cio Valeixo, indicado pelo ex-ministro. Bolsonaro sempre negou.

Ocorre que Moro divulgou troca de mensagens com o presidente da Rep�blica sobre o assunto e revelou o teor da discuss�o entre ambos na famosa reuni�o ministerial de 22 de abril de 2020, cujos v�deos foram tornados p�blicos por decis�o de Celso de Mello.

''J� tentei trocar gente da seguran�a nossa no Rio de Janeiro e oficialmente n�o consegui. Isso acabou. Eu n�o vou esperar f... minha fam�lia toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu n�o posso trocar algu�m da seguran�a na ponta da linha que pertence � estrutura. Vai trocar. Se n�o puder trocar, troca o chefe dele. Se n�o puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. N�o estamos aqui para brincadeira'', disse Bolsonaro na reuni�o.

Imagens fortes

A mudan�a de postura do Bolsonaro tem um c�lculo pol�tico, n�o � apenas uma t�tica jur�dica. Primeiro, o plen�rio do Supremo poderia exigir o depoimento presencial, porque o voto de Celso de Mello, antes de se aposentar, � muito robusto. Segundo, o ambiente � favor�vel, depois da carta que divulgou no dia 8 de setembro, desculpando-se pelas declara��es contra os ministros Moraes e Lu�s Roberto Barroso,  e o pr�prio Supremo.

Terceiro, talvez a raz�o mais importante, Bolsonaro precisa produzir imagens vigorosas para a campanha eleitoral, que se contraponham a Moro, que d� sinais da inten��o de se candidatar � Presid�ncia, e tamb�m ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

As imagens da reuni�o ministerial e de Moro denunciando a suposta interfer�ncia de Bolsonaro s�o muito fortes, do ponto de vista do marketing pol�tico. Est�o na mem�ria da opini�o p�blica e desgastaram muito o presidente da Rep�blica. S�o t�o impactantes que Moro, mesmo debaixo de cr�ticas e morando nos Estados Unidos, continua pontuando bem nas pesquisas de opini�o.

De igual maneira, tamb�m s�o muito fortes as imagens do ex-presidente Lula ao depor perante Moro, no caso do triplex de Guaruj�, quando negou todas as acusa��es e sustentou sua inoc�ncia.

S�o imagens que precisam ser confrontadas por Bolsonaro, n�o no cercadinho da sa�da do Pal�cio da Alvorada, ou nos palanques de suas viagens pelos estados. Tem que ser um cen�rio no qual tamb�m possa aparecer como v�tima de falsidades e injusti�as.

Do ponto de vista eleitoral, a situa��o de Bolsonaro n�o � boa. Sua imagem continua derretendo. Na pesquisa de opini�o da Quaest, entre quem ganha at� dois sal�rios-m�nimos, para 58% a avalia��o � negativa, 22% acham o governo regular, enquanto para 17% o saldo � positivo.

A reprova��o cai para 49% entre os que ganham mais de cinco sal�rios. Nessa faixa, 26% o consideram regular e 24% t�m opini�o positiva. Bolsonaro n�o pode mais se dar ao luxo de se posicionar sem levar em conta o impacto eleitoral de suas atitudes e declara��es.

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