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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro vai ao G-20, mas evita as discuss�es ambientais da COP-26

De agosto de 2020 a junho, registramos os maiores �ndices de desmatamento. S�o Paulo, Goi�s e Minas registra mudan�as impressionantes


31/10/2021 04:00 - atualizado 31/10/2021 07:30

Bolsonaro em Roma
Bolsonaro na c�pula do G20, em Roma. Ele n�o vai � COP-26, na Esc�cia (foto: AFP)
Houve uma mudan�a muito significativa na conjuntura pol�tica. Em primeiro lugar, a amea�a de um golpe de Estado, que deixou o pa�s � beira de um ataque de nervos, desapareceu do horizonte pr�ximo ap�s o 7 de setembro. N�o houve a ades�o militar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Jair Bolsonaro esperava, as rea��es das institui��es pol�ticas e da sociedade esvaziaram a mobiliza��o golpista. Desde ent�o, o eixo da vida pol�tica nacional se deslocou da crise sanit�ria, cuja cr�nica pol�tica e criminal est� no relat�rio da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Senado sobre a pandemia de COVID-19, para a crise da nossa economia, tendo por pano de fundo a antecipa��o da disputa eleitoral de 2022.

Especialistas em planejamento sabem que um erro de conceito pode ser fatal. Muitas vezes, o erro decorre de um falso diagn�stico; outras, de um conceito errado. A tempestade perfeita pode ser fabricada quando as duas coisas coincidem com uma concep��o equivocada, por exemplo, o negativismo em rela��o � ci�ncia. No caso da pandemia, o erro de diagn�stico foi considerar a COVID-19 uma “gripezinha”; o de conceito, apostar na “imuniza��o de rebanho” para manter a economia aquecida. Com isso, buscou-se toda sorte de atalhos para evitar a recess�o, que passou a ser o objetivo do governo, em vez de salvar a vida das pessoas. A cloroquina entra nessa hist�ria como uma po��o m�gica. Havia outra solu��o simples para um problema t�o complexo (acreditem, elas tamb�m existem): a vacina��o em massa.

Vejam bem, n�o estamos falando que a produ��o da vacina n�o � simples. Sua fabrica��o � um processo complexo, mas a pesquisa cient�fica intensa resolveu o problema em pouco mais de um ano ap�s a identifica��o do v�rus e seu sequenciamento gen�tico. Estamos falando do conceito, a imuniza��o em massa, j� consagrado mundialmente pelas autoridades sanit�rias. A erradica��o da poliomielite, que foi a doen�a infantil mais devastadora do s�culo passado, � um excelente exemplo. A p�lio era misteriosa e se expandia no ver�o, com causas desconhecidas. Nos Estados Unidos, a ignor�ncia levou as pessoas a p�r a culpa nos sorvetes; e o preconceito, nos negros pobres e nos imigrantes, principalmente asi�ticos.

Mesmo adultos corriam grande risco. O presidente Franklin Delano Roosevelt foi para a cadeira de rodas aos 39 anos, quando contraiu a doen�a. Cada surto de p�lio deflagrava uma quarentena, como acontece agora com a COVID-19. Em 2016, em Nova York, houve 8.990 casos, com 2.400 �bitos; em 1952, 57 mil casos, 3 mil mortes e 21 mil crian�as com paralisia permanente. Um paciente com p�lio no hospital custava US$ 900, quando o sal�rio m�dio era de R$ 875. Sem a vacina criada por Jonas Salk e Albert Sabin, estima-se que os Estados Unidos teriam 250 mil pessoas com paralisia, a um custo de US$ 30 bilh�es.

N�o temos proje��es de quanto j� estamos economizando com a vacina��o em massa da popula��o, mas estima-se que o custo da pandemia no Brasil chegue a R$ 700 bilh�es, cerca de 10% do nosso PIB, ou o equivalente a 20 anos de Bolsa-Fam�lia. Ou seja, d� para ter uma no��o do preju�zo causado pelo negativismo do presidente Jair Bolsonaro, que at� hoje n�o tomou a vacina.

Aquecimento

Mais dif�cil de calcular � o preju�zo do negativismo em rela��o ao aquecimento global. Alguns n�meros podem ser ilustrativos. At� o fim de setembro, somente 22% das verbas destinadas para o combate ao desmatamento e �s queimadas foram utilizados pelo governo federal. O governo resolveu economizar o dinheiro do combate ao desmatamento e �s queimadas: de R$ 384,9 milh�es em caixa para isso, somente foram gastos R$ 83,5 milh�es. De agosto do ano passado a junho deste ano, registramos os maiores �ndices de desmatamento. S�o Paulo, Goi�s, Minas Gerais e Mato Grosso registraram mudan�as clim�ticas impressionantes. As mais espetaculares foram as tempestades de poeira. Quanto estamos perdendo de investimentos ao “passar a boiada”?

O Brasil j� foi muito respeitado por sua pol�tica ambiental, agora � p�ria internacional. Bolsonaro n�o vai � Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Mudan�as Clim�ticas (COP-26), que come�a amanh�, em Glasgow, na Esc�cia, embora tenha participado da reuni�o do G20 em Roma, na It�lia, ontem. N�o teria condi��es de participar de um f�rum como esse sem passar constrangimentos.




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